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Edição 445

20 anos a construir aviões e navios de guerra em ponto pequeno (C/Video)

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António Marranita é modelista nos tempos livres e o talento para construir aviões e navios de guerra é reconhecido nacional e internacionalmente. Peças vão estar expostas na sede da delegação da Trofa da Cruz Vermelha Portuguesa.

Quase 20 anos separam os dias de hoje da altura em que o trofense António Marranita decidiu ter como hobby o modelismo. Com 16 anos e prestes a ser operado à coluna, devido a um problema de saúde que o pôs numa cadeira de rodas, António Marranita não caiu no desânimo. “Tinha de arranjar uma atividade para além do computador para me ocupar”, conta. E touché. Hoje, não tem dúvidas que o modelismo “foi uma boa opção”. “Acabou por me ajudar na recuperação e a libertar-me de outras situações. Devido à minha doença, tenho oportunidade de fazer fisioterapia constante, porque nunca estou parado”, explicou.

O modelismo trata-se de uma atividade de recriação em escala reduzida de modelos, por exemplo carros, navios, aviões, helicópteros e comboios. António Marranita, agora com 35 anos, começou com os aviões de guerra, na escala de 1/72, baseando-se na 2ª Guerra Mundial. Esta é uma época histórica fértil para os modelistas, uma vez que “houve um grande avanço tecnológico, que permitiu inventar todo o tipo de veículos e armamento”.

Depois dos aviões, seguiram-se os tanques de guerra, figuras, dioramas (paisagens em que se misturam dois ou mais veículos) e, neste momento, são os navios que ocupam grande parte do tempo livre de António Marranita. A escala transitou para 1/35, aumentando a dificuldade, proporcionalmente, o gosto pela construção.

Um navio demora “vários meses” a ficarem concluídos e exigem um processo complexo de construção, que se divide em planeamento/investigação, construção e pintura. A primeira etapa, a investigação, é a mais complexa pois “obriga à recolha de bastante informação e cruzamento de dados”, explicou. “Os modelistas são, geralmente, pessoas rigorosas e gostam de ter o maior pormenor possível na sua construção. Às vezes, uma pessoa para algum tempo até ter a certeza que uma pequena peça tem a maior veracidade possível”.

Recolhidos todos os dados, avança-se para o desenho. Após traçar em duas dimensões, no computador, o modelista faz a impressão dos moldes e recorta o papel colando-o, posteriormente, sobre um plástico, o poliestireno. As peças são recortadas para depois serem coladas até ganharem forma. O processo prossegue a lixar, betumar e pintar.

Neste momento, António Marranita está a construir um navio soviético, mas já concebeu outros de origem alemã e polaca. O que mais gosto lhe deu fazer foi um navio húngaro, denominado PM-1, o maior que tem na coleção, com quase um metro de comprimento, porque lhe deu “oportunidade” de “experimentar várias técnicas” que aprendeu com colegas portugueses e estrangeiros.

Licenciado em Engenharia Informática e prestes a concluir a licenciatura em História, António Marranita evita fazer peças habituais, optando por outras raras e pouco exploradas no modelismo.

Habitué em exposições um pouco por todo o país, o modelista trofense participou numa mostra e concurso, no Fórum da Maia, e de lá trouxe duas medalhas, uma de ouro (pelo Monitor de Rio Classe Baioneta) e outra de bronze (pelo navio PM-1). Recentemente também foi contactado por uma revista inglesa da especialidade para ser protagonista de uma reportagem.

 

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Peças em exposição na delegação da Trofa da Cruz Vermelha

Depois de um período em exposição, as peças de António Marranita vão voltar à sede da delegação da Trofa da Cruz Vermelha da Trofa. Daniela Esteves, presidente da instituição, explicou que a disponibilidade para receber a mostra também faz parte da atividade da Cruz Vermelha, que permite que o modelista “partilhe as suas peças com a comunidade”. “Gostava que esta exposição pudesse ser itinerante e que passasse pela Casa da Cultura, para que estes trabalhos fossem mais divulgados em espaços mais adequados”, apelou.

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