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Edição 467

União Europeia diz que não financia variante à EN 14

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Bruxelas não financia nem mais um quilometro de estradas em Portugal pois considera que o investimento em acessibilidades rodoviárias não é prioritário para o pais. Variante à EN14 poderá ficar na gaveta por alguns anos. PS da Trofa, Maia e Famalicão enviaram missiva ao governo a defender prioridade da Variante, Presidente da Câmara da Trofa desagradado com anúncio da União Europeia

Foi um rotundo “Não” que a porta-voz da Comissão Europeia para a Política Regional, Shirin Wheeler deu aos jornalistas portugueses, quando foi questionada sobre se estava a ser equacionada a possibilidade de Bruxelas disponibilizar verbas, do próximo quadro comunitário de apoio, para obras incluídas no conceito “Last Mile, destinado a fecho de infraestruturas já iniciadas pelo atual QREN.

A porta voz da Comissão adiantou que “não haverá apoio para este tipo de infraestruturas rodoviárias curtas e sublinhou que “as estradas criam dinheiro por alguns meses, mas não criam emprego que alimenta as famílias no futuro” e foi mais longe ao afirmar que deveria ser o orçamento de estado português a assumir esse investimento. “Portugal já investiu muito em estradas no passado, essas infraestruturas não devem ser uma prioridade”. A responsável adiantou que Bruxelas vai apoiar outras tipologias de projetos numa clara “mudança de direção da política regional”

Do rol de vias prioritárias para o concelho da Trofa e que constava da “Last Mile” faz parte a variante à estrada nacional 14, há mais de uma década prometida mas que tem sido sucessivamente adiada e esquecida nas gavetas dos Governos de Portugal e que é agora arredada de ser construida com recurso a financiamento da União Europeia.

Contactado pelo NT o presidente da Câmara da Trofa Sérgio Humberto reagiu a este anúncio com desagrado, uma vez que é “a Comissão Europeia que define muitas linhas de estratégia para além do Estado Central” adiantando que “foi apresentado o relatório crítico relativamente à prioridade da construção da variante à estrada 14” pelos municípios da Trofa, Vila Nova de Famalicão e Maia , alertando “que esta variante é necessária, para a ligação das áreas industriais, para que as empresas escoem os seus produtos e para aqui se instalarem novas empresas”. Estes três concelho são para o edil da Trofa “ das áreas do território nacional mais importantes, com grandes empresas, multinacionais exportadoras” e “não estamos a falar numa perda de dinheiro no fundo que não tem retorno, quando estamos a falar que esta via é importante para este tecido empresarial, económico e também para as suas populações, estamos a falar que é fundamental alertar o governo e a Comissão Europeia para esta importância”.

Sérgio Humberto defende que “trabalho tem que continuar e se não for agora com esta sensibilização do governo, as coisas ficam mais difíceis”. Esta variante “é algo que se vem a falar há mais de dez anos e que nunca foi resolvida”, este trabalho em conjunto das três autarquias tem sido fundamental para não andarmos aqui cada um a puxar para seu canto”.

O edil defende “só pode ser cantada aqui uma vitória para esta área do território com a construção desta variante, quer seja com o atual perfil que está redefinido no valor de cento e noventa milhões de euros, quer seja com outro com investimento menor, mas não estamos a falar dos vinte milhões que estavam previstos nesse grupo de trabalho do IEVA que se calhar não dá para requalificar toda a EN14”.

Sérgio Humberto tem consciência de que “na Comissão Europeia olham para Portugal e vêm um país que é o 4º país com melhor rede viária do mundo. O problema é que no passado se projetou um conjunto de vias que não eram necessárias e isso hoje consegue-se perceber no interior, em muitas que foram feitas no sul do país que no fundo não tráz produtividade ao país. Esta é completamente ao contrário pois, já devia ter sido feita à mais de dez anos e não foi feita. Temos agora consciência de que foram cometidos muitos erros no passado na construção de vias que não eram necessárias e algumas delas até aqui para o norte do país e esta ficou sempre para trás, é algo que não é compreensível para quem tem responsabilidades para planificar a rede viária em termos nacionais, espero bem que a justiça seja reposta e que haja no fundo responsabilidade por parte dos gestores deste processo de repor uma justiça para com os empresários e para com a população desta região”, finalizou.

