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Edição 453

Trofa já tem Escolinha de Rugby

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Nasceu na Trofa a Escolinha de Rugby, aberta a jovens entre os seis e os dez anos que pretende dar uma resposta desportiva e de caracter social.

A partir do dia 20 de dezembro, sexta-feira, o concelho da Trofa passou a contar com mais uma modalidade: o râguebi. A Escolinha de Rugby da Trofa (ERT) é “uma instituição sem fins lucrativos”, que tem como objetivo “a representação e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos jovens e crianças na área da integração social, com especial atenção para a tríade educação, saúde e desporto”.

Segundo a diretora da ERT, Daniela Vieira, a ideia de desenvolver este projeto está relacionada com a “vaga experiência” de educadores sociais, profissão que partilha com Ricardo Costa, também diretor da escola, que trabalham “com crianças e jovens há já alguns anos, nomeadamente com adolescentes numa fase de delinquência e depois de terem cometido crimes”. “Nós percebemos que a nossa intervenção através do râguebi, uma modalidade considerada também inclusiva, nos iria permitir intervir com estes jovens”, explicou, salientando que a Escolinha vai “apostar na formação”.

Para dar seguimento a este projeto, Daniela e Ricardo estabeleceu uma parceria com a Escolinha de Rugby da Galiza, que tem “bastante resultado a nível de socialização, comportamentos, escolaridade e valores humanos”. Para Ricardo Costa “faria todo o sentido” desenvolver o projeto na Trofa por “não existir nada do género” e por ser “uma terra que gostava de desporto, apesar de estar muito vocacionada para o futebol”.

Para dar a conhecer o projeto e a modalidade, os diretores visitaram as escolas do concelho. Segundo Ricardo Costa, a experiência “correu muito bem” e os “miúdos adoraram o râguebi, gostaram e mostraram interesse” em fazer parte da Escolinha, que vai contar com “um conjunto de voluntários” que permitam dar “todas as condições para que os miúdos possam praticar râguebi em segurança e também crescer intelectualmente”.

A ERT é “aberta a qualquer criança”, independentemente da “idade, altura, peso e capacidade física”, e vai funcionar às segundas e quartas-feiras, entre as 18 e as 19 horas, nas instalações do Parque de Jogos da Ribeira do Atlético Clube Bougadense (ACB). A escolinha, que será mista e para “crianças dos seis aos dez anos”, vai funcionar de “forma integrada”, envolvendo “as famílias e a comunidade”, pois só assim “funciona”. Fazer parte da associação “não tem mensalidade, mas uma participação simbólica de 2,50 euros como comprometimento”.

Atualmente, a Escolinha conta com o apoio da Câmara Municipal da Trofa, através de “toda a logística e nos contactos com os agrupamentos de escolas”, Junta de Freguesia de Bougado, que “permitiu o acesso ao campo”, e o “ACB”, que “teve um papel importante” por lhes “abrir as portas”.

O coordenador técnico da ERT e diretor técnico regional Norte, Miguel Moreira, contou que o objetivo da escolinha é participar em “todos os convívios e torneios de râguebi juvenil da Associação de Rugby do Norte”. “Não há qualquer tipo de competição. Os miúdos jogam por jogar, para se divertirem e o que conta aqui são os valores do râguebi que são o que mais defendemos acima da vitória”, mencionou, declarando que a Escolinha conta com “cerca de 18 atletas”, divididos pelos escalões “sub8 e sub10”.

Miguel Moreira contou que o râguebi é “um desporto de brutos jogado por cavalheiros”, em que “os valores são a base e a essência do jogo”. “Os jogadores disputam a bola, há bastante contacto físico durante todo o jogo, mas no final são todos amigos e não fica nenhuma quezília, não há nenhuma confusão maior e acabamos todos amigos. Aliás, o que caracteriza o jogo de rubgy é no final as equipas fazerem um corredor onde se aplaudem umas às outras”, demonstrou.

A modalidade é jogada por “miúdos de várias idades”, sendo que “em todas as idades é jogado de forma diferente”, em que “a dimensão do campo também varia consoante o escalão”.

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O projeto começou a ser delineado “há cerca de nove meses” e desde o início contou com o apoio de António Azevedo, vice-presidente da Câmara Municipal da Trofa, quando ainda era presidente da Junta de Freguesia de Santiago de Bougado, que ficou “logo agradado” e o aconselhou a “avançar”. Depois das eleições, os diretores foram ter com António Azevedo para lhe apresentar o projeto. “Direcionei-o imediatamente para o setor do Desporto e, hoje (sexta-feira) estamos aqui para a inauguração deste magnífico projeto de inclusão de crianças de apoio gratuito”, afirmou o autarca, acrescentando que o projeto também vai ter “apoio físico, mas também apoio académico nas atividades letivas”.

Projeto é replica da Escolinha da Galiza

Este projeto desenvolvido na Trofa é uma réplica Escolinha de Rugby da Galiza, que surgiu a 30 de setembro de 2006 através de um projeto da Casa Misericórdia de Cascais da Casa Grande Galiza, situada em S. João do Estoril, com o objetivo de “dar uma resposta desportiva e de carácter social, acima de tudo, não esquecendo a escola, a saúde e a componente afetiva dos jogadores, tendo sempre como principal atores as famílias”.

A ideia surgiu através de uma necessidade, segundo contou Rómulo Usta, coordenador desportivo da Escolinha Rugby da Galiza: “Tivemos, em 2004, utentes nossos a jogar râguebi em clubes quer em Cascais, quer em Lisboa, só que por questões logísticas não conseguíamos assegurar este tipo de transporte, diariamente, e no final do ano decidimos então abrir uma escolinha de râguebi”.

A Escolinha da Galiza tem escalões “desde os mega-bambis (três aos cinco) até aos sub-18, passando por um escalão feminino”. Valores como “compromisso, respeito, aceitação da diferença, entreajuda e entrega”, são “sistematicamente pedidos aos jogadores quer nos treinos, quer nos jogos”, pois o que se pretende é que sejam “um grupo forte, coeso e com entreajuda”. “Os nossos valores passam acima de tudo não por fazer deles grandes jogadores e campeões, mas para lhes dar um grande complemento desportivo e social, que passa pelos apoios escolares, alimentares, pela parte da saúde e também pela parte social”, concluiu, referindo que Daniela e Ricardo identificaram-se com esta “missão”.

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