quant
Fique ligado

Edição 732

APROLEP pede justiça no preço do leite

Publicado

em

Publicidade

“É preciso subir o preço do leite ao produtor!”. É este o título do comunicado da APROLEP – Associação dos Produtores de Leite de Portugal, presidida pelo bougadense Jorge Oliveira.

Numa já habitual comunicação de final de ano, a associação releva o papel dos “produtores de leite” para que “houvesse alimento na mesa dos portugueses” numa época marcada pelas “dificuldades inerentes à pandemia da Covid-19”.

Apesar do esforço, o setor considera que continua a ser vítima de “injustiça”, refletida no valor do leite. “Este foi mais um ano com o preço do leite abaixo da média europeia. Em outubro, tivemos em Portugal um preço médio de 30,4 cêntimos por quilograma de leite, cerca de 4,6 cêntimos abaixo do preço médio comunitário. Foi o quarto pior preço entre os 27 estados-membros”, salienta a APROLEP, que sustenta o desagrado com o facto de os produtores comprarem “combustíveis, adubos e rações a um preço equivalente aos colegas europeus”.

Face a este cenário, a APROLEP refere que só é possível manter a produção do leite com recurso “ao crédito”, ao “adiamento de investimentos”, à aquisição de máquinas “em segunda mão” ou ao recurso ao “sacrifício pessoal de agricultores e familiares, que abdicam de receber uma justa remuneração pelo seu trabalho”.

“Para agravar, além da subida anunciada do salário mínimo e dos aumentos habituais da energia e dos restantes custos de produção, ocorreu nos últimos meses uma subida significativa no preço das matérias-primas e cereais usados no fabrico das rações, necessárias para equilibrar o bolo alimentar das vacas, baseada no milho e erva que produzimos nos nossos campos. Apesar da ração comprada ser, em média, apenas 20 por cento da quantidade total de alimento ingerida por uma vaca, representa cerca de 50 por cento dos custos de uma vacaria”, acrescentou a associação.

E o futuro não conforta os agricultores, preocupados com a decisão do Ministério da Agricultura em relação ao período de transição 2021-2022, da qual estimam perdas de “12 por cento” na ajuda ao rendimento do setor, e à reforma da PAC (Política Agrícola Comum) até 2027, “com a anunciada redução das ajudas do atual Regime de Pagamento Base, devido à convergência a 100 por cento em 2026 nas áreas de cultivo destinadas à produção de leite”.

“Os produtores preferiam poder dispensar os subsídios e receber um preço justo pelo leite produzido, mas até que isso aconteça as ajudas serão essenciais para a sobrevivência do setor”, sublinha a APROLEP, que espera agora por “formas de mitigar a redução das ajudas, nomeadamente através do reforço substancial do pagamento ligado e da adoção de eco-regimes adaptados ao setor, que permitam um futuro mais eficiente e ecológico na produção de leite, compensando os agricultores pelos serviços que prestam na defesa do ambiente e no combate às alterações climáticas”.

Continuar a ler...

Edição 732

Memórias e Histórias da Trofa: S. Gonçalo em 1901

Publicado

em

Publicidade

O fatídico ano de 2020 está prestes a terminar e com ele encerram bastantes dificuldades, algumas delas desconhecidas pela maioria da população.

O dezembro termina e o mês que se segue é o janeiro, que marca um dos momentos mais importantes da cultura popular, com a comemoração de S. Gonçalo, na freguesia de Covelas, concelho da Trofa.

Todos nós, certamente, teremos inúmeras histórias para contar sobre estas festas, que são das poucas atividades que os trofenses ainda aderem em bom número e que permitem que o lado mais popular da sua vivência tenha grande destaque cultural.

Uma festa de cariz popular iria ser capaz de atrair um elevado número de pessoas para um evento em que é impossível atestar a sua data de formação com certezas e rigor que a história obriga.
A romaria que venho aqui abordar realizou-se, praticamente, há 120 anos…

(…)

Esta crónica só pode ser lida integralmente na edição impressa do jornal ou através da edição disponível para assinaturas online. Mais informações aqui

Continuar a ler...

