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Edição 601

CONFAP reúne-se na Trofa

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“Se em Portugal existe obesidade curricular, então é preciso fazer dieta”. Esta foi a premissa defendida pelo secretário de Estado da Educação, João Costa, no Encontro Nacional das Associações de Pais, que se realizou na Trofa, no dia 10 de dezembro.
governante acredita que é “consensual” que as escolas “têm tido dificuldade” em “cumprir os programas curriculares”, por isso é necessária uma “flexibilização”, adequando os currículos ao meio onde as crianças e jovens estão inseridos.

“Este não é um problema nacional, mas também de muitos outros países, que passa pela tradição de construir currículos por empilhamento de factos, dados e conteúdos, que fazem falta, mas que depois não se conseguem usar. Temos de cortar algures, mas isso não significa deixar de lecionar. Por exemplo, numa escola onde se vive num contexto em que há uns sepulcros neolíticos, pode ser mais importante aprofundar a Pré-história, mas noutra, que está junto ao mar e onde há um navio afundado, pode ser melhor aprofundar a História Moderna”, explicou João Costa.
Esta flexibilização que o Governo quer colocar em prática, pelo menos em parte, no próximo ano letivo, prevê dar “25 por cento de autonomia às escolas para gerir os currículos”. Uma percentagem que, para o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais, é “insuficiente”. Para Jorge Ascenção, cada escola tem que, “a partir de uma matriz nacional estabelecida, ter a possibilidade de implementar os seus projetos e depois prestar contas por eles”. E isto implica dar às escolas “autonomia para adquirir e ter os recursos necessários para desenvolver os projetos que tencionam implementar”, como “equipas multidisciplinares” que tenham uma “intervenção precoce tão cedo quanto possível” para evitar que os alunos reprovem.
Em consonância com o que defende a tutela, Jorge Ascenção concorda com a adequação dos programas curriculares com o meio em que as escolas estão inseridas. “O país, apesar de pequeno, tem muitas diferenças e não podemos ter todos a aprender o mesmo da mesma forma. Temos de ter, de facto, uma resposta adequada a cada um”, argumentou, sem deixar de frisar a importância do “envolvimento das famílias” e até das próprias autarquias. “Sei os riscos que corremos em termos político-partidários, mas temos que lutar por isso, para que os próprios políticos percebam que é importante desenvolver uma política educativa e fixar as famílias nos seus municípios”, acrescentou.
Na Trofa, as preocupações dos encarregados de educação são comuns às que ecoam a nível nacional, por isso, a intervenção do presidente da Federação das Associação de Pais da Trofa (FAPTrofa) centrou-se no presente das escolas. “Habitualmente, perdemos muito tempo a projetar o futuro com diagnósticos e esquecemo-nos do presente.
Sabemos que há ciclos políticos, quando um governo muda, vem outro ciclo, mudam as pessoas que estão à frente da Educação a nível nacional, mudam novamente as políticas e andamos nisto. Devemos pensar mais no presente, sabendo nós que uma boa medida adaptada no presente, traduz-se num futuro melhor”, defendeu.
E as dificuldades vividas nas escolas da Trofa? Duarte Araújo argumenta que são as mesmas que a nível nacional: “As crianças passam demasiado tempo nas escolas. As metas vieram dificultar aquilo que é o processo educativo, há demasiada quantidade de trabalhos para casa e as crianças perdem muito tempo a estudar e perdem a oportunidade de serem crianças e jovens”.

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