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Edição 521

Trofa pós-industrial

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Ricardo Garcia

Tal como diz a introdução do artigo que saiu na última edição deste jornal sobre a degradação da zona envolvente à antiga estação, esta vai estar sempre presente na história da Trofa. Peça charneira no desenvolvimento do nosso concelho, a sua importância ultrapassa o mero registo histórico do desenvolvimento económico: a antiga estação é o talvez o elemento mais importante no imaginário dos trofenses, sendo eles nativos ou não. Todos nós temos um laço afectivo com o espaço, pois foi durante décadas o espaço de modernidade da nossa terra. Sempre que ergo a cabeça para ver realmente o actual estado de degradação, sou assaltado por revolta e amargura. É uma verdadeira chaga urbana; um verdadeiro exemplo para tudo o que não se deve fazer.
Tal como em muitas cidades, novos pólos de desenvolvimento são criados e por norma as populações não reagem negativamente. Embora ainda exista alguma nostalgia, a opção pela construção de uma nova estação não sofreu oposição dos trofenses. Mas o resultado é antagónico: de um lado temos uma estação do séc. XXI, no meio um modelo urbano do séc. XIX e na outra ponta um parque também do séc. XXI. Pode ser antagónico mas com certeza que não é incompatível. Numa sociedade saudável, o novo deve estar em harmonia com o antigo. Aqui surge a sensibilidade (ou a falta dela) dos poderes centrais e locais e a incompreensível falta de articulação. A Trofa deveria ter assegurado intransigentemente a requalificação do espaço perante uma empresa profundamente estúpida como a REFER. Qualquer pessoa que tenha uma noção de urbanismo sabe que o espaço é fulcral para a vida da cidade. Mas se a REFER não encontra ninguém nos seus quadros capaz de ter esse discernimento, a Trofa têm massa critica e gente com formação na área.
Depois temos a antiga fábrica Abílio Lima. Edifício multifunções como na reportagem lemos, esta antiga unidade fabril pode ter uma nova vida voltada para a cidade. Exemplos não faltam: Fábrica Asa em Guimarães, Centro Cultural e de Congressos de  Aveiro ou o Fórum Cultural de Ermesinde.
Importante também é não deixar que o espaço se torne numa metáfora da própria cidade.

(Por decisão pessoal, o autor  do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico)

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