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Edição 538

Opinião: Apenas um simples debate

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Ricardo Garcia

Ricardo GarciaEstes últimos dias têm sido agitados. Para aqueles que pensavam que o debate político na sua forma mais tradicional estava acabado tiveram uma surpresa com as audiências dos últimos a que temos assistido, tendo o frente-a-frente Passos/Costa atingindo a fasquia dos 3,4 milhões de telespectadores. A sua promoção foi muito bem feita pelos três canais generalistas e por vezes a mensagem que nos chegava era a de uma espécie de combate de boxe, ao estilo combate do século. Para tal expectativa, igual desilusão.

Em Passos Coelho ficamos a saber o porquê de não querer ir a mais debates. No mundo das sondagens, dos assessores e das jogadas nas redes sociais, estava tudo a ir bem até que apareceu Passos Coelho e tão escondido que ele andava. O jogo dos estrategas do PSD passa por recuperar a velha forma cavaquista: passar a imagem de Passos como primeiro-ministro, acima da quezília política, deixando o jogo sujo para a segunda linha (alô Paulo Rangel). Passos entrou com pose de estadista e saiu com ar de “eu queria era entregar uma piza ao Sócrates”. Do outro lado do ringue apareceu António Costa a jogar todos os trunfos. Entre a ligeira amnésia e o uso de gráficos (deve ter aprendido nos debates com António José Seguro), Costa começou o jogo “afinal quem chamou a troika?”. Neste ponto, parece que os dois parecem apostar em transmitir que afinal ninguém sabe muito bem quem chamou a troika e que esta foi uma espécie de aparição. Mas os portugueses não se esquecem da assinatura do PS/PSD/CDS no pacto de agressão.
Numa troca de palavras centrada mais no passado, não chegamos sequer a saber que pensamentos ou propostas têm estes dois políticos para Portugal. Aliás, de todos os debates a que assistimos, este foi sem dúvida o mais fraco na discussão de ideias ou políticas. Mas aqui a resposta é fácil: com Costa ou Passos, o guião já está escrito. O primeiro vai logo a correr a Paris e Roma para ficar desiludido. O segundo continuará a viajar para Berlim para beijar a mão da Sra. Merkel.
Por fim, devemos acompanhar com interesse o comportamento do Presidente da República. Cavaco Silva parece que anda muito empenhado nos seus consensos partidários, que mais não são que um apelo implícito ao chamado “voto útil”.

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(Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico)

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