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Edição 720

Festas dos Santos Populares

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As festas dos Santos Populares, ou festas juninas, homenageiam três santos católicos, a saber: Santo António, no dia 13 de junho, São João Baptista, no dia 24, e São Pedro, no dia 29.

Estas festas juninas têm origem em outras que se celebravam igualmente em junho (anteriores à era cristã), principalmente no hemisfério norte, e aconteciam durante o solstício do verão – a data que marca o dia mais longo do ano -, que acontece nos dias 21 ou 22 de junho.

Na Europa, no século X já se realizavam cultos à fertilidade no mês de junho; então a Igreja Católica, como não conseguia combater esses cultos, decidiu “cristianizá-los”, instituindo homenagem aos três santos (mais populares) no referido mês de junho. Já no século VII, Santo Egídio avisou os recém-convertidos de Flandres contra as antigas celebrações pagãs do solstício, ao dizer: “Nenhum cristão deve participar da festa de São João ou de qualquer outro santo e realizar ritos de solstício de verão, ou dançar, pular, ou entoar cantos diabólicos”.

Na atualidade, as festas dos Santos Populares são realizadas em muitas cidades europeias e em Portugal, onde as tradições são similares: saltos às fogueiras, danças noturnas pelas ruas, marchas e até “casamentos de Santo António”.

Resumo das biografias dos três santos populares
Santo António nasceu em Lisboa em 15 de agosto de 1195, com o nome de Fernando (“de Bulhões?”). Fez os primeiros estudos na Igreja de Santa Maria Maior (Sé de Lisboa) sob a direção dos cónegos de Santo Agostinho, tendo ingressado na Ordem como noviço no Mosteiro de São Vicente de Fora. Anos mais tarde, foi transferido para o Mosteiro de Sta. Cruz de Coimbra, a fim de aperfeiçoar a sua formação. Nesta época relacionou-se com os primeiros Missionários Franciscanos, que tinham chegado a Portugal em 1217 e estavam a caminho de Marrocos e começou a interessar-se pelo trabalho que eles estavam a realizar mormente na pregação do Evangelho e pediu autorização para se juntar a eles. Resolveu ir com eles também a Marrocos, mas ao chegar lá, foi acometido por uma doença e foi aconselhado a regressar a Portugal. No regresso, uma forte tempestade arrastou o barco para a Sicília (Itália) onde encontrou São Francisco de Assis.

Um dia foi convidado a fazer o “sermão” numa ordenação de frades, e, nessa altura, para surpresa de todos, foi proposto pelo Provincial da Ordem (dos franciscanos) para a evangelização e difusão da Doutrina Católica na Lombardia, e Pádua, onde veio a falecer a 13 de junho de 1231. Está sepultado em Pádua. Foi beatificado e canonizado no mesmo ano (1232) pelo Papa Gregório IX. É festejado em muitas localidades do nosso país, mas é a cidade de Lisboa que lhe dedica especiais comemorações durante quase todo o mês de junho. Santo António também é celebrado no concelho vizinho de V.N.de Famalicão.

São João (Batista) nasceu dois anos antes de seu primo Jesus Cristo, e faleceu no ano 28 d.C. Nasceu na Galileia, na época do rei Herodes. Seus pais foram o sacerdote Zacarias e Isabel. Apelidado de “O Precursor” e Profeta, começou a sua vida (pública) com a pregação “do arrependimento” porque estava próxima a vinda do Messias. Viveu alguns anos no deserto, vestindo roupa feita de peles de camelo e “comendo gafanhotos e mel silvestre”.
Quando Jesus foi da Galileia para o rio Jordão a fim de se encontrar com seu primo João para ser batizado, João procurou impedir o batismo, dizendo:” Sou eu que devo ser batizado por ti, e tu vens a mim?” Jesus respondeu: “Deixa como está. Porque devemos cumprir toda a justiça”. João Baptista concordou e batizou Jesus Cristo.

Prisão e morte de João Baptista: Um dia a (nova) esposa de Herodes (que tinha sido casada com o irmão Herodes Filipe) ficou aborrecida com João Batista por ele ter denunciado a ilegalidade do seu casamento com Herodes e ela solicitou ao (marido) que o mandasse prender. Passado algum tempo, no dia do aniversário de Herodes, a filha de Herodias (Salomé) dançou perante os convidados. O rei, já embriagado, fez um juramento: Que ela lhe pedisse o que quisesse, fosse o que fosse,… até metade do reino. E Salomé pediu a cabeça de João Baptista, numa bandeja.. E Herodes cumpriu o juramento, mandando decapitá-lo.

A igreja Católica celebra a festa (litúrgica) do nascimento de São João Batista, no dia 24 de Junho.

Mas, tal como as festas populares em honra de Santo António, há também muitas vilas e cidades que celebram, com diversos programas de índole popular, o santo “rapioqueiro” com arraiais, fogueiras, marchas populares, e cortejos. As cidades do Porto, Braga e Vila do Conde ornamentam-se durante o período das festas, convidando os “romeiros” para a “noite mais longa do ano”…

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São Pedro. É o último dos santos designados “populares,” a ser celebrado a 29 de Junho.

São Pedro foi um dos primeiros “discípulos” a ser convidado por Jesus para o seu “núcleo” apostólico. O seu nome inicial era Simão, filho de Jonas. Nasceu em Betsaida (perto do lago de Tiberíades, Galileia). Foi seguidor (discípulo), inicialmente, de João Baptista, com seu irmão André. Era casado e trabalhava com o pai e o irmão André na pesca.

Jesus, segundo os Evangelistas canónicos, fez de São Pedro o chefe da Igreja, aquando da sua vida terrena, com as seguintes frases: “…Doravante serás pescador de homens” e “ Tu és Pedro, sobre esta pedra edificarei a minha Igreja…” tornando-o chefe e “leader” dos apóstolos. A Igreja Católica considera São Pedro o primeiro Papa. Segundo historiadores e cronistas, São Pedro terá sido martirizado e morrido em Roma entre o ano 64 e 67 d.C.
Fogueiras, marchas, balões e sardinhas são os condimentos das festas populares que os foliões dedicam a este santo pescador e popular.

Este santo também é comemorado em muitas aldeias, vilas e cidades por esse Portugal fora. Na nossa região é particularmente celebrado na Póvoa de Varzim e Riba D’Ave.

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