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Edição 587

Trofenses com ouro e bronze em Mundial (c/ vídeo)

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As irmãs Vanessa e Vera Soares conquistaram a medalha de ouro e bronze, respetivamente, no Campeonato Mundial de Kickboxing de Cadetes e Juniores, que decorreu entre os dias 27 de agosto e 3 de setembro, em Dublin, com cerca de dois mil atletas de 45 países.

Vanessa e Vera Soares lá posam para a foto da praxe. Cada uma com a sua medalha, uma de ouro e outra de bronze, dão-lhe uma dentada tal e qual como nos Jogos Olímpicos, com um sentimento que mistura timidez com orgulho. Afinal, não é todos os dias que se sobe ao pódio de um Campeonato Mundial de Kickboxing. Afinal, é raro fazer a Trofa subir aos lugares mais altos do desporto. Com 16 e 15 anos, as jovens irmãs conseguiram este feito em Dublin, Irlanda, numa participação que marcou várias experiências inéditas. Uma delas foi andar de avião. Oriundas de uma família humilde, Vanessa e Vera nunca tinham viajado para outro país. Tal só foi possível graças aos bons resultados obtidos na modalidade que praticam há alguns anos graças ao projeto Cross Stars, nascido em 2012 da parceria entre a delegação da Trofa da Cruz Vermelha Portuguesa.
Fizeram parte da comitiva portuguesa e partiram depois de uma preparação desigual da dos colegas da seleção e a “anos-luz” da dos concorrentes estrangeiros. Muitos dos treinos tiveram de ser feitos nos coretos do Parque Nossa Senhora das Dores, porque “a Academia Municipal (Aquaplace) fechou em agosto e não havia outro local disponível”, explicaram os treinadores Nádia Barbosa e Luís Ferreira.
Mas em cima do ringue, a falta de condições não se notou. Encararam, olhos nos olhos, as adversárias e conseguiram singrar. Vanessa Soares fez um combate numa categoria superior à dela (de -65 kg em vez de -60kg) e debateu-se com uma adversária mais pesada (-70kg), pelo que partiu em desvantagem. As contrariedades não beliscaram a prestação da atleta que, confiante, venceu a oponente oriunda da Turquia. “Pensei que ia ser mais difícil, porque era uma atleta de fora do país, mas acabou por ser fácil”, contou.
Já Vera Soares, a estrear-se na variante low kick, não conseguiu suplantar a adversária polaca, nas meias-finais, apesar “de ter feito um excelente combate”, garante a treinadora Nádia Barbosa. A atleta explicou que acabou por ser “prejudicada pela árbitra, que considerou regras diferentes das praticadas em Portugal”. Ainda assim, ganhou a medalha de bronze e orgulha-se disso: “Sair de lá com uma medalha já é muito bom. Na escola vou ser reconhecida por toda a gente”.
Também Vanessa espera ser recebida na escola como uma campeã. “Já sei que me vão dizer ‘parabéns, Vanessa’ e ‘és a maior já não me meto contigo’”, contou, entre risos.
O kickboxing contribuiu para que melhorassem nos estudos e este resultado foi um dos motivos que fez a empresa Rede Ambiente apoiar o projeto e a viagem das jovens a Dublin. “Ajudamos porque vimos que este projeto é pertinente e bom para as crianças e jovens que estão numa situação de carência”, explicou Marialva Ferreira, representante da empresa.
Daniela Esteves, presidente da delegação da Trofa da Cruz Vermelha, admitiu que a conquista de medalhas superou as expectativas. “Elas não foram com a pressão de trazerem medalhas mas com a responsabilidade de fazer uma boa prestação”, frisou.
A responsável pela instituição espera que este feito faça com que o projeto seja mais reconhecido localmente, porque “a nível nacional já ecoa e até é bandeira na Cruz Vermelha”. “Se estes prémios não vêm reforçar a importância deste projeto, então não sei que mais temos de fazer para que este consiga ter mais apoios a nível local”, sustentou.
Os treinadores Nádia Barbosa e Luís Ferreira não escondem o orgulho pelo facto de o esforço que fazem para apoiar, graciosamente, estes jovens darem frutos tão significativos. “Estas crianças, que nunca tiveram tantas oportunidades e facilidades na vida, quando se veem num local onde são aceites como são, agarram essa oportunidade e surpreendem. E nós dedicamo-nos a eles, somos como uma família. Deixei o meu filho e o meu marido e sacrifiquei as minhas férias para ir com elas a Dublin”, contou Nádia. Por isso, defende que “o projeto devia ter mais apoio” da comunidade porque, enquanto os colegas da seleção “têm tatamis, ringues e podem treinar a qualquer hora em ginásios”, os atletas do Cross Stars “só contam com a própria vontade e com os professores”.
Atualmente, o projeto Cross Stars integra socialmente através do desporto mais de 20 crianças e jovens.

