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Edição 530

O presidente Sérgio Humberto “vai nu”…!

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João Pedro Costa

João-Pedro-CostaA Assembleia Municipal da Trofa é o órgão deliberativo máximo do nosso concelho, sendo lá apresentadas e aprovadas as grandes opções estratégicas para o futuro do concelho da Trofa. Neste órgão, coabitam os eleitos pelo povo, que se transformam nos seus representantes em função dos resultados eleitorais. Diferentes formas de pensamento estão, assim, representadas, respeitando-se o sentido popular expresso pelos votos. O relacionamento entre os membros deste órgão deve ser claro, transparente, e concreto, para que a democracia cresça e o respeito pelos políticos não se perca de vez!

Fiquei, por isso, estupefacto com a Assembleia Municipal, do passado dia 26 de junho, onde foi efetuada uma interpelação por um membro da oposição, Conceição Silva, da CDU, ao presidente da Câmara Municipal da Trofa, Sérgio Humberto (Unidos pela Trofa), nos seguintes termos: “Informe por que motivo NÃO ESTÃO A CUMPRIR O CONTRATO ASSINADO com a Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação da Trofa?”
Resposta do presidente da Câmara, Sérgio Humberto (transcrição na íntegra):
“Relativamente à questão do contrato com a Cruz Vermelha é tão simples, isto é algo que já é, já está tudo politizado, esta questão da Cruz Vermelha. Mas já está politizado há muito tempo. A questão da Cruz Vermelha é tão simples como isto, há um contrato com a Câmara, ou existia um contrato com a Câmara, já de há muitos anos, em que dizia que a Câmara cedia as instalações, tinha que pagar a água, tinha que pagar a luz, ou seja, tinha que pagar tudo.
Mas esse contrato estava ilegal, porque quem pagava a eletricidade era a Junta de Freguesia, quem pagava no fundo todas estas coisas era a Junta de Freguesia e, portanto, isto foi uma “granda rabuscada”, todo este processo que aí está.
Aliás de uma forma inicial foi a própria direção da Cruz Vermelha que, demonstrou a vontade até de sair do local, para se instalar numa outra instalação, que aquela não tinha a dignidade, porque precisava realmente de uma intervenção profunda, e portanto, aquela instalação sempre esteve no fundo a ser utilizada, e era isso que acontecia no passado, com a questão da Junta de Freguesia. A questão da Cruz Vermelha está resolvido, aquilo que nos preocupa a nós e que nos deve preocupar a nós todos é o serviço que esta entidade presta à comunidade. Está salvaguardado ou não está salvaguardado? Está, já chegamos a um entendimento relativamente a várias coisas. Vai sair do sítio? Vai, vai sair daquele local e vai-se instalar num outro local e, portanto, isto já foi tratado com a Junta de Freguesia de Bougado, com o órgão competente da direção da Cruz Vermelha e, portanto, não há aqui questão de politizar partidariamente esta questão das instituições pelo serviço que prestam que é isso o mais determinante, que é o serviço que presta à nossa comunidade e, portanto, isso está salvaguardado e estamos descansados e há muito tempo já colocámos esse problema de lado, porque já existe uma solução e está entendido.” (fim da resposta de Sérgio Humberto)

As inverdades:

1.ª “Existia um contrato com a Câmara, já de há muitos anos”, divagou Sérgio Humberto! Afirmo eu que o verbo está mal conjugado, não é existia, é existe! O contrato foi assinado pela Câmara Municipal da Trofa e a Cruz Vermelha em 12 de dezembro de 2011, com uma periodicidade de 3 anos, renovável por iguais períodos. Renovou inclusive em 12 de dezembro de 2014, dentro do atual mandato da coligação “Unidos pela Trofa”, pelo que está em vigor! Poderá ser exibido a qualquer momento aliás, como o Sr. Presidente sabe!

2.ª “Contrato estava ilegal”… “foi uma granda rabuscada, todo este processo”, afirmou Sérgio Humberto. A ilegalidade é toda da Câmara Municipal da Trofa que tem um contador de energia em nome da Junta de Freguesia, e não conseguiu resolver esse simples problema, nos já quase 2 anos de mandato da coligação “Unidos pela Trofa”. Para resolver este problema é fácil, basta pedir um novo contador, em nome da Câmara Municipal, afinal o edifício é seu. Ou será que a vontade do presidente da Junta de Freguesia de Bougado, Luís Paulo, e os seus caprichos se sobrepõem aos interesses dos trofenses?

3.ª “Cruz Vermelha é tão simples”… “já está politizado há muito tempo”, ironizou Sérgio Humberto. Relembro, a maior bandeira de campanha eleitoral da coligação “Unidos pela Trofa”, a ação social, claro! Como é possível a sua concretização sem o relacionamento com a maior instituição de solidariedade a nível mundial? Além disso, com uma personalidade jurídica que a diferencia das demais e uma rede de contactos nacionais e internacionais que a liga ao atual mundo global. A politização não será dos atuais detentores do poder na Trofa, os representantes da coligação “Unidos pela Trofa”? ZERO foi a verba dada à Cruz Vermelha por parte da Junta de Freguesia de Bougado, e ZERO foi o valor atribuído pela Câmara Municipal da Trofa. É factual, ZERO!

As verdades:

1.ª “Foi a própria direção da Cruz Vermelha que demonstrou a vontade até de sair do local”, disse Sérgio Humberto. Claro! Mas apenas para possibilitar a realização de obras (para que a parte da Câmara Municipal não estivesse em incumprimento contratual reiterado!). A direção da Cruz Vermelha, pelos seus próprios meios protocolou a utilização da cozinha (e apenas a cozinha) da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa, válido apenas por 90 dias, (de 28 de outubro de 2014 a 25 de janeiro de 2015), e que se foi renovando sucessivamente por períodos de 90 dias, por total inércia do atual executivo da Câmara Municipal.

2.ª “O serviço que esta entidade (Cruz Vermelha) presta à comunidade está salvaguardado”, vangloriou-se Sérgio Humberto. É um facto, basta ver pelo número de ações semanais que são empreendidas. Sem qualquer apoio estatal, a Delegação da Cruz Vermelha vive apenas de recursos próprios, em especial dos seus 8 membros da direção que pagam para ser dirigentes desta grande instituição! Suportam os custos estruturais de 5.000€/mês (funcionários, instalações, transportes, seguros, etc…). Felizmente, a Trofa tem pessoas e empresas que são solidárias e o voluntariado faz milagres, transformando o nada em muito, o que transformou as palavras do presidente numa verdade irrefutável. Mas, poderia a Cruz Vermelha fazer muito mais se os dinheiros dos impostos cobrados aos trofenses fossem aplicados nas necessidades básicas e primárias dos mais carenciados da Trofa.

3.ª “Já colocámos esse problema de lado”, concluiu Sérgio Humberto. Deu para perceber, dado o hiato de tempo entre a visita do atual executivo, à cantina social da Cruz Vermelha “Porta de Sabores”, no dia 7 de Maio de 2014, com fotografias na comunicação social (ver vídeo da Trofa TV, jornal O Notícias da Trofa e Correio da Trofa), e as 8 reuniões que se sucederam onde, realmente, nunca foi prometido nada à Cruz Vermelha Portuguesa. Facto que desde logo evidencia o propósito social que se esconde por detrás da atual cortina do poder!
Espero ter satisfeito a curiosidade da Conceição Silva (CDU) na interpelação que fez ao Sr. Presidente da Câmara Municipal da Trofa, Sérgio Humberto.

João Pedro Costa

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