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Edição 757

Bloco na Trofa para reivindicar “serviço público” de água

Apesar de não ter representação nos órgãos municipais, o Bloco de Esquerda fez questão de passar pela Trofa, onde se paga uma das faturas mais caras pelo abastecimento de água do país, para reivindicar a “remunicipalização” do serviço e a “instituição de uma tarifa social automática”.

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No primeiro dia do período oficial da campanha eleitoral para as eleições legislativas de 30 de janeiro, o Bloco de Esquerda “sentou-se” na Trofa para debater sobre os desafios da indústria têxtil e reclamar o serviço público de abastecimento de água.

Apesar de não ter representação nos órgãos municipais, o Bloco de Esquerda fez questão de passar pela Trofa, onde se paga uma das faturas mais caras pelo abastecimento de água do país, para reivindicar a “remunicipalização” do serviço e a “instituição de uma tarifa social automática”.
Para isso, o partido incluiu no programa eleitoral uma proposta para que “o Estado tenha uma linha de financiamento de apoio aos municípios quer para remunicipalizar, quer para sustentar a aplicação da tarifa social automática”.

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“Na Trofa, se houvesse uma tarifa social automática da água, ela beneficiaria 2500 famílias”, referiu José Soeiro, cabeça de lista do partido pelo distrito do Porto, em declarações ao NT.

O bloquista lembrou “a proposta” do partido que resultou na criação da “tarifa social da energia”, que “hoje chega a 800 mil pessoas de forma automática”.

“A água é um bem público, por isso, o direito à água deve estar sob a esfera pública”, acrescentou, sem deixar de considerar que a recente renegociação que o município da Trofa fez com a Indaqua – que resultou na redução das tarifas de água, mas também num prolongamento do contrato em mais 15 anos – “significa que o que tem sido feito não tem garantido a defesa do interesse público”.
“A consagração legal do direito à agua deve passar por consumos mínimos para todas as pessoas. Não faz nenhum sentido que haja alguém que não tenha acesso por questões financeiras”.

O Bloco de Esquerda sublinha que a tarifa social automática da água poderia apoiar, no distrito do Porto, “mais de 155.000 famílias”, aplicando a medida assente num “programa de incentivo aos municípios nos mesmos moldes do atribuído à redução da tarifa dos transportes”.


“As exportações têm aumentado, mas isso não tem melhorado as condições laborais”
Outro dos temas que o Bloco de Esquerda abordou na ação realizada na Trofa foi a indústria têxtil, em dois domínios: a preservação do património criado pelo setor na região e a melhoria das condições dos trabalhadores que o mantém vivo.
“Nós sabemos que o distrito do Porto e a região Norte têm, atualmente, um salário médio líquido bastante abaixo da média do país e de Lisboa, o que significa que somos uma das zonas do país com salários mais baixos e com maiores desigualdades”, atestou José Soeiro, que logo direcionou o problema para o setor têxtil.
“É também na indústria das confeções que existem salários baixos e violações dos direitos laborais”.
O bloquista fala de um “paradoxo” que existe no distrito: “Tem-se aumentado as exportações, mas isso não tem correspondido à melhoria das condições laborais, o que significa que há uma riqueza que está a ser conseguida, mas não está a ser distribuída por aqueles que a produzem, os trabalhadores.
O caminho que o BE quer que o país siga tenha como motor “não os baixos salários, mas a diferenciação do que é produzido e a qualificação dos trabalhadores”. “Puxar os salários para cima, apostar na qualificação, na inovação, nas políticas públicas de formação, garantir a fiscalização e a efetividade do direito do trabalho e garantir que criamos emprego com qualidade, que permite aos jovens querer trabalhar nestes setores”, postulou.

E para o partido, um dos problemas que persiste é a manutenção da legislação que “promove a precarização”, como “os contratos de trabalho temporário”. “O PS tem recusado nos últimos dois anos a fazer essas alterações, ficando na posição de defender o legado da direita na legislação do trabalho”, atirou José Soeiro, que reafirmou a intenção de o Bloco “se reafirmar e reforçar como terceira força política”, para “ter capacidade de abrir um novo ciclo no País”.
Do ponto de vista do património industrial da região, os militantes apresentaram a proposta do partido de se criar, no Vale do Ave, um Centro de Ciência Cidadã, “que permita a qualquer cidadão encontrar um espaço e apoio para propor e desenvolver os seus próprio projetos”.
“Será uma oportunidade para dar a conhecer o património material e imaterial deste território, não perder o conhecimento técnico e científico produzido ao longo dos últimos cem anos por operários e técnicos industriais e, por isso, desenvolver um espírito crítico e científico logo nas gerações mais novas”, argumentaram os bloquistas.

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