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Ano 2006

ARTUR QUINTAS DEMITE-SE PARA NUNCA MAIS SER DIRIGENTE DESPORTIVO

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Injustiçado e desiludido, Artur Quintas demitiu-se do cargo de vice-presidente do Bougadense. A arbitragem de Sérgio Soares no jogo com o Oliveira do Douro está na origem de tão drástica quanto inesperada posição.

Para Artur Quintas, o futebol acabou. Da pior forma. Dirigente desportivo desde 1978, o ex-vice-presidente do Bougadense apresentou a demissão e já entregou o cartão nos serviços administrativos da AF Porto, como forma de protesto contra uma arbitragem que, segundo o antigo «patrão» do futebol dos de Santiago de Bougado, “roubou uma subida de divisão” ao emblema da Trofa.

Castigado com 30 dias de suspensão e 100 euros de multa, Artur Quintas considera, a O NORTE DESPORTIVO, que “não merecia” a sanção que lhe fora imposta pelo Conselho de Disciplina da AF Porto. Por uma razão simples: “Num País democrático, ninguém pode ser condenado por dizer as verdades”. Pior: “Ninguém deve ser condenado sem se defender”.
A indignação de Artur Quintas levou-o não apenas a apresentar a demissão do cargo de vice-presidente da Direcção, como ainda a fazer uma exposição ao Conselho de Disciplina, para que “toda a verdade possa vir ao de cima”. Ainda segundo o ex-chefe de departamento de futebol, “chegou a hora de dizer basta”, numa clara alusão à arbitragem de Sérgio Soares no jogo com o Oliveira do Douro, da 30.ª jornada da Divisão de Honra, que terminou empatado (0-0) e fora marcado por uma expulsão ao jogador Ramalho, por alegadamente ter simulado uma falta à entrada da área quando já tinha visto um cartão amarelo.
Sem «papas na língua», Artur Quintas assume ao ND que “roubaram uma subida de divisão ao Bougadense”, o que, aliás, é denunciado na carta registada que já deu entrada no Conselho de Disciplina, na qual o ex-«vice» dos de Santiago de Bougado faz menção “a nomes e factos estranhos” ocorridos antes da partida da jornada 30 na Trofa.
O ex-dirigente não se conforma mesmo com a actuação de Sérgio Soares, eleito o melhor árbitro da época 2004/2005, e defende que, “se alguma coisa lhe disse” já depois do fim do encontro com os gaienses, “foi porque alguma coisa se passou”, o que recusa “tornar público”, por “respeito às instituições” envolvidas, nomeadamente ao Conselho de Disciplina da AF Porto, que já tem em mãos “tudo quanto deve saber”.
Artur Quintas não ficou apenas revoltado com a arbitragem do árbitro do Porto, mas também com o castigo que lhe fora aplicado, “injusto” e “mesmo ofensivo”, uma vez que, ainda segundo o antigo chefe de departamento de futebol do Bougadense, em mais de 20 anos como dirigente desportivo, “sempre” defendeu os árbitros, “nos bons e nos maus momentos”. Aliás, o ex-dirigente afirma mesmo que “o Bougadense já perdeu jogos dirigidos por Sérgio Soares e, no final”, Artur Quintas deu-lhe “os parabéns”, lembrando mesmo uma partida com o Perafita em que “o melhor homem em campo foi o árbitro”.
“Estou completamente desiludido”, confessa Artur Quintas, ao ponto de pôr de parte qualquer possibilidade de voltar a fazer parte de uma Direcção do Bougadense. “Para mim, chega”, reafirma, “magoado” por não o terem deixado “ir até ao fim” da época 2005/2006. “Se fosse um arruaceiro, ainda entendia o que me fizeram, mas procurei sempre defender os árbitros”, justifica, para, em jeito de despedida, lamentar a forma como teve de sair do futebol. “Pus o Bougadense e o futebol à frente da família e não merecia isto”, desabafa.

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PEDRO SALGUEIRINHO
SÓ SE DEMITIU PORQUE FOI INJUSTIÇADO
Pedro Salgueirinho lamenta a tomada de posição de Artur Quintas, mas deixa claro que a demissão do cargo que desempenhava no Bougadense “não se ficou a dever a nenhuma divergência com a Direcção”.
“Solidário, desde a primeira hora”, com Artur Quintas, o líder do emblema da Trofa defende mesmo, a O NORTE DESPORTIVO, que “foi a arbitragem de Sérgio Soares no jogo com o Oliveira do Douro que levou à demissão” e abandono do futebol do antigo «vice», que, ainda segundo o presidente da Direcção, “se sentiu injustiçado por ter sido castigado com 30 dias de suspensão apenas por ter dito a verdade” no balneário do árbitro, na presença do delegado do Oliveira do Douro. Assim, conclui Pedro Salgueirinho, “não vale, de facto, a pena andar no futebol”.

Fonte : Norte desportivo

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