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Edição 720

PCP quer Governo a preservar Castro de Alvarelhos

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Referenciado como um dos monumentos com maior valor patrimonial da região, o Castro de Alvarelhos foi, a 15 de junho, um dos locais da visita de trabalho da deputada do Partido Comunista Português, Ana Mesquita.

Os comunistas dizem-se preocupados com o estado do património que ajuda a contar a História de Portugal e por isso decidiu questionar o Governo sobre o que pensa fazer no futuro para a sua preservação.

“Há algum abandono por parte do Governo aos sítios arqueológicos do nosso País, que necessitam de um apoio maior, nós encaramos o património cultural como algo estruturante para Portugal, que tem um valor e enquadramento próprio, que deve ser valorizado, estimado e divulgado”, começou por dizer a deputada, que não deixou de assinalar a “coincidência” de, naquela manhã, estarem a realizar trabalhos de limpeza do espaço arqueológico em Alvarelhos.

Ana Mesquita considera que o Castro, assim como outros monumentos, tem sido alvo de uma “manutenção esporádica” e merecido “pouca atenção do ponto de vista do financiamento”, o que leva o PCP a defender que a preservação destes locais é matéria para ser da competência do poder central e não das câmaras municipais.

“Merece uma intervenção por parte do Governo, como merece o outro património, falando de castelos, palácios e museus. Falamos de uma rede de responsabilização do Estado, que deve colocar em igual patamar todo o património do País, para que haja uma coerência e não 308 políticas diferentes, uma por cada município”, argumentou a deputada.

A comitiva do PCP da Trofa acompanhou Ana Mesquita na visita e sublinhou a consonância da atuação do partido a nível local, justificada pelo facto de os comunistas, na Assembleia Municipal, não terem votado favoravelmente as últimas contas da autarquia, por considerar que “a Câmara dá pouca atenção às questões culturais e, particularmente, ao Castro de Alvarelhos”.

“Limita-se a uma limpeza dos terrenos envolventes e não há nenhuma evolução para, por exemplo, a criação de um centro interpretativo e envolvimento das escolas do concelho”, sublinhou Paulo Queirós.

É exatamente esta vocação pedagógica que o PCP quer ver potenciado neste e noutros monumentos nacionais. “Sabemos que, em princípio virão fundos com esse objetivo, mas devia haver uma valorização, quer ao nível de infraestruturas de apoio ao visitante, de sinalética e de conforto, que permitem que as pessoas fiquem aqui durante algum tempo e o espaço se torne convidativo”, destacou Ana Mesquita.

Recentemente, a Câmara Municipal da Trofa viu aprovada uma candidatura a fundos comunitários, com um investimento elegível de quase 438 mil euros, comparticipado em 85 por cento, com vista à promoção e valorização do Castro de Alvarelhos. A candidatura prevê, inicialmente, o melhoramento das condições e dos percursos de visitação ao Castro, no qual se inclui “a aquisição de um terreno”, assim como a qualidade dos acessos, e a continuidade de acompanhamento arqueológico e de investigação, assim como de conservação dos materiais do acervo.

“Esperamos que este projeto seja o início desses melhoramentos e que não seja apenas usado para fazer uma limpeza mais profunda e estar mais 10 ou 15 anos sem olhar para o local”, atestou Paulo Queirós.
Na candidatura está prevista a aquisição de um equipamento de monitorização, para contagem dos visitantes do Castro de Alvarelhos.
No projeto, foram identificados como “novos públicos” a comunidade escolar, científica e associativa, famílias, turistas (nacionais e internacionais), visitantes com mobilidade reduzida e com deficiências visuais ou auditiva. Para estes últimos, haverá informação gráfica em braille e um documentário bilingue traduzido para língua gestual. Está ainda prevista a realização de uma exposição itinerante, com divulgação à escala nacional.

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O Castro de Alvarelhos é um dos maiores povoados do Noroeste Peninsular. A localização junto de uma importante via romana e o valor dos objetos ali encontrados indiciam a relevância do local, que teve ocupação até à Idade Média, como provam as ruínas de uma capela medieval, que se julga ter sido a primeira igreja de Alvarelhos. É também visível uma sepultura da época medieval, altura em que os corpos eram colocados “em local sagrado”.

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