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Edição 667

Chove dentro do quartel da GNR

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A chuva tem caído quase todos os dias e o aumento do volume de pluviosidade registado na Trofa aumenta também o volume de problemas registados no posto da Trofa da Guarda Nacional Republicana.

Em dia de chuva, quem entrar no quartel da Guarda Nacional Republicana (GNR) da Trofa sem se precaver, é certo que se molha. O estado de degradação do edifício, onde trabalham cerca de 30 militares e por onde passam, em média, mais de cem cidadãos por dia agrava-se a cada dia que passa e a primavera chuvosa só tem contribuído para piorar a situação.
À redação do NT chegaram imagens de pessoas que tiveram de se deslocar ao posto na semana passada e que se depararam com água a cair no interior do edifício, junto à porta. “Quem entrar sem guarda-chuva molha-se. E se o militar que está no atendimento não estiver constantemente atento, as pessoas sentam-se em cadeiras encharcadas”, fez saber uma das testemunhas.
As fracas condições estruturais do edifício que serve de posto da GNR há muito que são conhecidas, afetando negativamente o exercício de funções dos militares ali destacados, no entanto, a situação tomou proporções que prejudicam diretamente o serviço prestado à população que se desloca àquele local.
Uma fonte contactada pelo NT dá conta da ausência de casas de banho para o público e do estado “deplorável” da pintura do edifício que já causou grandes constrangimentos, devido à queda de “bocados do teto”, até na secretaria, área anexa à zona do atendimento.
Face a esta situação, urge uma intervenção no telhado do edifício, com substituição da cobertura, há muito incapaz de evitar “infiltrações latentes de água”. Além disso, o posto da GNR é um dos três edifícios públicos no concelho da Trofa – os outros são a Escola Básica 2/3 Prof. Napoleão Sousa Marques e a Escola Básica e Secundária do Coronado e Covelas – cujo telhado contém amianto, substância proibida. Este dado consta de uma lista elaborada, em 2014, pelo Governo, ao abrigo da Lei 2/2011, de 9 de fevereiro, que visa estabelecer procedimentos com vista à remoção do amianto nos edifícios, instalações e equipamentos públicos.
Mas a degradação do edifício da GNR estende-se a várias áreas. Como o NT noticiou em agosto de 2017, a cozinha do posto é refúgio de ratos e baratas e uma das divisões onde se regista mais humidade. Como documentou uma fonte, “quando algum militar toma banho no vestiário masculino que está no piso superior, há água que cai na cozinha”, por isso “o teto está completamente descascado e cheio de bolor, assim como os móveis”. “A fachada do edifício e a caixilharia também estão degradadas. Toda esta situação é resultado de 30 anos de utilização de um edifício que nunca foi alvo de obras de manutenção”, acrescentou a mesma fonte.
A antiguidade da estrutura também não responde às necessidades atuais da atuação da força de segurança. Um exemplo é a inexistência de um parque de estacionamento, que faz com que, por exemplo, “as viaturas apreendidas fiquem na rua, porque não há onde as depositar”.

“Já estão previstas intervenções naquele quartel”

Em fevereiro deste ano, fonte do Comando-Geral da GNR adiantou ao Jornal de Notícias estar “a avaliar as necessidades de intervenção no edifício (da GNR da Trofa) para efeitos de reabilitação e adaptação”. Esta segunda-feira, em resposta a um pedido de esclarecimento do NT, o Comando Terrritorial do Porto da GNR fez saber que “já estão previstas intervenções naquele quartel, no sentido de serem supridas as infiltrações que subsistem”. “O Comando Territorial do Porto está consciente das debilidades estruturais existentes no posto territorial da Trofa, sendo uma das suas prioridades as questões inerentes à qualidade do serviço prestado ao cidadão”, referiu. No entanto, não adiantou a data para a realização das intervenções.

“O Comando Territorial do Porto está consciente das debilidades estruturais existentes no posto territorial da Trofa, sendo uma das suas prioridades as questões inerentes à qualidade do serviço prestado ao cidadão”

O NT também contactou o Ministério da Administração Interna (MAI), que tutela a atividade da Guarda Nacional Republicana, mas até ao fecho de edição não obteve resposta. Sabe-se apenas que, em março de 2017, em resposta a um requerimento do Grupo Parlamentar do PS assinado pela deputada trofense Joana Lima, o MAI fez saber que “não foi priorizada pela Guarda Nacional Republicana a necessidade de investimento no posto territorial da Trofa, pelo que esta intervenção não se encontra incluída nos investimentos a realizar da Lei n.º 10/2017”. Esta lei estabelece a programação dos investimentos na modernização e operacionalidade das forças e serviços de segurança públicos para o quinquénio de 2017-2021.

Há autarquias que assumem o lugar do Governo

A ausência de intervenção do Estado nos edifícios e equipamentos das forças de segurança não é um problema exclusivo da Trofa. Face à inação da tutela, muitas autarquias assumem a responsabilidade e o investimento para melhorar as condições das instalações das forças de segurança. A título de exemplo e mesmo ao lado da Trofa, a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão anunciou, recentemente, a adjudicação de uma obra para o melhoramento das instalações da PSP local. Em 2015, em Santo Tirso, a PSP “ganhou” novas instalações na sequência de um protocolo celebrado entre a autarquia e o MAI.
O NT contactou a Câmara Municipal da Trofa para perceber se estava disponível para envolver-se no melhoramento das instalações do posto da Trofa da GNR, mas até ao fecho da edição, não obtivemos resposta.

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