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Ano 2010

As SCUT e a Ausência de Quem Defenda os Trofenses

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tiago-vasconcelos

Quem desenhou a engenharia financeira para construir auto-estradas sem custos para o utilizador (SCUT) foi o Eng. António Guterres. Mais tarde, em 2005, o Eng. Sócrates ganhou eleições em vários distritos quando prometeu diversas SCUT pelo país inteiro, enquanto o Dr. Santana Lopes já afirmava que não era possível manter determinados “luxos” e, portanto, teria de haver portagens. Lembram-se?

Agora, o Eng. Sócrates, tarde e a más horas – como tem sido usual – decidiu cobrar a alguns, os mesmos de sempre, seguindo o critério que lhe dá mais jeito.

A minha opinião é que se deva pagar portagens pelas mais diversas razões, entre as quais:

: Princípio do utilizador/pagador – Não é justo que os que não andam nas SCUT paguem o mesmo que os seus utilizadores;

: Situação Económica – Portugal encontra-se em situação difícil e os 700 Milhões euros/ano, durante 30 longos anos que o Estado tem de pagar às concessionárias não são compatíveis com a situação económica do país.

Porque se há-de pagar Póvoa de Varzim/Porto quando não se paga Cascais/Lisboa?

Porque razão se há-de pagar Trofa/Porto quando não se paga Sintra/Lisboa?

Não se percebe, pelo menos eu não percebo.

A generalidade das pessoas também não percebem, e as últimas semanas têm sido marcadas pela intensificação do desagrado popular perante a necessidade de pagar portagens, que até agora eram “virtuais”. Escrevo “virtuais”, e não virtuais, porque sempre as pagámos através dos impostos. A diferença, é que antes pagávamos todos, agora cada um paga pela viagem que efectua na auto-estrada. O desagrado popular perante a inevitabilidade de pagar portagens está concentrado no Norte. Mais uma vez, o poder central está a descriminar as famílias e empresas do Norte face ao resto do país.

Aliás, já não se via esta união dos autarcas em torno de uma questão há muito tempo. Os autarcas do Norte perceberam que se cada um remasse para seu lado, não teriam sucesso perante a dualidade de critérios do Governo.

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Além de não perceber a atitude discriminatória do poder central, também não percebo a passividade da Presidente de Câmara. Por onde anda?

Não é a altura perfeita para englobar o troço Trofa/Porto da A3 no pacote das possíveis futuras comparticipações do Estado para os seus utilizadores?

A meu ver, a ligação Trofa/Porto pela A3 tem as mesmas prerrogativas que diversas SCUT alvo de contestação, nomeadamente:

: Não tem alternativa nacional – A E.N. 14, que liga o Porto a Braga, passando pela Trofa, foi transformada em estrada municipal no percurso que atravessa o nosso Concelho;

: Poder de Compra inferior à média nacional;

: A Trofa, como outros concelhos, faz parte da Área Metropolitana do Porto;

: O enorme fluxo de pessoas e mercadorias que percorrem a ligação Trofa/Porto/Trofa.

Todos nós sabemos que a Trofa sozinha, como a generalidade dos concelhos deste país, não tem força para exigir o mesmo tratamento para as portagens que oneram as suas gentes e as suas empresas.

A Presidente de Câmara perdeu uma enorme oportunidade por não ter tido o rasgo, e não era preciso muito, de perceber que estando solidária com os autarcas do Grande Porto, teria mais hipóteses de obter sucesso na igualdade de tratamento dos seus munícipes.

Mais grave ainda, a Câmara Municipal deixou para Santo Tirso o papel de defender os interesses daqueles que utilizam a A3, ou seja, e na prática, a Presidente de Câmara está de acordo que as portagens pertencem a Santo Tirso.

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Vamos ver se ainda vai a tempo de correr atrás do prejuízo, seria muito importante.

Diz-se por aí que a Presidente esteve ausente do país por alguns dias para ver a Selecção no Mundial. Como se diz muita mentira fruto das inúmeras conversas de café, tenho de ser justo e dar o benefício da dúvida que numa altura destas qualquer Presidente era incapaz de voltar as costas ao seu povo e deixar de defender os legítimos interesses do Concelho.

 

Tiago Vasconcelos

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