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Edição 782

Folha Liberal: A greve dos professores e a contratação municipal

“Os senhores presidentes de Câmara não dizem nada sobre este assunto? A Associação Nacional de Municípios Portugueses não tem nada a dizer sobre isto? “

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Desde o início de Janeiro que os professores estão em greve, o que tem causado enormes transtornos a muitos pais que não têm onde deixar os filhos, quando não há aulas. Ainda por cima, esta greve tem tido bastante adesão de professores e auxiliares, o que faz com que as contrariedades e aborrecimentos sejam muito maiores.

Todas as greves causam contratempos e desordens e esta não é diferente. Talvez por isso, e pela forma como a greve tem decorrido (uma greve de poucas horas diárias, mas de muitos dias) tem levado a que comece a haver quem ache que está a passar dos limites e tente a todo o custo acabar com ela, nomeadamente o Ministério da Educação.

Se o direito à greve é inquestionável, a mesma deve ser feita de acordo com a Lei, e, portanto, saber que o Ministério está a investigar alegadas atividades irregulares não deve ser entendido, em minha opinião, como um ataque ao direito à greve, mas como um ataque a práticas irregulares ou até criminais.

Mas a questão central que quero trazer com esta crónica, não é a justiça ou injustiça desta greve, não é a legalidade ou ilegalidade desta greve, nem tão pouco a moralidade ou imoralidade desta greve. O meu ponto principal é saber por que motivo os professores estão a fazer greve, e o porquê de, desta vez, a adesão estar a ser tão grande. Já houve muitas greves de professores, mas com uma adesão assim tão grande, eu não me lembro.

A razão principal para esta greve, ou pelo menos a que a despoletou, prende-se com a contratação de professores pelas Câmaras Municipais. Os professores, massivamente, estão contra a contratação dos professores pelas mesmas. E à primeira vista não se percebe bem o porquê. Então se os professores estão sempre a queixar-se, e com toda a razão, da forma como se fazem as contratações e as colocações, porque é que esta proposta os deixou tão indignados? Não seria esta uma forma de resolver o problema?

Os professores acham que não! E usam uma explicação e um argumento que me parece surreal… Os professores acham que, se a contratação fosse feita pelas Câmaras Municipais, os critérios seriam obscuros…

Então, os professores, massivamente, acham que as contratações de pessoal das Câmaras não se regem por competência e por critérios técnicos e éticos à prova de bala?

Ninguém acha estranho que a grande maioria dos professores pense isto e isso não nos revolte? Os senhores presidentes de Câmara não dizem nada sobre este assunto? A Associação Nacional de Municípios Portugueses não tem nada a dizer sobre isto? Não se sentem atingidos por este argumento dos professores?

Aceitamos todos, enquanto comunidade, que é assim? Será que é mesmo assim que funcionam as contratações feitas pelos Municípios?

Será que por exemplo, os 3 Diretores de Departamento, os 7 Chefes de Divisão e os 5 Chefes de Serviço, que a Câmara Municipal da Trofa está a contratar não serão escolhidos por ser os melhores para a função e por critérios bem determinados, mas por critérios que a maioria dos professores acha tão maus que preferem que tudo continue como está? (Por falar nisso, então o aumento da massa salarial da Câmara da Trofa não era por causa da transferência de competências?)

Não sei se os professores têm razão ou não para estar tão desconfiados, mas que ninguém diga que isso não é assim, parece-me bastante problemático e muito pouco lisonjeiro para o poder autárquico…

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diamantino.costa@hotmail.com
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Edição 782

Linha do Equilíbrio: Ser mulher, hoje!

Necessitamos de ensinar às nossas crianças o respeito pelo outro; que não existem brinquedos de meninas ou de meninos; que nem sempre é o príncipe que salva a princesa, pode ser a princesa a salvar-se a si própria

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Contam-se histórias infantis com expressões como “Espelho, espelho meu, existe alguém mais belo do que eu?” ou “Quem quer casar com a carochinha que é tão bela e formosinha” e, sem refletirmos, replicamos para os nossos filhos, fazendo tradição oral.

Se na primeira expressão a imagem refletida no espelho conduz à obsessão de busca pela beleza, na segunda invoca o conceito de mulher como dona de casa, esposa e mãe. Em ambos os casos, temos a Mulher (o “ser Mulher”) no centro da equação, com padrões estereotipados para a sua identidade.

A atualidade tem sido marcada por um “quebrar” de preconceitos e tabus que estão acomodados na sociedade há centenas ou, até mesmo, milhares de anos!

Particularmente, na sociedade ocidental a Mulher passou a ocupar um lugar de destaque igual aos homens, participando em várias áreas e assumindo o papel de decisoras. São exemplos a integração quase plena em todas as áreas do mercado de trabalho ou em cargos políticos. Tal exposição passou a exigir mais da Mulher, pois acrescentou à sua tradicional função de maternidade e de presença na retaguarda da família a de ativa e determinante na sociedade, com as multitarefas que se propõe desempenhar. Esta maior amplitude de ação, em mulheres especialmente superativas, poderá conduzi-las a problemas de autoestima e, em casos mais avançados, enfrentarem o já tão divulgado burnout.