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Trofa perde mais uma parte da sua história – Parte 1

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Dia 2 de setembro de 2016 ficará para sempre marcado nas páginas da história da Trofa, por aquilo que alguns apelidam de “avançar rumo à modernidade”. Bem sei que alguns dirão, mas afinal o que aconteceu de importante no dia 2 de setembro? Não tive conhecimento!!!
Outros: Ah…, foi o dia do passeio sénior 2016 a Lamego com a presença do Sr. Presidente da Câmara, Dr. Sérgio Humberto. Mesmo de férias não podia perder a oportunidade de acompanhar os 1400 seniores que foram a Lamego.
Pois bem, com todo o respeito pelos seniores da Nossa Trofa, porque a todos considero e respeito como fonte de experiência de vida e saber, foi também nesse dia, que todos Nós e estes inclusivamente, viram desaparecer um pedaço da história da Trofa.
Mas a história mais remota deixarei para uma próxima crónica.
Hoje gostaria de partilhar alguns factos que me parecem relevantes para conhecermos a forma de governar a Trofa e a forma … pouco transparente, (e mais não digo) como se gerem processos que considero importantes para a memória coletiva de todos.
Como sabem a Ponte da Peça Má deixou de ser utilizada pela Linha de Comboio de Guimarães desde 2002, altura que a troco de uma promessa de trazer a modernidade, uma vez mais, com a promessa do transporte público metropolitano, o Metro, desativaram e removeram essa linha para dar lugar à linha do Metro à Trofa que até hoje não saiu do papel, com responsabilidades para todos os partidos do arco do poder, incluindo PS, PSD e CDS.
Mas se esta aspiração de justiça, com o alargamento da Linha do Metro à Trofa, é insistentemente dada como uma luta nunca esquecida ou perdida, tal já não se poderá dizer em relação à defesa da “Ponte da Peça Má”.
Esta ponte hoje já não existe, perdeu-se na inércia e decisão de um executivo que afirma a decisão de nada fazer como um ato de gestão, permitindo que a Metro do Porto tomasse a decisão de a demolir, sem ouvir ou conhecer pareceres ou alternativas que permitissem conciliar a necessidade de segurança (consensual) com a preservação de uma ponte com história.
Despromovida inclusive de “ponte” a “pontão”, a Câmara em comunicado, laconicamente, lava suas mãos como Pilatos e afirma “A demolição do Pontão do antigo caminho de ferro, localizado no lugar de Peça Má, na EN14, é da exclusiva responsabilidade da Metro do Porto”, como se a Câmara não pudesse tomar posição em tempo útil, para pelo menos cumprir com a palavra do seu presidente, Dr. Sérgio Humberto.
Sim, porque o Dr. Sérgio Humberto, presidente da Câmara Municipal da Trofa na Assembleia Municipal de 28 de dezembro de 2015, quando questionado pelo Sr. Comendador Eurico Ferreira afirmou, perante todos os presentes, e passo a citar:
“(…) Não é o Sérgio Humberto, como disse o Senhor Presidente da Junta, o Carlos Martins, não é o executivo, o Prof. António Azevedo, o Vereador Renato Pinto Ribeiro, a Vereadora Lina Ramos, o Dr. Magalhães Moreira, a Dra. Teresa Fernandes, apenas, os que vão decidir isto. Obviamente, eu já tive oportunidade de falar com o presidente da freguesia do Muro, porque nós hoje estamos cá e amanhã não estamos, e portanto nós temos um legado para deixar, se, e como eu ia dizer, anteriormente o comendador Eurico Ferreira, que tem a honra de pertencer “COP – Conselho Consultivo Pró-Economia”, se já debatemos e foi lançado um dia, porque não, sonhar de recuperar a Ponte Pênsil da Trofa, e portanto já foi lançado esse desafio, portanto, não queremos ser incoerentes e de avaliar este valor patrimonial. (…)”
Fonte: Ata n.º 18 da Assembleia Municipal de 28 de dezembro de 2015, aprovada na Assembleia Municipal de 26 de abril de 2016 com a Presença do Dr. Sérgio Humberto.
Pois… Mas se estas afirmações foram convictamente afirmadas pelo Dr. Sérgio Humberto, edil do Nosso Município, a verdade é que ou não tem palavra, ou esta de pouco vale junto dos seus pares.
No próximo número continuarei a apresentar-vos informações factuais acerca deste tema.

