quant
Fique ligado

Crónicas e opinião

Memórias e Histórias da Trofa: A Trofa precisa de uma ambulância

Avatar

Publicado

em

Nos anos 60 do passado século havia um sentimento enraizado de impaciência na comunidade trofense por não haver um equipamento de socorro para a sua população

Um artigo sem assinatura no Jornal da Trofa explanava os anseios de uma população cansada de esperar por socorro, muitos tinham perdido familiares e amigos e urgia resolver uma situação que bloqueava o progresso e o conforto dos seus cidadãos.

Publicidade

Era intenso o movimento nas estradas, milhares de pessoas a caminhar nas bermas e havia frequentes desastres: “Sempre que se dava uma colisão entre veículos ou choques destes com peões, assistia-se a um espetáculo arrepiante: as vítimas estendidas na estrada, contorcendo-se com dores, envoltas em lama ou poeira, ensopadas de sangue, gemendo ou chorando, à espera, durante largo tempo que venha a ambulância de Santo Tirso para as conduzir ao hospital. Desde a chamada telefónica até à chegada do pronto socorro demora uma boa meia hora é o bastante para se arrancar uma vida preciosa dos braços da morte.”1

Bastava haver um ligeiro sacrifício dos membros da comunidade que com uma pequena ajuda era possível inverter aquela situação e conseguir a chegada da corporação dos bombeiros e da respetiva ambulância.

Na edição seguinte na imprensa, surgia na imprensa o primeiro donativo para a compra daquela viatura, Américo da Costa Machado doava 100$00 e louvava a atitude do jornal em ter aquela preocupação com a comunidade.2

Os donativos em uma primeira fase foram surgindo de forma tímida, contudo, algumas semanas depois, era ver a lista de doadores a aumentar a mesma, com donativos a serem dados de forma anonima e com o respetivo nome do mecenas, contudo existente referências importantes, concretas com doações a virem de Lisboa e de outras localidades do país como também do estrangeiros, exemplo de Augusto Gomes de Araújo que enviava da Venezuela 250$00.3

Praticamente um ano passado em 1967, estava reunido segundo contas do jornal 6.954$ em 21 de outubro de 1967.4

Anunciado com enorme pompa e circunstância a 1 de maio de 1971 que a Trofa já tinha uma ambulância, contudo informava-se o público que ainda faltava dinheiro para pagar aquela viatura, havia uma verba superior a 7 mil escudos e por fim escrevia-se: “… o sonho tornou-se uma realidade”.5

Contudo, a sociedade e o poder político estavam presos a um sistema que estava cada vez mais ultrapassado e prejudicava gravemente a evolução da Trofa e ia impedir que a corporação de bombeiros fosse uma realidade.

  1. “A Trofa precisa de uma ambulância – para transporte de doentes e sinistrados” Jornal da Trofa, Novembro 5, 1966
  2. “A Trofa precisa de uma ambulância – para transporte de doentes e sinistrados” Jornal da Trofa, Dezembro 3, 1966
  3. Uma ambulância para a Trofa, Jornal da Trofa, Março 18, 1967
  4. Uma ambulância para a Trofa, Jornal da Trofa, Outubro 21,1967
  5. “Do sono à realidade – A Trofa já tem uma ambulância para transporte de doentes e sinistrados” Jornal da Trofa, Maio 1, 1971
Continuar a ler...
Publicidade

Edição Papel

Vê-nos no Tik Tok

Comer sem sair de casa?

Facebook

Farmácia de serviço

arquivo

Pode ler também...