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Edição 419

PER pode reduzir passivo do Trofense em 60 por cento

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Assembleia-geral do Clube Desportivo Trofense vai discutir o Processo Especial de Revitalização (PER) e a constituição de uma Sociedade Desportiva. O NT explica-lhe o que vai estar em cima da mesa.

 “Não teríamos agarrado este projeto nem estaríamos com todo este esforço a construir o futuro se não acreditássemos que isto era para continuar”. Este é o pensamento que justifica todos os processos que estão a ser levados a cabo pela direção no Clube Desportivo Trofense rumo à viabilização económica. O “esforço” referido pelo presidente Paulo Melro só fará sentido se o emblema garantir a manutenção no futebol profissional, ou seja, evitar a descida de divisão da 2ª Liga. O dado ainda não é adquirido e a certeza só poderá chegar na última jornada.

Mas o timing dos diretores não é o mesmo dos jogadores e, por isso, ainda antes do final do campeonato, há que garantir a continuidade do clube na liga profissional, ou seja, conseguir a viabilização do Processo Especial de Revitalização (PER) e concluir o processo de criação da Sociedade Desportiva Unipessoal por Cotas (SDUC).

Antes de estes assuntos serem discutidos na Assembleia-geral, marcada para as 14 horas de sábado (20 de abril), o NT e a TrofaTv entrevistaram Paulo Melro, que fez um balanço de pouco mais de meio ano de mandato.

Os primeiros passos desta direção, quando tomou posse, foram pôr-se ao corrente da situação financeira do clube, “reorganizar métodos” e dar seguimento ao Processo Especial de Revitalização (PER), que poderá reduzir o passivo do Trofense em cerca de 70 por cento, que representa a média de perdão dos credores.

Segundo Paulo Melro, atualmente, o saldo negativo “anda por volta dos sete milhões de euros”, mas com a aprovação do PER, “sofrerá uma redução muito grande para a ordem dos dois milhões”. No plano de recuperação económica – onde estão descritas todas as dívidas do clube e através do qual se processa uma negociação com todos os credores – está previsto um prazo de pagamento de “pelo menos 12 anos de alguns créditos”. As primeiras dívidas a serem saldadas serão as “dos funcionários e jogadores, depois aos fornecedores e, em paralelo, as que estão relacionadas com o fisco e a Segurança Social”, cumprindo “o que está estipulado na lei”. Os últimos créditos a saldar serão “os empréstimos” de Rui Silva, antigo presidente do Trofense, e da sua empresa Quinta dos Miguéis. Na negociação, Rui Silva foi o credor que garantiu a percentagem de “perdão” mais elevada. “Rondará os 80 por cento”, asseverou Paulo Melro.

Neste momento, o atual modelo do PER espera a viabilização do tribunal, uma vez que “foi feita a votação, em janeiro”, mas entretanto apareceu outro credor a reclamar uma dívida, cuja reclassificação não recolheu o acordo “da direção, dos advogados e do administrador de insolvência”. Paulo Melro espera agora pela homologação do documento, salvaguardando que se o tribunal não der providência ao recurso, existem “vários caminhos para retomar a negociação”.

 

Clube obrigado por lei a constituir sociedade desportiva

Uma das “bandeiras” da lista de Paulo Melro à direção do Trofense era constituir uma SAD (Sociedade Anónima Desportiva) a médio prazo. No entanto, alterações legais anteciparam, com algumas adaptações, um passo que os responsáveis do clube só queriam tomar em dois anos. Sempre acreditando que o emblema conseguirá a manutenção da 2ª Liga, a direção do Trofense terá que constituir uma Sociedade Desportiva para conseguir inscrever a equipa nos campeonatos profissionais.

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A opção da direção é a criação de uma Sociedade Desportiva Unipessoal por Cotas (SDUC), que apresenta algumas diferenças relativas à SAD, desde logo o capital necessário: enquanto a primeira pode ser constituída com 50 mil euros, a SAD obriga à injeção de 200 mil euros.

A SDUC, cujo único sócio é o clube e o diretor executivo será o presidente do clube, é “uma forma mais portátil” de resolver o problema do direito de inscrição. Para esta entidade serão transferidos todos os contratos profissionais e semiprofissionais (eventuais jogadores de camadas jovens) de futebol.

O resto, jogadores da formação sem contrato, estádio e complexo desportivo, continuam na posse do clube. “Mesmo o modelo de SAD que estamos a tentar negociar, já contempla este princípio, ou seja, os investidores só estarão interessados na gestão do futebol não na gestão imobiliária”, salvaguardou Paulo Melro.

Apesar de os estatutos do clube permitirem a constituição da sociedade desportiva sem a aprovação dos sócios, “não passou pela cabeça” dos responsáveis da direção não discutir o assunto com a massa associativa. “O Trofense é de todos os sócios, por isso, todas as decisões fundamentais têm que passar por eles”, sublinhou.

O PER e a SDUC serão temas que estarão em cima da mesa da Assembleia-geral de sábado e que, pela sua natureza, mostram a esperança dos responsáveis do clube na continuidade nos campeonatos profissionais. “Será incompatível manter um PER (Processo Especial de Revitalização) ou fazer um projeto futuro entre investidores se não estivermos numa liga profissional. Por isso, a nossa luta é deitarmo-nos e acordarmos a pensar como manter os jogadores motivados dentro daquilo que são as nossas possibilidades, para ter o grupo unido para, no fim, termos uma grande alegria”, concluiu.

SDUC pode ser transformada em SAD

“Na SDUC, a cota é indivisível, ou seja, o clube não pode vender parte dela a ninguém, mas pode alargar o número de associados, constituindo, dessa maneira uma SAD”, explicou Paulo Melro. Esta é a intenção do presidente do clube que decidiu optar pela “decisão intermédia” antes de dar um passo “muito importante” na vida do clube.

A SDUC conta apenas com um sócio – o clube -, ao passo que a SAD tem de ter, pelo menos, cinco sócios (o clube tem de ter, no mínimo, 10 por cento das cotas, direito de veto e poder de decisão na cor de equipamento, hino, bandeira, etc.).

 

Paulo Melro acredita na equipa

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Tendo em conta a “saúde financeira do clube” e para “pagar atempadamente os salários”, a direção teve de optar por “privar” os jogadores de “algumas condições”, como estágios e viagens de véspera. No entanto, o presidente acredita na capacidade do grupo: “Conseguimos, dentro das nossas possibilidades e da disponibilidade do mercado, contratar jogadores que pudessem fazer os pontos que nos garantam a manutenção.

 

Votação do relatório de contas da época 2011/2012

Na Assembleia-geral também será colocado à discussão o relatório de gerência da temporada 2011/2012.

Segundo Paulo Melro, apesar “da grande redução dos custos”, registou-se “um aumento do passivo” (atualmente situa-se nos “sete milhões de euros”), devido ao “acerto” de algumas situações que têm a ver “com algum saldo a nível fiscal daquela época que não se conseguiu liquidar e também de processos relativos a jogadores, como os do Milton do Ó e do Charles Chad”. “Os resultados vêm, mais ou menos, em linha com que os que têm sido nos últimos anos. Nós fizemos um grande esforço de investimento e seu vai sendo diluído nas épocas subsequentes”, justificou.

O presidente do Trofense quis ressalvar o PER dará a “possibilidade de uma redução desse passivo” e que, “no final da outra época haverá um resultado extraordinário que, de alguma forma, vai compensar”, frisou.

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