Nesta avalanche cultural tem-se igualmente imposto mais à Mulher! A ideia de busca por um corpo perfeito (mesmo sendo natural uma maior obesidade pelas fases hormonais) que leva à perceção que apenas podem ser felizes com as “curvas perfeitas”. Este conceito de beleza está em permanente mutação, pelas “leis” das indústrias da beleza e da moda, com tendências de produtos ou roupa, onde se vendem padrões dificilmente tangíveis. Por outro lado, as autoimposições alimentares, com muitas distorções de comportamentos (obsessivos e compulsivos), de que é exemplo o pesar dos alimentos que, em muitos casos, são passos em direção a doenças como a bulimia ou a anorexia.

Quer a escravidão do espelho/da imagem, quer a “obrigação” de permanente atividade, tendem a condicionar algumas Mulheres a perder o prazer de viver, entrando em desânimo, em consequência da insatisfação com a sua imagem, com a sua forma física, aprisionando-se em dietas restritivas que poderão conduzir a uma autorrejeição, ao isolamento ou a perturbações psicológicas.

O que podemos nós fazer para proteger quem amamos deste sofrimento?

Necessitamos de ensinar às nossas crianças o respeito pelo outro; que não existem brinquedos de meninas ou de meninos; que nem sempre é o príncipe que salva a princesa, pode ser a princesa a salvar-se a si própria; que a “carochinha” pode com o seu dinheiro querer fazer outras coisas que lhe proporcionem prazer; que a beleza não está apenas refletida no espelho, mas nas ações e, principalmente, a aceitarem-se como realmente são.

Desde cedo, devemos incutir nos nossos filhos o culto de “ser versus parecer”, ou seja, valorizarem as suas atitudes, valores e competências em detrimento da imagem que a indústria da beleza tende a preconizar como a ideal. No mesmo seguimento, devemos ensinar e demonstrar com atos e atitudes que ser Mulher significa esta ser e escolher o que quiser, sem restrições nem obrigações.

Torna-se fundamental educar as crianças de uma forma livre, longe dos padrões estereotipados e mais próximas da sua verdadeira natureza.

sandramaia.psicologa@linhadoequilibrio.pt

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Marcada nova greve dos motoristas da Transdev e Ave Mobilidade

Está convocada uma nova greve de 24 horas para este mês.

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A 13 de janeiro, a greve dos motoristas provocou transtornos na circulação de transportes públicos rodoviários na rede explorada pela Transdev e pela Ave Mobilidade. A paralisação de 24 horas afetou o normal fluxo dos autocarros das empresas, que têm atividade no concelho da Trofa e territórios limítrofes, como Santo Tirso e Vila Nova de Famalicão.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN) a greve rondou os 75%, tendo tido mais impacto no Norte. José Manuel Silva, do STRUN, revelou que as contas do Sindicato apontam para “100%” de paralisação nalguns concelhos e os concelhos onde mais se notou foram “Fafe, Guimarães, Cabeceiras de Basto, Mondim de Basto, Celorico de Basto, Santo Tirso, Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Porto”.

Está convocada uma nova greve de 24 horas para 6 de fevereiro e enquanto o dia não chega o STRUN mostrou-se disponível para reunir com a Transdev a fim de negociar as reivindicações dos trabalhadores.

O que reivindicam os trabalhadores?

Em comunicado, o STRUN acusou a empresa de “arrogância” e “falta de cedência da administração”, às pretensões dos motoristas, entre as quais “aumentos salariais a partir de janeiro de 2023 na mesma percentagem do salário mínimo nacional, ou da inflação, aquela que for mais favorável aos trabalhadores, como vão receber os trabalhadores das empresas filiadas na ANTROP [Associação Nacional de Transportes de Passageiros]”, o “horário de almoço entre as 11h00 e as 14h30, mínimo uma hora, máximo três horas” e um “horário de jantar entre as 19:30 e as 22:00” e o pagamento do pequeno-almoço para “quem inicia serviço antes das 06h00”.

Além disso, reivindicam que o local de trabalho deve ser “aquele para onde o trabalhador foi contratado e não pode rodar para outro mesmo que diste a mesma distância casa-trabalho”, e os trabalhadores, “sempre que na hora de almoço ou jantar estejam deslocados do seu local de trabalho”, devem ter “direito ao almoço ou jantar em deslocado”. Pretendem também “acumulação do subsídio de alimentação com almoço ou jantar em deslocado ou penalizado” e não aceitam receber o “subsídio de complemento de condutor”, pretendendo manter o “subsídio de agente único com a sua redação anterior”.

Ainda segundo o STRUN, os trabalhadores “não aceitam qualquer intervalo com duração inferior a uma hora” e “exigem que as escalas de serviço sejam fixadas em papel nos locais de trabalho”.

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Edição impressa do jornal O Noticias da Trofa de 23 de março de 2023

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