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Edição 782

Memórias e Histórias da Trofa: Cemitério de S. Martinho de Bougado

“Os cemitérios foram sendo construídos um pouco por todo o país, a velocidade bastante diferentes, atendendo às condicionantes culturais do meio em que estavam a ser edificados. Em S. Martinho de Bougado, a situação foi tudo menos pacífica”.

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O local onde se enterram os nossos ente queridos, amigos, etc., é um local solene de grande importância para o comum cidadão, até porque será ali que terá sempre a possibilidade de prestar uma homenagem àqueles que partem.

A construção de cemitérios em Portugal é relativamente recente. Recorda-se o conflito da célebre “Maria da Fonte”, que engajava as mulheres dos vários concelhos e distritos minhotos para lutarem contra o facto de, segundo elas, as pessoas, ao serem enterradas fora da igreja, estavam a ser enterradas em solo não sagrado.

Colocando num patamar secundário as questões da religiosidade e crenças, deverá ser privilegiado o bem comum, através de uma boa política de saúde pública.

Os cemitérios foram sendo construídos um pouco por todo o país, a velocidade bastante diferentes, atendendo às condicionantes culturais do meio em que estavam a ser edificados.

No centro do concelho da Trofa, em S. Martinho de Bougado, a situação foi tudo menos pacífica, com várias mudanças de lugar, discussões acaloradas nas reuniões de executivo e parecia que um final positivo para toda aquela situação estaria longe de terminar.

No dia 7 de dezembro de 1896, daria entrada no Governo Civil o projeto para a construção do cemitério desenhado e planeado pelo agrimensor Fernando Pires de Lima, que era natural de Areias, no vizinho concelho de Santo Tirso.

Segundo é possível de perceber pela informação colocada no projeto, o mesmo tinha o seu projeto concretizado em 1891.

O Governador Civil da época, António de Oliveira Monteiro, daria apenas despacho positivo a 18 de março de 1897. Se concretizarmos uma conta rápida, facilmente percebemos que o projeto esteve aproximadamente seis anos em “banho maria”, demonstrando a dificuldade em concretizar investimentos públicos na Trofa… onde já vimos isto?

Uma distribuição pelo espaço de 512 sepulturas divididas em quatro grandes grupos com cerca de 128 cada, sendo a distribuição dos lugares realizada de forma tradicional, como em muitos outros equipamentos semelhantes, sendo que, ao fundo, ficavam os jazigos.

Uma situação que deve ser explorada é o facto de estas instalações já permitirem o enterramento de quem não era católico em sítio específico, algo incomum para a época, demonstrando o carácter particular deste equipamento.

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A sociedade estava a mudar e a tolerância conseguia cada vez mais respeito entre todos.

No seu lugar existia uma bouça que pertencia a Domingos Dias de Couto, concretamente no lugar do Seixido(?).

O valor final da obra era de 779$, um custo elevado para a época, mas também se deve ter em atenção que as rubricas no orçamento eram elevadas, até mesmo do projetista que levou 12$00 por realizar este projeto.

A época em que os arquitetos ainda eram uma miragem e seriam durante bastante décadas, nos anos 40 o seu número era inferior às três dezenas.

As outras peças deste projeto perderam-se, poderiam constar nas mesmas as obras de diferentes ângulos e até mais informação descritiva.

Concretizando uma súmula do que aqui foi redigido, facilmente é percetível que a realização de investimentos na Trofa sempre foi uma “novela” com a agravante de ser uma daquelas “novelas” com muitos capítulos, ao nível das célebres novelas que vinham da América do Sul.

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Edição 782

Linha do Equilíbrio: Ser mulher, hoje!

Necessitamos de ensinar às nossas crianças o respeito pelo outro; que não existem brinquedos de meninas ou de meninos; que nem sempre é o príncipe que salva a princesa, pode ser a princesa a salvar-se a si própria

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Contam-se histórias infantis com expressões como “Espelho, espelho meu, existe alguém mais belo do que eu?” ou “Quem quer casar com a carochinha que é tão bela e formosinha” e, sem refletirmos, replicamos para os nossos filhos, fazendo tradição oral.

Se na primeira expressão a imagem refletida no espelho conduz à obsessão de busca pela beleza, na segunda invoca o conceito de mulher como dona de casa, esposa e mãe. Em ambos os casos, temos a Mulher (o “ser Mulher”) no centro da equação, com padrões estereotipados para a sua identidade.

A atualidade tem sido marcada por um “quebrar” de preconceitos e tabus que estão acomodados na sociedade há centenas ou, até mesmo, milhares de anos!

Particularmente, na sociedade ocidental a Mulher passou a ocupar um lugar de destaque igual aos homens, participando em várias áreas e assumindo o papel de decisoras. São exemplos a integração quase plena em todas as áreas do mercado de trabalho ou em cargos políticos. Tal exposição passou a exigir mais da Mulher, pois acrescentou à sua tradicional função de maternidade e de presença na retaguarda da família a de ativa e determinante na sociedade, com as multitarefas que se propõe desempenhar. Esta maior amplitude de ação, em mulheres especialmente superativas, poderá conduzi-las a problemas de autoestima e, em casos mais avançados, enfrentarem o já tão divulgado burnout.

