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Ano 2007

Associações querem “Salvar o Coronado”

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Chamar a atenção para o ambiente, a natureza e a cidadania nas cidades, serras e campos fserviu de mote para três dias de conversas, colóquios e visitas organizados pela Convergir, uma plataforma de associações que em comum têm a defesa do ambiente, do urbanismo e do ordenamento do Território. O não há “destruição” do Vale do Coronado, na Trofa, foi um dos temas dominantes.

plataformavalecoronado.jpgCom “total vontade e disponibilidade” para colaborar na procura de alternativas ao Vale do Coronado para a instalação da nova plataforma intermodal na área do Grande Porto, a Plataforma Convergir congrega associações cívicas que dedicam especial atenção às questões de ambiente, urbanismo e ordenamento do território na área do Noroeste e Norte de Portugal, disponibiliza na sua página de internet um abaixo assinado onde todos aqueles que apoiem a causa “Salvar Coronado” possam manifestar a sua opinião. Os apoios obtidos serão comunicados às entidades responsáveis pelo projecto.

Durante a noite de sexta-feira várias Associações reuniram no espaço Imerge, na Rua de Santa Catarina no Porto, para discutir o Vale do Coronado e as implicações que a instalação da Plataforma Maia/Trofa trará em termo de impacte ambiental e de qualidade de vida para as populações.

A Plataforma Convergir recusa a destruição do Vale Agrícola do Coronado em prol da construção de uma plataforma intermodal, de características urbanas e nacionais, na área do Grande Porto, mais concretamente no Vale do Coronado, em terrenos pertencentes aos concelhos da Trofa e da Maia.

A tomada de posição desta rede de cooperação interassociativa está a ser divulgada na sua página de internet, onde também é disponibilizado um espaço para cidadãos particulares e entidades subscreverem a tomada de posição da Convergir.

Na tomada de posição da Convergir é possível ler-se o seguinte: “Já lá vai mais de um ano desde que o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações apresentou o projecto de Rede Nacional de Plataformas Logísticas. Essa rede prevê a construção de uma plataforma intermodal, de características urbanas e nacionais, na área do Grande Porto, mais concretamente no Vale do Coronado, em terrenos pertencentes aos concelhos da Trofa e da Maia.

As associações integrantes da rede de cooperação interassociativa Convergir têm procurado acompanhar o processo, nomeadamente os esforços das populações e das associações de defesa do ambiente da região na procura de uma localização alternativa para a referida plataforma que evite a destruição do Vale do Coronado, mas têm visto o seu trabalho dificultado pelo muro de silêncio estabelecido à volta de todo este processo por parte das entidades oficiais.

Entende a Convergir que a dimensão do projecto, os impactes variados e significativos que lhe estão associados, nomeadamente os de natureza ambiental e social, e particularmente o facto de ele ser apontado para o Vale do Coronado, composto maioritariamente por terrenos agrícolas integrantes da Reserva Agrícola Nacional, justifica que a decisão que vier a ser tomada seja o mais amplamente participada, no respeito aliás de princípios hoje largamente aceites e reconhecidos por quantos assinaram a convenção de Aarhus, da qual Portugal é um dos subscritores.

A Convergir lamenta pois o secretismo que envolve todo o processo, e na linha das preocupações anteriormente manifestadas, particularmente pela ADAPTA – Associação para a Defesa do Ambiente e do Património na Região da Trofa, pela Cooperativa Agrícola de Santo Tirso e Trofa, pela Cooperativa Agrícola da Maia e pelas populações da região, particularmente das freguesias de S. Mamede do Coronado, de S. Romão do Coronado e de Folgosa, que, em sessão pública realizada no dia 7 de Dezembro de 2006, se manifestaram claramente contra a localização, vem alertar os responsáveis para o seguinte:

1. Apesar de alguns responsáveis governamentais terem afirmado que o projecto inicial foi alterado, com a diminuição para 160 hectares da dimensão da área a afectar à Plataforma Logística de Maia e Trofa, algo que está por confirmar, o problema de fundo subsiste na medida em que grande parte dessa área de 160 hectares é solo arável de Classe A e como tal integrante da Reserva Agrícola Nacional.

