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Edição 423

S. Mamede do Coronado – Direção do Centro Social quer abri-lo “ainda este ano”

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A direção do Centro Social de S. Mamede do Coronado abriu as inscrições para as pessoas que quiserem usufruir das valências do projeto: lar residencial, centro de dia e apoio domiciliário. Em entrevista, o pároco Rui Alves falou do valor da obra e da dívida existente e revelou que quer abri-la “ainda este ano”.

 Quando entramos no edifício do futuro Centro Social de S. Mamede do Coronado, sentimos o porquê de há muito ser considerado megalómano. Mas esse sentimento perde-se quando nos defrontamos com o espaço exterior, onde um jardim de verde vivo e flores de diversas cores dão paz de espírito. Este é um dos pontos fortes do projeto idealizado há cerca de uma década e cuja abertura pode estar para breve.

O pároco da freguesia, Rui Alves, é o presidente da direção do Centro Social, tendo substituído o padre Manuel Domingues, quando assumiu a paroquialidade. Apesar de reconhecer que se trata de uma obra “megalómana” e que “assusta pela dimensão, pelo tempo de paragem e pela dívida”, o pároco não enjeitou o desafio e já conseguiu atingir algumas metas, como a licença de habitabilidade junto da Câmara Municipal, aguardando agora pelo aval da Segurança Social (SS), através da assinatura de um protocolo.

Rui Alves não esconde o “medo” pela decisão da SS, já que este projeto está integrado no PARES I (Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais) e, quando foi lançada a primeira pedra, em fevereiro de 2008, a inauguração estava prevista para 2009. Já passaram quatro anos e “ainda há coisas para fazer”. No entanto, o “desafio” para o presidente do Centro Social passa por “abrir este ano”.

Rui Alves quer que o Centro Social seja “um sítio de vida com vida” e, por isso, avisa que as pessoas que forem escolhidas para trabalhar neste projeto têm que ter “uma certa vocação pessoal, entrega, paciência e carinho”. No processo de recrutamento de “colaboradores” – Rui Alves prefere esta designação à de funcionários – a direção do Centro Social recebeu “mais de 900 currículos”, um número “assustador” para as necessidades do projeto. “O Centro Social não poderá meter cá toda a gente. Não posso negar que as pessoas de S. Mamede do Coronado terão prevalência em relação aos outros, porque é esta a população que mais tem contribuído, mas haverá uma equipa que vamos escolher para fazer a seleção, tendo em conta os princípios que definiremos e com o profissionalismo e as competências que a SS pede”, explicou.

E se não há possibilidade para receber mais nenhuma candidatura de trabalho, por outro lado, a direção do Centro Social aguarda agora por inscrições de pessoas que queiram usufruir das três valências existentes: lar residencial (capacidade de 30 utentes), centro de dia (40) e apoio domiciliário (30)

Sem ser apologista dos centros sociais, por defender que “nada substitui a família”, Rui Alves está ciente de que, para os que não têm ninguém, o Estado têm de apoiar na componente social. Por isso, a realidade que quer implementar neste projeto é a “construção de uma família”, envolvendo colaboradores, utentes e comunidade. “Gostava que os miúdos da catequese passassem por cá e que houvesse voluntariado. Queria promover ações de formação, algum desporto e que este fosse um espaço de cultura e de arte. Gostava que a freguesia de S. Mamede do Coronado estivesse envolto no projeto e voltasse a acreditar nele, porque sem o envolvimento das pessoas é impossível concretizar esta obra”, sublinhou Rui Alves, que sabe que, pelos atrasos sucessivos que sofreu, foi considerada por muitos como um elefante branco.

 

Obra tem “dívida próxima dos 600 mil euros”

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Um equipamento pensado para servir a população não só de S. Mamede, mas também de todo o concelho da Trofa. O Centro Social de S. Mamede do Coronado é, segundo o pároco, “uma obra construída pelo senhor padre Manuel e pela direção de então, com muita dedicação e esforço”. Com o “valor global” cerca de “1,7 milhões de euros”, o projeto sofreu “derrapagens”, muitas relativas a “alterações legais”, que surgiram ao longo dos anos, como “uma licença para os elevadores e para as tampas de eletricidade”. “Estamos a falar de uma dívida que está próxima dos 600 mil euros”, afirmou Rui Alves. O pároco, acrescentou, já conseguiu vender um lote de terreno e “ainda há dois quase vendidos”, que ajudarão a suportar as despesas. Mas “ainda há outras coisas para comprar, como carrinhas e um conjunto de utensílios necessários para o funcionamento da casa”, salvaguardou.

Segundo as contas da direção, cada utente residencial custará, em média, à associação, “entre 900 a mil euros mensais”. Ora, tendo em conta que a lotação é de 30, as contas poderão chegar aos 30 mil euros por mês. A este valor acrescem os ordenados aos funcionários, despesas com a Segurança Social e outros custos operacionais (combustível, seguros, luz, eletricidade, etc.).

No reverso da medalha, há quem se envolva no projeto e já tenha contribuído com “lençóis, toalhas e edredões”. “Estou convencido que se as pessoas perceberem que este é um projeto transparente e bonito, que vão ter a capacidade de contribuir. A ajuda, neste caso, é fundamental”, afirmou, em forma de apelo a “todos os homens e mulheres bem feitores da Trofa”.

 

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