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Ano 2012

«Ao longo da nossa história, várias vezes perdemos a nossa soberania…

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…e nunca foram as classes dominantes que a recuperaram. Foi sempre o povo com a sua luta, que a recuperou». Jerónimo de Sousa

Quem viu o último programa da “RTP Informação” denominado “Ordem do Dia”, reparou que Paulo Rangel, ilustre figura do PSD, não se cansou de adjetivar de marxista-leninista o conjunto de direitos que ainda existe na Constituição e na lei para o trabalhador. Notou-se em Rangel o ajuste de contas com o 25 de Abril, com as conquistas sociais do povo português e o verdadeiro motivo que está por detrás deste dito acordo de concertação social, que, de acordo nada tem, pois não tem uma só medida, uma só, que resulte a favor do trabalhador, não passando de uma imposição ditatorial das troikas. É também extraordinário o esforço, o jogo de cintura e o chorrilho de aldrabices de que se socorrem eminentes politólogos para tentar justificar o injustificável: de que as mais recentes nomeações dos altos cargos não resultaram de escolha partidária e de que o critério aplicado foi apenas o da competência. É de rir a não mais poder, não fossem as consequências desastrosas destas políticas que empobrecem os portugueses e o país. «O grande banquete da pátria…» como refere Clara Ferreira Alves «…está a ser servido aos senhores feudais…» constituído por centenas de cargos principescamente remunerados com milhares de euros e que são sucessivamente redistribuídos consoante quem dirige a orquestra: PSD, CDS ou PS. Como se pode acreditar em políticos e partidos que ainda há bem pouco, alguns meses, diziam determinadas coisas na oposição, prometeram outras coisas na campanha, e fazem tudo ao contrário no governo? Assim vão Coelho e Portas.

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Durante o passado ano de 2011, por diversas vezes prevenimos para os resultados a que nos conduziriam as políticas, primeiro do PS, e, posteriormente, da Troika estrangeira e nacional, constituída por PSD, CDS e PS. Alertamos para o facto de os portugueses ao conferirem o mandato a essa gente estarem a dar um tiro no pé, a contribuírem para o seu empobrecimento, a caminharem inexoravelmente para dias cinzentos e tristes de uma autocracia depauperada, caquética e sem futuro para os trabalhadores e para os pequenos e médios empresários. Infelizmente a história tem vindo a dar-nos razão. Os ideólogos da direita ao serviço da classe dirigente não desarmam e continuam insistentemente, aproveitando os grandes meios de comunicação que detêm, com a propaganda da inevitabilidade, do tem-de-ser, da aceitação da desgraça, do «eles é que mandam, nada podemos fazer». Cavaco Silva, volta e meia, parece rebelar-se, apela à equidade, à distribuição dos sacrifícios, parecendo não se enquadrar com a política seguida. Mas nada faz e acaba por se ficar no apelo à coragem dos portugueses. Aí estou de acordo com Ricardo Araújo Pereira ( gato fedorento ) ao considerar Cavaco Silva o pior político de Portugal. Vinte anos no poder, dez como primeiro-ministro e dez como presidente da República nos últimos 26 anos, e Portugal chegou ao estado que chegou. O que andou a fazer Cavaco Silva? Sabe-se agora que os dez mil euros que recebe mensalmente são insuficientes para as suas despesas, coitadinho. Queixou-se. Mais um para a próxima manifestação dos «indignados».

Esta politica imposta pela Troika, PSD, CDS, PS e Cavaco Silva apenas acarreta o aumento dos bens essenciais: géneros alimentares, saúde, educação, eletricidade, água, gás, combustíveis; crescimento rápido do desemprego, deterioração das medidas protecionistas do desempregado, agravamento das condições de trabalho, diminuição de salários e pensões, penúria geral dos portugueses. Está amplamente demonstrado que esta politica nos conduzirá irresistivelmente, de recessão em recessão, sempre a mais sacrifícios. É uma política que só serve os grandes interesses financeiros e especulativos dos ditos «mercados» e de que resulta a total perda de soberania. Não sei se, como Paulo Rangel, se poderia ou não considerar esta frase de Jerónimo de Sousa como marxista-leninista, mas que ela é verdadeira, é, provavelmente porque, de alguma forma o marxismo-leninismo é mais sério, verdadeiro e humano do que a «girândola» de «competentes» que tem conduzido este país: «Ao longo da nossa história, várias vezes perdemos a nossa soberania, várias vezes ela foi alienada, e nunca foram as classes dominantes que a recuperaram. Foi sempre o povo com a sua luta, que a recuperou». 

Guidões, 21 de janeiro de 2012.

Atanagildo Lobo

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