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Edição 670

Mais Saúde: Aprenda a reconhecer um enfarte

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Crónica: Dr. Pedro Couto – Médico de Família

O termo “enfarte” é vulgarmente utilizado para se referir ao enfarte agudo do miocárdio, uma situação grave que é responsável por mais de 4000 mortes em Portugal anualmente (cerca de 11 pessoas por dia). Mas afinal o que é mesmo o enfarte? Este problema acontece quando a circulação de sangue para uma parte do coração é interrompida bruscamente, geralmente por uma artéria entupida, levando a uma lesão do músculo do coração (o miocárdio). É uma emergência médica por ser potencialmente fatal, principalmente sem o tratamento adequado.
Os principais fatores de risco que aumentam as hipóteses de vir a ter um enfarte são a hipertensão arterial, o tabagismo, a diabetes, a falta de exercício, a obesidade, o colesterol elevado, uma dieta pouco saudável e consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Aliás, uma das principais razões porque deve controlar todos estes problemas de saúde e estes hábitos pouco saudáveis é precisamente para evitar que venha a ter um enfarte no futuro.
O principal sintoma de um enfarte é a dor no peito, geralmente como um aperto. Essa dor pode “espalhar-se” para o braço esquerdo ou para outras localizações, mas isso não é obrigatório que aconteça. Outros sintomas podem aparecer, como suores, enjoos ou vómitos, desmaio, fraqueza ou falta de ar. Se alguém estiver nesta situação, deve-se colocar a hipótese de que está a ter um enfarte e atuar imediatamente. Mesmo que não seja o caso, mais vale jogar pelo seguro. Se essa pessoa tiver os fatores de risco falados acima, ainda mais provável é essa hipótese.
Então o que se deve fazer? A resposta é muito simples: deve-se ligar o 112 e explicar o que se está a passar, respondendo com calma a todas as perguntas que são colocadas. Não deve nunca conduzir se tiver a ter esses sintomas e mesmo que a situação não se esteja a passar consigo, não deve transportar a pessoa para nenhum hospital ou centro de saúde. Ao ligar o 112, os profissionais que o atendem enviarão ajuda e saberão o local mais adequado para onde a pessoa doente deve ser levada.
Mais de metade das pessoas que estão a ter um enfarte vão para um local que não tem capacidade para realizar o tratamento adequado. Isto acontece porque nem todos os hospitais estão preparados para tratar este tipo de emergências e, naturalmente, as pessoas não o sabem. Quanto mais tempo passar desde o início da dor até ao tratamento, pior será o resultado, uma vez que enquanto a circulação de sangue estiver interrompida, o músculo do coração vai-se “estragando”. Por isso é importante que o doente seja transportado logo para um local adequado, caso contrário vai-se perder tempo em transportes entre hospitais.
Esta é uma situação de saúde grave que todos nós queremos evitar, mas que devemos estar preparados para atuar se ela acontecer. Para a prevenir, deve visitar com alguma regularidade o seu Médico de Família que o poderá ajudar a evitar ou controlar todos aqueles fatores de risco que podem levar a que isto aconteça.

Se tiver alguma dúvida ou sugestões para outros temas a abordar nesta rubrica, pode entrar em contacto para o email doutorpedrocouto@gmail.com

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