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Estado de emergência deve agravar mais já na quarta feira
O deputado único da IL disse hoje que o parlamento poderá deliberar mais cedo sobre a renovação do estado de emergência, face à “urgência e surpresa” com o aumento de infeções, e pediu esclarecimentos mais concretos na reunião no Infarmed.
“O que provavelmente pode vir a acontecer – aguardarei uma proposta formal do presidente da Assembleia da República – é que o plenário de quarta-feira, em vez de se realizar à tarde, se realize de manhã, para que logo na quarta à tarde se possam adotar medidas. Portanto, poderemos estar aqui a falar de uma antecipação de 24 horas no máximo, mas também isso mostra de repente a urgência e a surpresa [em relação à evolução da pandemia]”, revelou João Cotrim de Figueiredo durante um ‘briefing’ com os jornalistas depois de uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa, em São Bento.
O também presidente da Iniciativa Liberal sublinhou que “é a primeira vez desde que foram instituídas quer a primeira, quer a segunda vagas de estados de emergência que houve três semanas consecutivas de crescimento de casos diários médios na casa dos 40%”.
Este aumento “surpreendeu toda a gente”, incluindo “quem está a coordenar” os esforços para mitigar a propagação do SARS-CoV-2.
“É importante perceber porque é que passados estes meses ainda é possível haver este tipo de surpresas”, prosseguiu João Cotrim de Figueiredo.
Por isso, o deputado único da IL exortou a uma discussão concreta, durante a próxima reunião entre Governo, partidos com assento parlamentar, epidemiologistas e especialistas em saúde pública, que vai decorrer nas instalações do Infarmed, na terça-feira, para encontrar as razões que levaram ao elevado aumento de casos.
Entre as hipóteses, segundo dados que Cotrim Figueiredo disse conhecer, poderão estar “o fim de semana que antecedeu o Natal”, a “mobilidade curta relacionada com compras de Natal”, a “mobilidade mais longa relacionada com as deslocações familiares”, assim como a “correlação” entre a descida das temperaturas, propícia à propagação do SARS-CoV-2, e a diminuição do arejamento dos espaços por causa do frio.
“Pela primeira vez vi do lado do Governo e do primeiro-ministro uma vontade de ir ao detalhe e ao pormenor para aprofundar os reais motivos pelos quais estamos perante uma situação, que, repito, a todos está a surpreender”, completou.
Sobre o confinamento generalizado que poderá ser decretado para controlar a propagação da pandemia, à semelhança do que aconteceu em março e abril de 2020, o deputado disse que os dentistas poderão integrar as exceções de atividades que poderão permanecer em funcionamento.
Os estabelecimentos de ensino permanecerão abertos, mas o líder da IL disse não saber se as creches vão integrar esta lista.
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