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Edição 429

Que a minha liberdade conviva com a sua

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A raiva que muitos sentem em relação à classe política tem vindo a crescer, principalmente após os atos eleitorais em que cada um deposita na urna um voto de esperança, que diminui muitas vezes logo no dia seguinte e que se vai desvanecendo cada dia que passa. O aumento dessa raiva, muitas vezes contida sabe-se lá porquê, vem das promessas por cumprir pelos políticos eleitos, que quando chegam ao poder, invariavelmente fazem o contrário do que prometeram. O caso dos aumentos de impostos é paradigmático!

É verdade que não se pode esquecer que “eles”, os políticos somos “nós”, pois vivemos numa República, portanto “eles” fazem parte da sociedade onde estamos inseridos, convivem connosco, não nos são estranhos. Quando se elegem os políticos para governar é porque se acredita que eles farão o melhor que sabem e podem, em prol da nossa felicidade. É para isso que os elegemos.

Quanto maior tem sido a expetativa nos políticos, maior tem sido a frustração. Tem sido assim desde a “Revolução dos Cravos” em que as expetativas foram elevadas e depois foi aquilo que se viu: desilusão, tristeza, descrença e raiva. Foram eleições e mais eleições; depois das promessas veio a desilusão; com os diferentes governos veio a tristeza; com os atos eleitorais veio a descrença; com o decorrer do tempo veio a raiva aos políticos e também à política. Infelizmente para a democracia.

Foi o desbaratar de fundos comunitários em obras, muitas delas faraónicas e inúteis em troca do “abate da fruta e da frota”; foi a entrega dos principais negócios de estado ao grande capital; foi a nacionalização de bancos, com o estado a assumir todos os prejuízos; foi a celebração dos ruinosos contratos de parceria público-privada, com todos os lucros garantidos aos concessionários, correndo o estado todos os riscos; foi o aumentar constante dos impostos, mesmo depois das promessas feitas em sentido contrário; etc… etc… etc… O que poderiam esperar os políticos, depois de tudo isto? Obviamente a raiva a crescer nos dentes dos portugueses!

Pode ter uma opinião contrária, mas que a minha liberdade conviva com a sua. É urgente sensibilizarmo-nos e em solidarizarmo-nos com os nossos concidadãos, que vivem uma situação calamitosa e dramática. É uma vergonha que deveria envergonhar todos nós, pois é uma vergonha nacional: um milhão de portugueses que estão no desemprego; dois milhões de portugueses que estão na pobreza; quatro milhões de pessoas como nós que estão no limiar da pobreza.

É uma calamidade social, que exige a mobilização de todos, a começar pelos políticos – desde o Autarca ao Presidente da República, passando pelos Deputados e pelos Governantes -, que têm o dever de se entenderem para encontrarem uma solução eficaz, o mais urgente possível. Precisa-se de um pacto generalizado a toda a sociedade a favor dos portugueses, principalmente dos mais desfavorecidos. Será assim tão difícil? Parece que não. O que é preciso é vontade. Vamos a isso!

José Maria Moreira da Silva

moreira.da.silva@sapo.pt

www.moreiradasilva.pt

 

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