(continua em próxima edição)

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Uma ponte com que valor?

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A Câmara Municipal e a Metro do Porto estão do mesmo lado na hora de responder sobre a valia patrimonial e arquitetónica da ponte. Argumento não comungado por muitos trofenses, como o historiador Moutinho Duarte e o empresário Eurico Ferreira, que foram duas das vozes que se levantaram em defesa da ponte.

A autarquia, em comunicado publicado na internet, afirmou que consultou “os serviços competentes”, que “concluíram” que “não encerra qualquer valor patrimonial arquitetónico ou cultural, sendo que o próprio Plano Diretor Municipal da Trofa não o qualifica como salvaguarda patrimonial classificada ou em vias de classificação”.
Já a Metro do Porto, em resposta às questões enviadas pelo NT, afirmou que “a infraestrutura não tem – nunca tal foi formal, oficial ou sequer academicamente documentado -, qualquer tipo de valor patrimonial ou arquitetónico” e que “há mais de 14 anos -, esta infraestrutura tornou-se desnecessária e inútil, constituindo apenas um pesado encargo, dados os custos da sua manutenção, uma responsabilidade e um risco”.
Esta posição choca com as declarações de Conceição Campos, membro do executivo da Junta de Freguesia do Muro, na noite da demolição, que afirmou que falou “com a arqueóloga da Metro do Porto, que fez um estudo que apresentou à empresa, no qual referia que a ponte deveria ser considerada património cultural e que não deveria ir abaixo, mas sim fazer-se uma intervenção, uma vez que uma alteração à estrada daria para solucionar o problema” da circulação rodoviária e que foi um dos argumentos da Metro do Porto para justificar a demolição.
Por outro lado, houve outras vozes que se levantaram e que exaltaram a valia patrimonial, histórica e arquitetónica da infraestrutura. Algumas fizeram-se ouvir há já muitos anos, quando se colocou em cima da mesa, pela primeira vez, a possibilidade da demolição. O historiador Moutinho Duarte, do Muro, foi um dos rostos da defesa da ponte, que já em 2007, em artigo publicado no antigo Jornal da Trofa, defendia que esta – nascida em propriedade do avô materno – era uma “obra de arte emblemática da freguesia de S. Cristóvão do Muro”, com “vão de 19 metros e arco de 89 aduelas”. “Inutilidade futura? E o aqueduto de Vila do Conde, ainda serve para abastecer de água o Convento das Clarissas? Ameaça ruir? E a ponte da Carriça, sob a qual passava o comboio, que foi à pressa – e ainda está! escorada?”, argumentava.
Naquele artigo, publicado a 15 de junho de 2007, Moutinho Duarte temia que a ponte, tendo precedido ao seu nascimento, também lhe precedesse na morte. Foi o que aconteceu.
Outro dos “gritos de alerta” foi dado pelo trofense Eurico Ferreira que, na Assembleia Municipal de dezembro de 2015, considerava a demolição “um crime” e apelava a que não se fizesse “a mesma coisa” que se fez à Ponte Pênsil. “(A Ponte da Peça Má) é uma obra de arquitetura, não tem uma fissura nem uma pedra deslocada, tem é agressões, mas é uma obra para durar séculos e séculos”, defendeu. Mas durou apenas mais oito meses.
Já Manuel Silva, vereador do Partido Socialista da Câmara da Trofa, que também defendeu, em muitas ocasiões, a preservação da ponte, explicou ao NT que a estrutura “tinha um valor material pela natureza da construção em alvenaria”, que era “símbolo de uma época e de um tempo em que o ferro já estava a substituir a pedra”. “Procurei pelo país e não encontrei nenhuma ponte com um arco daquelas dimensões, com aquele número de aduelas e dimensão de vão”.
Mas “também vale do ponto de vista imaterial”, defende, porque “fazia parte da paisagem” e “ainda podia ter uma função”. “Ela estava feita para a eternidade”, considera.
A exercer funções de vereador sem pelouro, eleito pelo PS, Manuel Silva preparava, “para setembro”, a apresentação de uma moção na autarquia para levar o executivo camarário a “rapidamente sinalizar a aproximação à ponte, dando-lhe condições mínimas de segurança” e “fazer estudos necessários como é que podia ser resolvida a situação” da circulação rodoviária. Para Manuel Silva, a demolição “foi um desrespeito pelo património, pela memória e pelas pessoas que acreditaram que se encontraria melhor solução e para isso não foi tudo feito”.
“Quem não preserva o passado, não consegue assegurar o futuro”, lamentou.

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