Nesta avalanche cultural tem-se igualmente imposto mais à Mulher! A ideia de busca por um corpo perfeito (mesmo sendo natural uma maior obesidade pelas fases hormonais) que leva à perceção que apenas podem ser felizes com as “curvas perfeitas”. Este conceito de beleza está em permanente mutação, pelas “leis” das indústrias da beleza e da moda, com tendências de produtos ou roupa, onde se vendem padrões dificilmente tangíveis. Por outro lado, as autoimposições alimentares, com muitas distorções de comportamentos (obsessivos e compulsivos), de que é exemplo o pesar dos alimentos que, em muitos casos, são passos em direção a doenças como a bulimia ou a anorexia.

Quer a escravidão do espelho/da imagem, quer a “obrigação” de permanente atividade, tendem a condicionar algumas Mulheres a perder o prazer de viver, entrando em desânimo, em consequência da insatisfação com a sua imagem, com a sua forma física, aprisionando-se em dietas restritivas que poderão conduzir a uma autorrejeição, ao isolamento ou a perturbações psicológicas.

O que podemos nós fazer para proteger quem amamos deste sofrimento?

Necessitamos de ensinar às nossas crianças o respeito pelo outro; que não existem brinquedos de meninas ou de meninos; que nem sempre é o príncipe que salva a princesa, pode ser a princesa a salvar-se a si própria; que a “carochinha” pode com o seu dinheiro querer fazer outras coisas que lhe proporcionem prazer; que a beleza não está apenas refletida no espelho, mas nas ações e, principalmente, a aceitarem-se como realmente são.

Desde cedo, devemos incutir nos nossos filhos o culto de “ser versus parecer”, ou seja, valorizarem as suas atitudes, valores e competências em detrimento da imagem que a indústria da beleza tende a preconizar como a ideal. No mesmo seguimento, devemos ensinar e demonstrar com atos e atitudes que ser Mulher significa esta ser e escolher o que quiser, sem restrições nem obrigações.

Torna-se fundamental educar as crianças de uma forma livre, longe dos padrões estereotipados e mais próximas da sua verdadeira natureza.

sandramaia.psicologa@linhadoequilibrio.pt

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Marcada nova greve dos motoristas da Transdev e Ave Mobilidade

Está convocada uma nova greve de 24 horas para este mês.

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A 13 de janeiro, a greve dos motoristas provocou transtornos na circulação de transportes públicos rodoviários na rede explorada pela Transdev e pela Ave Mobilidade. A paralisação de 24 horas afetou o normal fluxo dos autocarros das empresas, que têm atividade no concelho da Trofa e territórios limítrofes, como Santo Tirso e Vila Nova de Famalicão.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN) a greve rondou os 75%, tendo tido mais impacto no Norte. José Manuel Silva, do STRUN, revelou que as contas do Sindicato apontam para “100%” de paralisação nalguns concelhos e os concelhos onde mais se notou foram “Fafe, Guimarães, Cabeceiras de Basto, Mondim de Basto, Celorico de Basto, Santo Tirso, Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Porto”.

Está convocada uma nova greve de 24 horas para 6 de fevereiro e enquanto o dia não chega o STRUN mostrou-se disponível para reunir com a Transdev a fim de negociar as reivindicações dos trabalhadores.

O que reivindicam os trabalhadores?

Em comunicado, o STRUN acusou a empresa de “arrogância” e “falta de cedência da administração”, às pretensões dos motoristas, entre as quais “aumentos salariais a partir de janeiro de 2023 na mesma percentagem do salário mínimo nacional, ou da inflação, aquela que for mais favorável aos trabalhadores, como vão receber os trabalhadores das empresas filiadas na ANTROP [Associação Nacional de Transportes de Passageiros]”, o “horário de almoço entre as 11h00 e as 14h30, mínimo uma hora, máximo três horas” e um “horário de jantar entre as 19:30 e as 22:00” e o pagamento do pequeno-almoço para “quem inicia serviço antes das 06h00”.

Além disso, reivindicam que o local de trabalho deve ser “aquele para onde o trabalhador foi contratado e não pode rodar para outro mesmo que diste a mesma distância casa-trabalho”, e os trabalhadores, “sempre que na hora de almoço ou jantar estejam deslocados do seu local de trabalho”, devem ter “direito ao almoço ou jantar em deslocado”. Pretendem também “acumulação do subsídio de alimentação com almoço ou jantar em deslocado ou penalizado” e não aceitam receber o “subsídio de complemento de condutor”, pretendendo manter o “subsídio de agente único com a sua redação anterior”.

Ainda segundo o STRUN, os trabalhadores “não aceitam qualquer intervalo com duração inferior a uma hora” e “exigem que as escalas de serviço sejam fixadas em papel nos locais de trabalho”.

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Edição impressa do jornal O Noticias da Trofa de 23 de março de 2023

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