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Edição 751

Estudo de médica trofense revela que arritmia mais comum não está a ser tratada adequadamente

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O estudo surgiu do programa doutoral de Susana Silva Pinto e os resultados mereceram a atenção da revista da especialidade British Medical Journal Open (BMJ Open), que os publicou em mais um marco da carreira da médica trofense.

Em conjunto com uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto/CINTESIS de um elemento da Administração Regional de Saúde do Norte, Susana Silva Pinto concluiu, a partir de dados da região Norte, que a arritmia cardíaca mais comum na população não está a ser tratada de forma adequada. Segundo o estudo, cerca de 27 por cento dos doentes com a chamada fibrilhação auricular não estão a fazer anticoagulação, apesar de terem indicação para receber o tratamento. Destes, 79% correm “elevado risco” de sofrer uma trombose.
Relativamente aos 4,2% de doentes que não têm indicação para receberem anticoagulantes, 40% destes estão a fazer tratamento sem necessidade.
“Esta informação é da maior importância, porque os médicos devem ser proativos na prevenção do acidente vascular cerebral (AVC) em doentes com fibrilhação auricular”, sublinhou a médica.
A afirmação vai em linha com a constatação dos autores do estudo de que os doentes com esta arritmia correm cinco vezes mais risco de sofrerem um AVC, representando 15 por cento desses casos.
No Norte de Portugal estão identificados 63.526 doentes com fibrilhação auricular, a maioria (53%) são mulheres e as idades compreendem-se entre os 18 e os 107 anos.
A esmagadora maioria (95,8%) tem indicação para fazer anticoagulação e, destes, cerca de 40% estão a ser medicados com fármacos como a varfarina (a mais prescrita), que obrigam a uma análise laboratorial periódica, e os restantes com os novos anticoagulantes orais, que dispensam esse controlo.
O estudo revela ainda que três por cento dos portugueses com mais de 40 anos sofrem deste tipo de arritmia.
“Este estudo desperta a comunidade médica para uma realidade em que coexistem doentes com fibrilhação auricular subtratados e doentes sobretratados. Os subtratados carecem de otimização terapêutica para prevenção do AVC. Os sobretratados estão a ser tratados desnecessariamente e sujeitos aos efeitos adversos desse tratamento”, afirma Carlos Martins, investigador da FMUP/CINTESIS e coordenador do estudo.
Natural e residente na Trofa, Susana Silva Pinto concluiu mestrado integrado em Medicina no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, em 2014. Ingressou no internato médico em 2015, tendo realizado o ano comum no Centro Hospitalar Médio Ave e a formação específica em Medicina Geral e Familiar na Unidade de Saúde Familiar (USF) Ponte Velha, em Santo Tirso.
Atualmente, é médica de família na USF S. Tomé, em Santo Tirso, e coordenadora da Área Dedicada a Doentes Respiratórios (ADR-C) do Agrupamento de Centros de Saúde Santo Tirso/Trofa. Susana Silva Pinto frequenta, ainda, o programa doutoral em Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), estando a escrever uma tese sobre prevenção cardiovascular, a área de interesse dentro da Medicina Geral e Familiar.

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