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Edição 445

Metro para a Serra-Muro, já!

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Nunca é demais lembrar, e os tempos assim o exigem, que a construção do Metro de Superfície para a Trofa estava projetada para a 1ª fase da construção do Metro do Porto, com a conclusão da obra prevista para 2003. Para que tal acontecesse era preciso arrancar a linha do caminho-de-ferro, o que veio a acontecer em 2002, provocando a extinção do meio de transporte habitual, que servia as populações há quase um século. O comboio acabou, mas o Metro ainda não arrancou!

A situação financeira do país tem sido a desculpa dos governantes, mas não passa de um chorrilho de mentiras, pois entretanto foram feitas muitas obras de prolongamento do Metro do Porto, como por exemplo: a ligação (linha D) do centro de Vila Nova de Gaia ao extremo Norte do Concelho do Porto, junto ao Polo Universitário, na extensão de 5,7 quilómetros, com sérios constrangimentos nas escavações do túnel, no centro do Porto para além de ter obrigado à construção de uma nova travessia rodoviária sobre o Rio Douro – a Ponte do Infante – uma vez que o tabuleiro superior da Ponte D. Luís teve de ser fechada ao trânsito automóvel e convertido para o Metro; a ligação entre o Polo Universitário e o Hospital de S. João, na extensão de 1,2 quilómetros, com pequenos melhoramentos para o acesso à Escola Superior de Enfermagem; a conclusão da primeira fase da rede, sem a ligação à Trofa, entrando em funcionamento a ligação (linha E) da Baixa do Porto ao Aeroporto Sá Carneiro, numa extensão de quase 15 quilómetros.

Com a 2ª fase da construção do Metro do Porto, o Metro de Superfície chegou a Gaia, a Gondomar e a Pedras Rubras (para tudo isto houve dinheiro!), mas para a conclusão da 1ª fase, que ainda falta a ligação do ISMAI à Trofa, a desculpa tem sido a crise financeira. A Assembleia da República recomendou ao Governo, por mais de uma vez, para retomar o projeto de ligação do Metro do Porto até à Trofa, de acordo com resoluções publicadas em Diário da República. Também foi debatida, na Assembleia da República, uma petição assinada por mais de 8 mil pessoas a exigir o Metro até à Trofa. Tudo, sem qualquer efeito prático. O que tem existido é falta de vontade política.

A empresa Metro do Porto tem disponibilizado um serviço alternativo, em autocarros, entre o centro da Trofa e o ISMAI, cujos custos, até à data, já ultrapassaram os 2 milhões de euros. Por ser desajustado, não cativa as populações, que ficaram sem o seu meio de transporte habitual. Mesmo assim, regista mais de 120 mil validações por ano e viajam nesses autocarros mais de meio milhar de pessoas por dia. E a maioria não utiliza este serviço alternativo, pois tem de utilizar o seu próprio meio de transporte, para se deslocar para o trabalho.

Uma boa solução é a construção do Metro à Trofa em duas fases, sendo que a 1ª fase deverá ser a ligação do ISMAI à Serra-Muro, que servirá a maioria da população que ficou sem transporte. Aliás, esta proposta constou do programa sufragada nas últimas eleições autárquicas e que mereceu o voto maioritário dos trofenses. A 1ª fase terá um custo insignificante, pois o canal já existe e não necessita de grandes obras. A futura estação do Metro Serra-Muro, que já está projetada, tem uma excelente localização, para servir as populações da Trofa, que necessitem de viajar de Metro para o Porto, assim como uma parte significativa das populações do Muro, Guidões e Alvarelhos, para além da população laboriosa das Zonas Industriais de Lantemil-Bougado, Soeiro-Coronado, Monte Grande-Guilhabreu e Carriça-Muro, que são em número significativo. Sem esquecer o CICCOPN e o Parque de Avioso da Maia. O número de utentes aumentará exponencialmente, com o prolongamento da linha do Metro de Superfície. É um potencial enorme, que não tem tido cabimento nos pseudo-estudos de viabilidade do investimento.

A solução da 1ª fase, com a ligação do ISMAI até à Serra-Muro é uma opção inteligente. A futura estação Serra-Muro, para além da excelente localização, tem bons acessos e bons espaços para o estacionamento de viaturas. O poder central, não pode, nem deve escudar-se em estudos enganadores de reavaliação do projeto ou de verificação de condições para potenciar os rácios de custo-benefício do investimento, pois o que está em causa é a reposição de um meio de transporte, que foi surripiado às populações, há mais de uma década. Esta é a triste realidade. Metro para a Serra-Muro, já!

José Maria Moreira da Silva

moreira.da.silva@sapo.pt

www.moreiradasilva.pt

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