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“Sentimos ser nossa missão promover a disseminação das práticas inovadoras nos cuidados à pessoa idosa”

A Santa Casa da Misericórdia da Trofa promove, a 8 de março, o seminário internacional sobre práticas inovadoras nos cuidados à pessoa idosa.

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A Santa Casa da Misericórdia da Trofa promove, a 8 de março, o seminário internacional sobre práticas inovadoras nos cuidados à pessoa idosa. A iniciativa está assente em três partes, com a primeira a incentivar a “uma reflexão conceptual sobre cuidados humanizados”. Estão ainda programados dois painéis para abordar “a importância de uma prática institucional que estimule a formulação de projetos de vida, promova a reconstrução do sentido de utilidade dos idosos institucionalizados e evidencie o papel da restauração holística na promoção de cuidados humanizados. O evento dará também aos participantes a oportunidade de conhecer exemplos de práticas bem sucedidas a nível nacional.

Em entrevista ao JA, Zélia Reis, diretora da Misericórdia e líder da comissão organizadora do seminário, revelou que este pode “alertar consciências e semear vontades de abandono de modelos assistencialistas, seguindo o rumo da inovação que garante a prestação de cuidados que dignifiquem a condição de se ser pessoa”.

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As inscrições estão abertas até 1 de março e podem ser feitas online, em www.misericordiadatrofa.pt.

Jornal do Ave (JA): Qual o propósito principal do Seminário?
Zélia Reis (ZR):
Com este evento pretende-se sensibilizar os agentes sociais para a necessidade de se abandonar a conceção instrumental dos cuidados à pessoa idosa, o que implica a redefinição da prestação de cuidados como um processo social complexo. Este processo compreende a identificação e reconhecimento das suas necessidades, a resposta a essas necessidades e a avaliação da forma como essa resposta é apreendida pela pessoa.
Tal implica não reduzir o papel da pessoa idosa ao de simples beneficiário de cuidados. Ao invés, exige que seja valorizado o seu contributo para o processo do cuidado, desde a conceção do seu plano individual ao contexto da interação com quem cuida, pares e familiares, produzindo-se grande impacto no seu bem-estar e daqueles que asseguram a resposta às suas necessidades.
Pretende-se que o Seminário seja um espaço de partilha de práticas inovadoras nos cuidados à pessoa idosa, que operacionalizam os requisitos deontológicos e legais do presente, a pensar no futuro.

JA: Torná-lo internacional teve como objetivo colher as práticas mais inovadoras que estão a ser colocadas em práticas nos países mais desenvolvidos?
ZR:
Este Seminário adquire esse estatuto pela participação de oradores estrangeiros e de oradores nacionais que exercem a sua atividade formativa em países como Singapura e Estados Unidos, que, com os seus saberes teóricos e práticos, nos trarão conhecimentos inovadores importantes para a reflexão, cada vez mais necessária, quanto às práticas institucionais no cuidado às pessoas idosas.
A Misericórdia da Trofa há muito que se vem inspirando nestes conhecimentos e adopta-os no seu quotidiano institucional.
Sentimos ser nossa missão promover a disseminação destes modos de fazer junto da comunidade de profissionais desta área de intervenção. Daqui resulta a promoção do Seminário.

JA: Além da vertente prática do que os participantes aprenderão, será feito algum tipo de reflexão sobre como está, neste momento, a área dos cuidados aos à pessoa idosa?
ZR:
Explicitamente não o será. Contudo ao lançarmos reflexões conceptuais e darmos a conhecer modos de fazer diferenciadores, certamente, se estará a contribuir para alertar consciências e semear vontades de abandono de modelos assistencialistas seguindo o rumo da inovação que garante a prestação de cuidados que dignifiquem a condição de se ser pessoa, independentemente, da idade.

JA: As chamadas “terapias alternativas” cabem neste futuro?
ZR:
Claro que sim! As terapias alternativas, que designamos de terapias não farmacológicas, são aplicadas a casos muito específicos como o sejam as pessoas portadoras de doenças neurocognitivas.
Na Misericórdia da Trofa, cuidamos segundo a metodologia de Cuidados em Humanitude e dispomos de diversas terapias não farmacológicas de que são exemplo: Roboterapia, Terapia Multissensorial Snoezelen, Musicoterapia, Terapia das Bonecas, Treino de Atividades de Vida Diária, Estimulação Cognitiva, Toque Terapêutico, entre outras.
Por vezes, estas terapias chegam mesmo a serem substitutas de intervenções medicamentosas com efeitos na redução de casos de polimedicação e, igualmente, comprovados quanto aos efeitos na redução de agitação, aumento de bem-estar emocional e ganhos cognitivos, a par de ganhos físicos.
Uma intervenção multidimensional e atenta a cada individualidade promove maior qualidade de vida e bem estar às pessoas idosas.

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