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OS 20 anos do Concelho da Trofa

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José Manuel Fernandes é o Presidente da Associação Empresarial do Baixo Ave (Aeba) e o chairman da Frezite. 
Em entrevista ao jornal O Noticias da Trofa fala sobre os 20 anos de concelho da Trofa 


O Noticias da Trofa (NT): Lembra-se onde estava quando soube da criação do concelho da Trofa? Que expectativas tinha, à partida, sobre o que iria ser o futuro da Trofa passados 20 anos? Sente que essas expectativas foram cumpridas ou saíram defraudadas?

José Manuel Fernandes (JMF): Estava na FREZITE, quando recebi a notícia e não deixei de alimentar uma esperança e expectativas para se concretizarem, como cidadão desta região e mais em particular, como agente económico.

Foi evidente que as expectativas em todos nós Trofenses, eram elevadas, alimentadas pela emoção visionária de termos mais capacidade de intervenção e partilha pelos resultados na gestão dos destinos do concelho da Trofa.

Muitas das expectativas foram cumpridas, outras defraudadas por fatores externos que, propositadamente, prejudicaram os Trofenses e o seu projeto de concelho, e por insuficiência legislativa e de meios, em apoio à formação de novos concelhos.

A formação do concelho da Trofa foi em muito prejudicada por ausência de apoios concretos à sua implantação e pela rivalidade com Santo Tirso com um contencioso à mistura.

NT: A criação do concelho trouxe alguma vantagem ao desenvolvimento industrial e económico da Trofa? Se sim, quais foram as medidas políticas que influenciaram nesse resultado?

JMF: Quando nos tornamos concelho creio que as prioridades foram para o ordenamento, e criação de uma gestão de maior proximidade junto à população, as suas aspirações e necessidades. Por outro lado, deu-se prioridade às infraestruturas como água e saneamento, ou seja, falamos de saúde pública, que contribuiu para a dívida e esta para argumento da luta partidária.

Mas é bom que se diga que foi um investimento bem feito, pois hoje o concelho da Trofa é um exemplo em termos de abastecimento de água e saneamento com índices de cobertura dos mais elevados do país.

Aqui cabe dizer que a haver uma estratégia para o desenvolvimento do potencial industrial e económico que o concelho detém, houve boas estratégias, mas mal conduzidas e daí ter havido um desconforto na área da indústria e economia. Veja-se a situação da área de Localização Empresarial da Trofa (ALET), tão necessária, em que não houve capacidade de pôr de pé esta infraestrutura para o desenvolvimento do concelho e que chega até hoje, ainda sem concretizar, em que empresas, tinham expectativas de se redimensionarem e irem pra lá e que tiveram de desistir e outras por novos projetos.

Há sempre um salto positivo em relação ao desenvolvimento industrial e económico, pelo facto de sermos um concelho, em particular pela dinâmica atual na procura de soluções, por parte da autarquia, pois estão projetados no PDM dois novos parques empresariais a serem concretizados em associação com a construção da Variante, são duas áreas de elevado potencial de criação de riqueza para o concelho, pelas empresas que se instalarão, assim como do emprego que vão gerar.

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NT: O que faltou/falta fazer para que, hoje, a Trofa fosse ainda mais uma referência a esse nível?

JMF: Falta-nos a Variante e já agora o Metro. Não desistimos deste último. A Variante é um investimento de elevado potencial para o nosso desenvolvimento. Estamos bloqueados hoje e de mãos atadas.

É inadmissível o que se está a passar e o tratamento de falta de sensibilidade do Governo para com uma Região que é das que mais gera riqueza para o País. O Governo não nos tem ouvido e recebido e justifica-se com políticas de Bruxelas e com o controlo do défice. Isto traduz falta de visão sobre investimento público rentável para a Região e para o País.

A justificação mais recente e mais desajustada é que a Variante não se concretiza por ainda não estar pronto o Estudo de Impacto Ambiental da travessia do Rio Ave.

Isto ultrapassa tudo, porque estão a atirar areia para os olhos dos Trofenses e não só.

Não tenho dúvidas de que, com a Variante concretizada, os investidores no concelho da Trofa aumentam, assim como em Famalicão e Maia, e geram-se novas condições de desenvolvimento mais acentuado, até na construção e oferta da habitação isto se traduzirá.

NT:  Há alguns anos, já com a independência administrativa da Trofa, verificou-se a migração de algumas empresas para outros concelhos. Qual o sentimento atual dos empresários da Trofa relativamente ao território? O concelho consegue responder às exigências dos mercados e às necessidades das organizações?

JMF: De facto tivemos algumas empresas que saíram do concelho, cujos espaços deixados foram ocupados por novas empresas que se instalaram, ou por outras que cresceram.

Hoje temos dificuldade de responder às novas aspirações, porque todos os empresários sabem e sentem as dificuldades de nos movimentarmos, ou seja, a mobilidade de pessoas e bens é muito afetada, em particular às horas de ponta.

Também há um sentimento de esperança pela resolução deste mega-problema pela determinação do atual Presidente da Câmara em criar todas as condições para um desenvolvimento mais estruturado e pela atenção e sensibilidade que dispensa a tão importante estratégia.

Quanto à resposta aos mercados, são as empresas que o têm de fazer e saber ajustar a sua estratégia às novas oportunidades.

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A AEBA tem permanentemente procurado evidenciar as variáveis da competitividade junto das empresas com informação, networking, seminários de informação e de formação, projetos de desenvolvimento para as empresas apoiadas pelo P2020, e serviços.

Fomos e somos atores ativos, junto do poder autárquico para haver boas soluções perante problemas que se colocam às empresas todos os dias.

As acessibilidades e a mobilidade de pessoas e bens é o nosso maior problema e estamos certos que o município está preocupado e a trabalhar nas soluções.

Por outro lado, estamos a viver tempos difíceis, em geral no País e que no nosso concelho também é muito notório, que é a falta de Recursos Humanos Qualificados e não só.

NT: E os empresários da Trofa estão sensibilizados para as exigências de uma indústria cada vez mais automatizada?


JMF:
Os empresários da Trofa têm o ADN dos empreendedores do Norte, dinâmicos, flexíveis e determinados em concretizar os seus projetos. Temos no nosso concelho empresas e empresários extraordinários, com algumas marcas exclusivas para este concelho e da Região.

Uma indústria de bens e serviços moderna está no nosso ADN, temos uma base exportadora forte que é importante neste corredor da economia que começa em Braga, Guimarães, Famalicão, Trofa e Maia.

No futuro temos de ter melhores condições para a formação de Recursos Humanos Qualificados, tão essenciais às empresas da Região.

O caminho da Indústria 4.0 está a ser feito e estamos atentos ao futuro, a prepará-lo para recebermos mais empresas e novos projetos neste concelho.

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