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Ano 2006

Seriedade política

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Exige-se a todos quantos exercem cargos públicos, o mínimo de seriedade política, no exercício da sua função, estejam a exercer a simples função de gerir um partido político, a nível local, uma autarquia ou mesmo um Governo.

No meio de tanta vaidade, ou sem vergonha, quantos no seu dia-a-dia ficam ofuscados pelo exercício do poder, que é sempre efémero e se esquecem das regras mínimas da decência e até da educação e perdem a noção das realidades. Veja-se, como exemplo, o que se passa com o défice.

josmaria_1.jpgO actual governo, mais uma vez fez uma triste figura, aquando a apresentação das contas da execução orçamental do ano passado, apresentando um défice de 6,02% do PIB (Produto Interno Bruto). Apresentando este défice só pode dizer que cumpriu, quem não tem ideia das suas responsabilidades.

O Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, fez lembrar aquele candidato que na noite das eleições teve um resultado a raiar a vergonha, mas vem para a praça pública dizer que tivera um excelente resultado ou o caso daquele treinador de futebol que, perdendo um jogo por 3 golos de diferença, canta vitória, porque já antes dissera que o natural seria perder por 5 ou por 6…

O Ministro das Finanças e o Governo não pode falar de consolidação orçamental pois o défice apresentado é o maior desde 1993 e bastante maior que no ano anterior, em termos comparativos e sem receitas extraordinárias, pois passou de 4,9% para mais de 6%, com níveis ajustados do PIB, ou de 5,2% para 6,2%, com níveis do PIB antes da revisão orçamental.

A despesa púbica cresceu 7,4% em 2005, o triplo da inflação. O Governo não pode falar como fala, em controlo da dita despesa, pois aumentou num ano o valor de mais de 5.000 mil milhões de euros, inclusive acima 1.331 milhões da previsão que foi apontada no famoso relatório Constâncio que figurou um défice projectado para o final de 2005, cujo propósito foi de, por um lado, criar uma clima propício ao agravamento dos impostos e, por outro, como agora se confirma, transformar artificiosamente um mau resultado no final do ano na imagem de um resultado “menos mau”.

Se existe alguma coisa que se deve louvar ao actual Governo, é sem dúvida a sua capacidade de propaganda, senão veja-se a ficção que a propaganda constrói: quando os Governos PSD/CDS continham o crescimento da despesa em 3% ao ano, alguns comentadores económicos falavam de esforço insuficiente; agora que o crescimento da despesa é superior a 7% os mesmos comentadores permitem que o Governo PS fale de cumprimento e até… cante vitória! Ridículo, mas é a máquina propagandística a funcionar no seu melhor, mas para o pior do País, de Portugal e dos Portugueses!

É evidente, para usar a mesma linguagem forte que o Primeiro-Ministro utilizou no parlamento, que estamos, agora sim, na presença de um “embuste”, pois este défice de mais de 6% deve envergonhar e preocupar qualquer português e é caricato o auto-elogio governamental.

Quando o estado gastou, em 2005, mais 2,3% da riqueza criada por todos os cidadãos; quando o Governo desatou a aumentar quase todos os impostos; quando o desemprego aumentou; quando o défice externo subiu e a dívida pública total cresceu 12%, atingindo o valor de mais de 101.000 milhões de euros (quase 10.000 euros por português), aproximando-se dos 70% do PIB e gerando perspectivas gravíssimas para o futuro, está o Governo Socialista satisfeito? Porquê??

José Maria Moreira da Silva

moreira.da.silva@sapo.pt

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