 

PS Trofa, Famalicão e Maia unidos na reivindicação da variante à EN14

As concelhias do Partido Socialista do PS da Trofa, Vila Nova de Famalicão e Maia uniram-se para reivindicar ao governo que no próximo quadro comunitário de apoio sejam incluídos os fundos necessários para a construção da variante à Estrada Nacional 14, “um investimento considerado prioritário” pelas estruturas dos três concelhos, através de comunicado, enviado esta quarta-feira aos jornalistas.

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No âmbito do debate em torno dos Investimentos de Elevado Valor Acrescentado (IEVA), os socialistas defendem que “importa definir os investimentos no sector dos transportes que acrescentem competitividade e coesão e que possam assumir um papel essencial na aproximação do Norte aos níveis médios nacionais (e europeus) considerando o seu valor estratégico, quer no âmbito da coesão, quer no domínio da competitividade económica do território mais fortemente industrializado e mais claramente exportador do país”.

Com recurso a fundos comunitários é possível, de acordo com os socialista fazer face ao valor “estimado do investimento é 20 milhões de euros, com a possibilidade de uma comparticipação de 80% dos fundos comunitários. Ou seja, o que se propõe para 6 anos corresponde a um esforço financeiro por parte do Estado português de apenas 4 milhões de euros”.

Os socialistas vão mais longe e adiantam que o facto de o “ governo estar a considerar a construção de um novo porto de águas profundas em Lisboa, estimado em 600 milhões, facilmente se perceberá que existe um pensamento alternativo, e consequentes fundos, para avançar com a priorização da variante à Estrada Nacional 14, sendo possível executar a um investimento que, sem onerar o país, responde aos interesses regionais do Norte, que devem ser também os interesses nacionais, considerando os objetivos de coesão nacional e da competitividade de um espaço regional absolutamente essencial ao relançamento da economia portuguesa”, pode ler-se no comunicado subscrito pela concelhias da Trofa, Famalicão e Maia.

Os socialista fizeram saber que enviaram uma missiva “aos deputados da comissão parlamentar das obras públicas, à Secretária de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações e ao Ministério da Economia, no sentido de defender como prioritária a execução da obra da variante à estrada nacional 14, entre os concelhos de Maia, Trofa e Vila Nova de Famalicão, dado o seu papel absolutamente determinante no território altamente industrializado e densamente povoado pertencente à grande área metropolitana do Porto e ao Vale do Ave”.

Os números de uma obra estratégica e fundamental para a região norte

São milhares as viaturas que diariamente utilizam a Estrada nacional 14 no eixo Maia-Trofa-Vila Nova de Famalicão, sobretudo veículos de mercadorias, centenas deles veículos pesados que asseguram a matéria prima para industrias e estabelecimentos comerciais manterem viva a economia da região. De acordo com o comunicado do PS “ os três municípios aceitaram o reperfilamento com vista à diminuição de custos, estimando-se que apenas 20 milhões de euros tenham um efeito muito significativo na fluidez da circulação e na competitividade deste espaço fortemente industrializado do Norte de Portugal”.

Grandes empresas dos três concelhos como a Frezite, a Proef, o grupo Metalcon, a Continental Mabor, a LEICA, a Cerealis e a EFACEC “são apenas alguns dos muitos exemplos das que diariamente lidam com o estrangulamento rodoviário da Estrada Nacional n.º14, cujas administrações têm alertado insistentemente para a importância da resolução deste problema, existindo ainda um notório consenso entre as câmaras municipais envolvidas” afiançam os socialistas.

De acordo com o comunicado “a EN14 entre Porto e Braga cruza uma região onde moram quase 900 mil pessoas, o que correspondia, segundo os Censos de 2001, a cerca de 23,5% da população residente no Norte. Não espanta, por isso, que a estrada tenha frequentes congestionamentos e reduzida fluidez de trânsito. Só entre Maia e Famalicão circulam 20 mil veículos por dia”.

Terminou na segunda-feira consulta pública

A Frezite, a Câmara Municipal da Trofa, muitas instituições e alguns residentes do eixo Maia-Trofa-Famalicão apresentaram exposições críticas e contributos, até segunda-feira dia 31 de março, no âmbito da discussão pública do relatório do Grupo de Trabalho das Infraestruturas de Elevado valor Acrescentado, relativamente à priorização da variante à EN14 como de extrema prioridade da construção desta via rodoviária.

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A própria Associação Empresarial do Baixo Ave enviou aos seus associados um email no qual apelava às empresas e às pessoas a pronunciarem-se no web site http://www.ieva.pt/contribua-com-a-sua-opiniao/view/form.html

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