Esperava pela morte a ler um livro

Um jovem sentou-se na linha férrea junto à estação de S. Romão do Coronado. O indivíduo de 21 anos despiu-se totalmente e sentou-se no meio da linha a ler um livro.

 Nu sentado por entre os carris a ler um livro, enquanto esperava pela morte. Foi este o cenário com que a GNR da Trofa se deparou na passada quinta-feira (8 de Abril) junto à Estação ferroviária de S. Romão do Coronado, pelas 13.30 horas. Só a intervenção dos militares impediu que o comboio que se aproximava colhesse um jovem de 21 anos que tentava o suicídio.

“Tu fizeste um pacto com o diabo” era uma das frases repetidas pelo jovem, que apresentava sinais de perturbações mentais.

Os militares da GNR conduziram o indivíduo ao posto e na tentativa de o identificar, encontraram nos seus pertences medicação para doenças do foro psiquiátrico, nomeadamente, para doentes obsessivo-compulsivos. De salientar, ainda, que um dos medicamentos que o indivíduo trazia só pode ser administrado em hospitais.

O jovem foi levado para o Hospital de S. João, no Porto, para uma consulta psiquiátrica de despistagem. Dado o seu estado, foi conduzido para o Hospital Magalhães Lemos, onde ficou internado. A família foi informada do sucedido e deslocou-se ao hospital.

O indivíduo é natural da freguesia de Caldelas, Guimarães, e segundo NT conseguiu apurar teria saído de casa no dia anterior, de comboio, com o objectivo de se deslocar a Espinho. O doente mental terá passado a noite sem voltar a casa e acabou por sair na Estação de S. Romão do Coronado, ao final da manhã.

Uma das explicações para o despoletar desta situação é a de que o jovem, que “desde os 14 anos que é muito reservado”, não terá tomado a medicação ou fê-lo de forma errada, causando-lhe uma descompensação que o levou a tentar o suicídio.

A família desconhecia a gravidade do estado de saúde do jovem, que estava a ser acompanhado no Hospital de Vila Verde, em Braga.

Este caso terminou sem qualquer acusação ao jovem. Os factos ocorridos foram comunicados ao tribunal para que fosse confirmado o internamento compulsivo.