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Ano 2008

Estação do Muro espera o Metro

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 À falta de utentes e de comboio avança a degradação, a ruína e os maus odores no edifício que há seis anos atrás deixou de ser a Estação do Muro. Da sala de espera já só restam dois bancos e existe agora uma cama que serve de leito a um homem da região, que sofre de problemas de alcoolismo, e que talvez por isso, faz do chão do seu "quarto" casa de banho.

 Há vários anos que o comboio deixou de parar na estação do Muro. O calendário marcava o dia 23 de Fevereiro de 2002, quando o último comboio passou pelos trilhos que permitiam a ligação Trofa/Senhora da Hora.

Na altura os governantes prometeram à população do recém criado concelho da Trofa que o velho comboio da via estreita seria substituído pelas modernas e rápidas carruagens do metro que em pouco tempo deveriam começar a passar por ali, em via dupla.

Seis anos depois, da estação, pouco mais resta que as paredes estragadas ao alto, vidros e portas partidos e apenas um utilizador diário persiste naquele espaço. A sala de espera deu lugar à cama de um sem abrigo que vive ali há cerca de dois anos, sem o minimo de condições de higiene.

Em visita ao local o deputado do PCP Jorge machado, acompanhado por outros camaradas de partido quiseram chamar à atenção não só para a degradação galopante daquela estrutura mas também aquilo a que o deputado chamou a falta de respeito do Governo para com a população a quem foi prometido o metro mas que ate agora nem sequer viu chegar um centímetro.

"As imagens falam por si. Aqui não vemos só a degradação mas também a falta de investimento e a não conclusão da linha do metro que deveria ligar, de uma vez por todas a cidade da Trofa ao Porto. Tivemos recentemente más notícias para a Trofa que dão nota que a Linha do Metro vem em via única". O deputado adiantou ainda que o grupo Parlamentar do PCP fez um requerimento ao ministro das obras públicas, e "defendemos a via dupla, para que o metro seja competitivo e que ganhe utentes, merecem um transporte moderno e que sirva para o futuro", reiterou.

António Maia é natural de S. Cristóvão do Muro que outrora foi uma freguesia movimentada e cheia de vida. "Agora o Muro está morto. Aqui no  Largo da Estação eram às dezenas os carros estacionados de pessoas que entravam aqui no comboio para irem para o Porto. Quando nos tiraram o comboio, fizeram o Muro parar", acusou. "Desde que a Trofa passou a concelho abandonaram-nos, não há ninguém que faça alguma coisa pelo Muro" António Maia comparou o Muro de agora com Guidões ou Alvarelhos onde há "investimento, há infra-estruturas", frisando "no Muro não temos nada, nem Centro de Dia, nem Centro de Saúde e de há seis anos para cá tiraram-nos a ultima coisa que nos restava…o comboio".

Mas não era só António Maia a insurgir-se contra a demora da chegada do metro à Trofa. Maria Ribeiro, proprietário de um Café nas imediações mostra-se um pouco triste com o estado a que chegou a estação e sobretudo com a diminuição de clientes que trouxe o encerramento da Estação.

Já Maria Ribeiro queixa-se do preços dos bilhetes de autocarro e de ter que apanhar "dois transportes para chegar ao Porto. É uma vergonha. Não bastava o preço ser alto e ainda temos de esperar mais que uma hora pelo transporte alternativo", acusa a murense.

Já Paulo Queiros, eleito nas listas da CDU para a Assembleia municipal da Trofa lamentou a falta de investimento no concelho por parte dos sucessivos governos. "O Muro vivia muito em função da linha que tinham. Ao tirar-lhes a linha e a dar-lhes expectativas que o metro passaria dentro de muito pouco tempo, já na altura com indicação que seria uma situação muito mais atractiva que no comboio foram crescendo as expectativas mas mais uma vez o investimento não apareceu", acusou.

Queirós lembrou que "mesmo com os transportes alternativos, as validações mensais justificam claramente o investimento no metro. Não estamos a falar de termos o metro em via dupla porque queremos, é mesmo porque é necessário. Os primeiros estudos apontam para isso. Investir tantos milhares de euros para dar as mesmas condições que tínhamos não parece justificável, temos que fazer essa pressão para vir em via dupla porque foi isso que foi prometido às populações", reiterou lembrando as mais de 15 mil validações mensais.

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Enquanto o metro não passar o Muro as ervas daninhas vão continuar a apoderar-se daquilo a que em tempos chamaram estação e dos canais que um dia talvez venham a dar lugar à linha do metro da Trofa.

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