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2. Mesmo com menores dimensões do que as inicialmente previstas e apesar de uma ligeira deslocalização para Sul, a implantação da plataforma logística da Maia/Trofa nos terrenos agrícolas do Vale do Coronado acabará por inevitavelmente levar à ocupação de todos esses terrenos, destruindo assim uma das maiores manchas de solo arável existente na Área Metropolitana do Porto.

3. A eventual destruição do Vale do Coronado, devido à construção de uma infra-estrutura logística de grandes dimensões, terá implicações ambientais enormes em toda a região, destruindo um valioso ecossistema que, não obstante as enormes pressões urbanísticas de que tem sido alvo, foi possível até agora preservar.

4. Sendo o Vale do Coronado formado por terrenos de aluvião, atravessados pela Ribeira da Mamoa, onde a água anda à superfície, a construção da plataforma logística nesses terrenos levará à impermeabilização de vastas áreas, com consequências ao nível das escorrências e do escoamento superficial e subterrâneo e consequentemente dos recursos hídricos existentes.

5. Com a construção da plataforma naquele local, a paisagem esteticamente agradável e a biodiversidade aí existentes serão profundamente afectadas, assistindo-se à fragmentação da paisagem e do habitat, bem como à destruição de solos férteis, com a correspondente disfunção ecológica. O ruído aumentará e o acréscimo da circulação de viaturas pesadas será responsável pela libertação de grandes quantidades de partículas e de químicos poluentes. Tudo isto provocará perturbações na saúde das populações e danos nos edifícios e no ambiente.

6. A localização de uma plataforma logística no fértil Vale do Coronado, encurralando a área urbana das freguesias de S. Romão do Coronado, de S. Mamede do Coronado, e de Folgosa, acarretará pois graves consequências para a qualidade de vida das populações dessas mesmas freguesias, destruindo um ecossistema milenar, que moldou a identidade das comunidades aí residentes, que desse ponto de vista ficarão irremediavelmente mais pobres.

7. No deve e haver das consequências económicas e sociais, o fim da actividade agrícola decorrente necessariamente da construção da plataforma não deixará de ter profundas consequências sobre o tecido produtivo da região, afectando drasticamente o rendimento de largas dezenas de famílias que da terra retiram o seu sustento. O legítimo e saudável apego de grande parte desses agricultores à sua actividade e à sua terra, e a um valioso património paisagístico e ecológico, faz com que alegadas vantagens económicas resultantes da plataforma, que podem ser obtidas em eventual localização alternativa, não possam de forma alguma compensar essa perda.

A Convergir é a favor do desenvolvimento, desde que este seja sustentável. Por isso, apesar da alegada importância económica, social e até ambiental deste projecto, não pode aceitar a sua localização prevista para o Vale do Coronado, tanto mais que existem outras alternativas que devem desde já ser estudadas, para que em sede de processo de Avaliação de Impacte Ambiental, no respeito pelos normativos legais em vigor, possam vir a ser confrontadas e avaliadas.

A Convergir manifesta total vontade e disponibilidade para participar num processo transparente e honesto tendo em vista evitar a destruição do Vale do Coronado. Cabe à tutela encontrar a melhor solução para que a Área Metropolitana do Porto possa vir a ter uma plataforma logística sustentável em local onde não sejam destruídos valores patrimoniais e naturais insubstituíveis, estando a Convergir disponível para colaborar na procura de alternativas. Mas exige também mais transparência e mais informação em todo o processo, na certeza de que jamais se comprometerá com uma solução que não respeite as pessoas e o ambiente, como parece ser o caso daquela que dizem estar prevista para o Vale do Coronado”.

Para subscrever este “Não há destruição do Vale do Coronado” só tem de aceder a http://www.convergir.org/

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