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Edição 466

Semana da Leitura termina com homenagem à poesia (c/video)

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Os últimos dias da Semana da Leitura foram dedicados à poesia. Mural da poesia na Estação do Muro e sarau na Biblioteca dos Bombeiros foram dois dos momentos altos da iniciativa.

“Uma casa vazia// Um comboio roubado// Trilhos retirados// Calçada levantada// Granito vendido// Postes derrubados// Passageiros desesperados// Trabalhadores não transportados”. Estes são os versos iniciais do poema de Manuel Pinto, habitante da freguesia do Muro, que jaz na fachada da Estação daquela freguesia, desativada no início do milénio.

O texto poético é um dos que reveste de emoções aquele edifício, que há muito se tornou o retrato mais fiel do sentimento da população murense, que também se sente abandonada pelos governantes da capital.

O metro foi apenas um dos temas abordados nesta iniciativa da Junta de Freguesia -, que se associou à Semana da Leitura organizada pela autarquia trofense -, mas aquele que, irremediavelmente, se revestia de maior carga emocional.

Foi até argumento para o presidente da Junta, Carlos Martins, lançar o desafio ao presidente da Câmara, Sérgio Humberto, para falar do ponto de situação do processo. Às palavras, já muito ouvidas, de “injustiça” e do “dever” do Governo de cumprir a promessa, Humberto juntou a informação de que a autarquia “está disposta a ir até às últimas consequências” para ter o metro, abrindo a porta a uma possível ação “no Tribunal Europeu” contra o Estado português “devido aos danos causados” para que “o metro no concelho na Trofa nunca seja esquecido”.

Sérgio Humberto afirmou que “é difícil” o metro chegar “ao centro da cidade” nos “próximos seis, sete anos”, adiantando que não vai deixar de “defender” a construção da linha “numa primeira fase, até à freguesia do Muro”.

Políticas à parte, também houve quem declamasse sobre o Tanque da Venda Velha, lá da freguesia, a primavera e o amor.

Segundo Conceição Campos, secretária da Junta de Freguesia do Muro, o executivo “já tinha pensado” numa atividade do género “há algum tempo”, mas agarrou o desafio lançado pela autarquia, aproveitando para “convidar o professor António Sousa”, pelo trabalho desenvolvido na Trofa no mandato anterior, no âmbito do “Vou ao café…ouvir poesia”.

Sérgio Humberto considera que esta iniciativa possibilitou tornar o espaço da Estação “mais alegre, com poemas, em que as pessoas foram expressando os seus sentimentos”.

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Sarau poético na Biblioteca dos Bombeiros

A poesia, cujo Dia Mundial foi assinalado a 21 de março, também esteve em destaque na Biblioteca da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa. As poetisas Bernardete Costa e Carla Valente participaram numa tertúlia onde as palavras deram voz às emoções.

A primeira considera que Portugal é lugar de todo o tipo de poetas: “Os bons, os assim-assim e os maus”. Já no que diz respeito ao consumo de poesia, considera com a crise “não se compra o alimento da alma”. “Cada vez se compra menos poesia. Somos um povo poético, romântico, mas essencialmente leitor de poesia, não comprador”, defendeu.

Esta foi uma das atividades que a Biblioteca da Associação Humanitária desenvolveu ao longo da Semana da Leitura. Também houve lugar para um teatro de sombra, uma hora do conto e uma ação de angariação de livros infantis. Ao doar um livro, a criança levava para casa “uma prenda”, contou Ana Luísa Oliveira, responsável pela Biblioteca.

Assim como na Estação do Muro e na Biblioteca da Associação Humanitária, os murais de poesia espalharam-se por todo o concelho, através das escolas, juntas de freguesia e Casa da Cultura. O objetivo era descentralizar a atividade cultural e atrair o maior número de pessoas, principalmente as crianças. “O primeiro objetivo desta Semana da Leitura é incutir o hábito nas crianças, porque ler não é perder tempo, mas sim ganhar conhecimento e cultura. Mas as juntas mobilizaram muitas pessoas, o que é de enaltecer. Esta maior envolvência e descentralização agrada-nos e é uma aposta para o futuro”, explicou.

A poetisa Carla Valente, que também leciona no 1º ciclo, não tem dúvidas: “Tudo aquilo que se semeia, mais tarde se irá colher. A poesia não é diferente. Crianças sensibilizadas e incitadas a amar poesia terão frutos mais valiosos no futuro”.

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