Edição 732

A extraordinária ceia de 1973

Publicado

em

Publicidade

Apesar de ter nascido no dia 26 de Dezembro de 1973, eu, dois dias antes, sem ter consciência de mim, comecei a animar de uma forma diferente uma ceia de Natal, quando o meu pai se ia servir pela segunda vez do bacalhau e dei um sinal de alarme à minha mãe:

– É agora! O nosso menino vai nascer! – diz ela
– Outra vez?! – interroga-se um dos meus tios, depois de se ter servido mais do vinho do que do bacalhau.
– Acho que a Tininha não está a falar do Menino Jesus, mas do nosso filho, que trás na barriga! – clarifica o meu pai.

Como quem se serve mais do copo do que do prato fica mais liberto de espírito, o meu tio exclama o que não teve coragem de dizer durante nove meses:

– Pensei que a Tininha estava a ficar gorda!!!

O meu avô, personagem expansiva e apreciador das diferenças, que sempre se animou com a felicidade dos outros, declara:

– Deve ser o Messias…o outro! Aquele pelo qual os Judeus estão à espera!

Meio perdido com a conversa e com uma espinha de bacalhau espetada na garganta, aquele que dois dias depois seria pai pela primeira vez, reclama:

– Messias, não! O meu rapaz vai-se chamar José Augusto.
(Tenho um tio, uma tia e uma prima que ainda me tratam por Gustinho)

– Paizinho, paizinho… – grita, aflita, aquela que dois dias depois seria a minha mãe.
(A melhor)

Aquele que dois dias depois viria a ser avô pela quarta vez levanta-se e dirige-se para o telefone:

Publicidade

– Estou! – e a minha avó a pensou que o meu avô estava a telefonar para a ambulância – És tu, António Absolum?

Do outro lado respondem afirmativamente. É o amigo judeu do meu avô.

– O vosso Messias vai nascer! Está aqui em casa, na barriga da minha filha…mas não te preocupes, vamos já para o hospital!

Do outro lado da linha António Absolum diz algo, que faz o meu avô virar-se para o meu pai:

– Ó Gusto! A vossa lua de mel…
(Este jovem que viria a ser meu pai, o melhor, também é Augusto)
E sem deixar o meu avô terminar a frase, e com os dedos metidos na boca a tentar tirar a espinha, a única coisa que saiu foi:

– Quente! As noites estavam frias, mas a lua de mel foi quente!
O meu avô preferia que o meu pai tivesse cuspido a espinha em vez daquelas palavras, e virado para o telefone.

– A minha filha não vai dar à luz virgem! O vosso Messias também tem que nascer de uma virgem?

O meu tio que se esqueceu de comer e só bebia, olhava admirado para a “pança” da minha mãe e eu, sem consciência de mim, dou mais um sinal vermelho.

– ELE VAI NASCER!!! – berra a minha mãe.

O meu avô regressa à mesa e ao pegar no copo de vinho, a minha avó,
(A melhor)
firme, ordena – Vamos já para o hospital.

Publicidade

Já na rua, as chaves do carro passavam de mão em mão, não estando ninguém em condições de conduzir. O meu tio a pensar que a minha mãe afinal não estava gorda; o meu pai aflito com a espinha na garganta; o meu avô, fora da realidade, a pensar, “Que ser especial estará para nascer”; as mulheres não tinham carta e a minha avó, virada para o meu primo de dezasseis anos, que só bebeu Spur-Cola nessa noite, diz-lhe:

– Levas tu o carro! – e passa-lhe as chaves para a mão, tendo sido esta a atitude mais sensata.

Chegados ao hospital, o meu tio enquanto aponta para um frasco pendurado numa maca, diz, “Quero beber daquilo!”, e foi colocado a soro; o meu pai foi para “Clínica Geral”, para tirar a espinha, e o médico ao ver a minha mãe, firme e em alta voz, anuncia, “A CRIANÇA VAI NASCER.”
 
E nasci…dois dias depois, no dia 26 de Dezembro de 1973. O meu avô telefonou ao seu amigo judeu e diz-lhe, “Nasceu-me mais um Messias! É o quarto, tão especial como os outros!”.
 
Assim deviam ser as crianças, para os Seus…Especiais!

Continuar a ler...

Edição Papel

Edição impressa do jornal O Noticias da Trofa de 23 de março de 2023

Edição impressa do jornal O Noticias da Trofa de 23 de março de 2023

Vê-nos no Tik Tok

Comer sem sair de casa?

Facebook

Farmácia de serviço

arquivo

Neste dia foi notícia...

Ver mais...

Pode ler também...