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Edição 485

Andores com mais de dez metros estão prontos para a procissão

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De forma a conciliar o trabalho do dia a dia, a Agência Funerária Trofense começa a preparar três dos dez andores, que vão participar na procissão em honra de Nossa Senhora das Dores, com mais de um mês de antecedência.

“Para ser bonito, tem que haver trabalho e sem trabalho não há nada feito”. Quem o afirma é João Silva, gerente da Agência Funerária Trofense, que tem a seu cargo a armação e decoração de três andores que vão participar na procissão em honra de Nossa Senhora das Dores e que, anualmente, atrai milhares de pessoas.

Armador há “cerca de 38 anos”, João Silva orgulha-se do trabalho manual e artesanal que a sua equipa desenvolve na preparação dos andores da Senhora das Dores (Paranho), Santa Margarida (Valdeirigo) e Senhora de Assunção (Esprela), que, já nesta quarta-feira, 6 de agosto, estavam prontos no salão paroquial.

A equipa prescinde das máquinas e dá uso aos dedos com o auxílio de um martelinho para prender, um a um, os milhares de alfinetes para segurar as centenas de metros de cetim, que enfeitam os andores, que são ainda adornados com as estrelas com espelho, que também leva lantejoulas e veludo. Uma das que enfeitam um dos andores marca 1965 na parte traseira, evidenciando a antiguidade do material. “As estrelas já tem uns anos e daí o valor. Os andores têm valor pelo material que se aplica. Nós mantemos a traça do antigo. Tem lá cartões/estrelas que já ninguém faz. Tenho cartões de 1974 que estão por utilizar, mas agora não há quem os faça”, contou João Silva.

Os três andores vão ter de altura “cerca de 15 metros” e “7,50 metros de largura” e o custo pode variar entre os “1500 e os 2000 euros”. O andor de Nossa Senhora das Dores é o mais caro, pois é mais “trabalhoso e não é qualquer decorador e armador que o pega, é preciso saber”, devido à sua “carcaça muito específica” e às “características totalmente diferentes de qualquer andor que esteja na festa”, chegando a pesar “cerca de 650 quilos, sem estar armado”.

No final da procissão, que sai da Igreja Matriz de S. Martinho de Bougado a partir das 17 horas do dia 17 de agosto, a equipa tem “mais 15 dias” de trabalho, em que tem de “desarmar, limpar e aproveitar” o material que estiver bom, “o que não der deita-se ao lixo”.

Apesar de não ser o único sítio com uma procissão com andores de grandes dimensões, João Silva salienta o facto de a procissão em honra de Nossa Senhora das Dores ser a “única do País” que tenha dez imponentes andores do mesmo tamanho e com “tantos figurantes” (figuras bíblicas).

Os andores que saem na procissão representam as aldeias da paróquia de S. Martinho de Bougado: Santa Margarida (Valdeirigo), Senhora da Assunção (Esprela), S. José (Finzes), S. Martinho (Corôa Real, S. Martinho e Carqueijoso), Nossa Senhora do Rosário (Abelheira), S. Sebastião (Paradela), S. Bárbara (Mosteirô), S. António (Gandra), S. Roque (Ervosa) e Senhora das Dores (Paranho).

Devido às obras de requalificação dos Parques, João Silva “ainda não sabe o percurso”, mas sabe que “a procissão passa em frente” à Capela da padroeira. “Estou convencido que as pessoas nesta terra que têm responsabilidade vão conseguir fazer o que está prometido. A procissão sai da Matriz e dá a volta à Capela”, acrescentou.

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Sobre o percurso, dado a conhecer pelo pároco Luciano Lagoa, João Silva garantiu que “os andores com a largura que têm não passam um pelo outro” na Estrada Nacional 104 “só se for de lado”. Contudo, o armador afirma que é “uma questão de organização” e que acredita que “não vai haver problema”.

Questionado sobre a possibilidade de encurtar a base dos andores para ser possível passarem lado a lado, João Silva declarou que “não pode” e que isso seria para “acabar com os andores”, além de que ficaria “dispendioso fazer carcaças novas”, numa altura em que é “mais difícil arranjar a verba para cobrir as despesas para decorar o andor”.

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