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Edição 464

Utentes da Misericórdia da Trofa foram modelos por um dia

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A Santa Casa da Misericórdia da Trofa assinalou o Dia Internacional da Mulher, com um desfile de moda sénior, que decorreu na instituição na tarde de segunda-feira, 10 de março.

Mulher: Mãe, Única, Libertadora, Honrada, Especial e Respeitável. Estes são alguns dos muitos adjetivos que melhor classificam a mulher e que faziam parte do cenário do Desfile de Moda Sénior, que a Santa Casa da Misericórdia da Trofa promoveu com o intuito de “evidenciar a beleza da idade”, como meio de “valorização pessoal das clientes e desconstrução de preconceitos ligados ao idadismo”.

Felismina Andrade, Carmelita Araújo, Isabel de Sousa, Deolinda Vieira e Lúcia Moreira fizeram parte do lote de “12 utentes” da instituição que desfilaram com criações da loja Noivíssima, penteadas pelos cabeleireiros Carlos Veloso e Cristina Maia, maquilhadas por Liliana Silva e fotografadas pelo Novo Olhar. Com estes “miminhos”, Felismina Andrade sentia-se “mais nova”, ao passo que Carmelita Araújo declarou que estava “tudo ajeitado”. Para Deolinda Vieira este foi “um dia diferente”, onde se sentiu como “uma princesa”. Já Lúcia Moreira, que nesse dia estava “muito constipada”, referiu que só o peso da idade, 83, a impedia “de dançar”

Já Isabel de Sousa contou que “é raro” vestir-se assim e que quando isso acontece parece que “fica outra”, garantindo que “não” sente vergonha de desfilar. “Se a gente andasse nua é que era de ter vergonha”, justificou.

O cabeleireiro Carlos Veloso aceitou o convite por achar “uma ideia muito engraçada”, tendo contactado Cristina Maia, que “também gosta de participar nestas coisas”. “Foi um desfile muito giro para a idade das meninas. Cada um penteou uma modelo, ao vivo, para as pessoas verem que a moda não tem idade”, referiu, mencionando que estava “muito contente” por participar nesta iniciativa, porque também está “a caminhar para a idade deles” e quer que “no resto dos dias” tenha “estes miminhos que todos merecem”.

Já a cabeleireira Cristina Maia asseverou que encontrou as modelos “bem-dispostas e simpáticas”, mas outras “estavam um bocadinho zangadas, porque não se queriam pentear”. Quanto ao desfile, reforçou que se tratou de uma boa iniciativa, que “devia acontecer mais vezes, tanto aqui como em outros lares para dar ânimo aos velhinhos, porque quando se metem no lar, às vezes sentem-se um bocado abandonados”.

A maquilhadora Liliana Silva tentou “alegrá-las um bocadinho mais” e fazê-las “ver que não é pela idade ter avançado que não podem ser beldades e ter estes miminhos”. “Uma ou outra não queria nada, mas com o carinho demos-lhes a volta e elas ficaram todas contentes”, frisou.

Pelo segundo ano, a Noivíssima foi uma das parceiras deste desfile. Ana Ferreira avançou que “tem sido interessante” e “é sempre bom participar em atividades da Santa Casa”, onde as “pessoas da terra sentem que não são tão lembradas e que estão sempre no seu cantinho”, sendo “bom ter um dia também para elas”. “Ficam sempre entusiasmadas, sentem-se muito bonitas. Maquilhadas, penteadas e com roupas diferentes, acho que se sentem especiais”, reconheceu, sublinhando que “é bom” que as utentes “sintam que têm um papel na comunidade”.

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A animadora sociocultural da Santa Casa, Ângela Moreira, resolveu “dar continuidade a esta iniciativa”, devido aos resultados do primeiro desfile terem sido “ótimos”. Este ano, as modelos foram renovadas, com utentes com “um grau de dependência ainda maior”. “Elas estão supernervosas, algumas delas inicialmente não queriam muito, o que é normal. Este tipo de situações é novidade, pois normalmente não saem lá fora, mas vendo-se com estas roupas estão felicíssimas”, demonstrou.

O desfile terminou com a imposição das faixas do Dia da Mulher nas utentes que participaram no desfile, com a entrega de flores a todas as utentes e a atuação da cantora Luísa Amorim.

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