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E depois da JMJ? O testemunho de quem viveu um momento “irrepetível” (5)

O JA ouviu jovens e monitores que estiveram, ativamente, envolvidos na realização da Pré-Jornada, no concelho da Trofa, no acolhimento dos peregrinos estrangeiros e na participação do grande evento, em Lisboa.

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Muito se debateu, muitos tweets se escreveram e muito se falou sobre o alegado retorno da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no nosso país. Muito desse debate centrou-se, claro está, na valia financeira que o evento podia trazer para Portugal, mas, por outro lado, não se generalizou as conversas e os testemunhos de quem viveu a JMJ e o contacto com o Papa Francisco.
O JA ouviu jovens e monitores que estiveram, ativamente, envolvidos na realização da Pré-Jornada, no concelho da Trofa, no acolhimento dos peregrinos estrangeiros e na participação do grande evento, em Lisboa.

Filipa Couto, Bougado

Olhamos para trás e sentimos orgulho em tudo aquilo que de fantástico aconteceu…
O facto de as Pré-Jornadas e as Jornadas Mundiais da Juventude se realizarem em Portugal e acontecerem na Trofa foi, desde logo, sinónimo de abrir as nossas próprias casas ao mundo desconhecido. Em breve todos teríamos oportunidade de dar a conhecer a verdadeira alma da comunidade Trofense àqueles que nunca teriam ouvido sequer falar de nós. Estávamos pois, prestes a fazer com que este evento fosse único e inesquecível e marcasse para sempre a vida de tantas pessoas.

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(…) Orgulhosamente podemos, hoje, dizer que éramos cerca de 200 trofenses unidos em prol de um evento único e irrepetível nestes moldes nos próximos anos. No decorrer desta semana das pré jornadas todos se mostraram disponíveis para ajudar nas mais variadas atividades. Foi espetacular e único ver as “gentes da Trofa” tão unidas e focadas num objetivo tão nobre como o de acolher alguém desconhecido. Temos a certeza que, se algum dia houver uma atividade desta dimensão, a Trofa vai voltar a unir-se. Abrir literalmente as portas de nossa casa só foi possível pois para além destes voluntários, várias famílias disseram um “Sim” desconhecido e, tal como Maria, apressadamente abriram as portas de suas casas aos peregrinos que delas necessitavam. E como se de um livro aberto se tratasse, deste desafiante acolhimento resultaram histórias, amizades, momentos e partilhas que para sempre marcarão o povo Trofense. A todos resta-nos agradecer por tamanha dedicação e empenho.

(…) Quando ainda estávamos no início da preparação da JMJ, ouvimos numa entrevista que, mais do que participar ou organizar um evento que reúne milhões de pessoas, este era o momento ideal para gerar um legado importante e comum a todas as nações…o de ser um melhor cidadão. Viver e fazer algo em função de outro, ter um propósito de ação para com alguém que nos é indiferente e desconhecido significa praticar o amor no seu estado mais puro e, assim fazer com que as pessoas deem de si um pouco mais, mesmo quando acham que não têm mais nada para dar ao próximo. “Estar e fazer pelo outro” foi o espírito que nos acompanhou no tempo que se seguiu e foi isso que enquanto animadores do grupo de jovens tentamos transmitir aos mais jovens que connosco abraçaram este desafio.

Depois, foi hora de rumar a Lisboa, e com isso chegou também o momento de passar de família de acolhimento a peregrino, para que em pleno todos pudessem participar nas grandes Jornadas Mundiais da juventude. O mote era nada mais nada menos do que: Contagiem e deixem-se contagiar por um amor de Deus que é gratuito e acessível a todos. Estar em Lisboa foi caótico, foi confuso, mas foi único e irrepetível. O convívio entre povos e gerações, a partilha de brindes e ofertas que cada um cuidadosamente preparou antes de partir nesta missão, a partilha de vivências de fé uns com os outros, e os encontros com o Papa são momentos que nunca esqueceremos. A alegria era contagiante, o bom senso era constante e a fé e o amor eram os denominadores comuns. Juntos criamos Memórias individuais, de grupo e até familiares ao mesmo tempo que desencadeamos e fortalecemos uma cadeia de amor sem igual até então.

Um dos momentos mais marcantes foi quando, na missa de envio, o Papa Francisco nos disse: “Hoje, aqui em Lisboa, nesta Jornada Mundial da Juventude, Ele diz-vos: «Não temais, não temais! Coragem, não tenhais medo!». Queridos jovens, gostaria de poder fixar cada um de vós nos olhos e dizer: Não temas, não tenhas medo!” Para nós esta é a mensagem mais importante que levamos destas jornadas e que enquanto animadores nos parece essencial para os nossos jovens nos dias de hoje: não ter medo de ser quem realmente somos; não ter medo de ser cristão, não ter medo de acolher peregrinos de todo o mundo, não ter medo de ser voluntário, não ter medo de viver ativamente na comunidade e de trabalhar por um bem maior para além das nossas rotinas diárias, não ter medo de ser feliz e aceitar todos como são… Não ter medo portanto de ser então um bom cidadão atento às necessidades do outro e da nossa casa comum. Como o Papa nos disse disse: “A igreja é de todos!”, e repetiu “De TODOS! TODOS! TODOS!”.

Todos em conjunto temos mais força para caminhar em direção ao “sucesso e felicidade garantida”.

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