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Edição 464

República Checa dá solução para a falta de oportunidades

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Joana Carvalho e Diogo Mendes estão na República Checa, país onde encontraram uma oportunidade para crescer profissionalmente. Apesar de não esquecerem Portugal e a Trofa, não tencionam regressar antes de apagarem o estatuto de recém-licenciados, prejudicial na procura de trabalho.

“Temos imensos amigos e, por vezes, até nos sentimos em casa, no meio de tantos portugueses e um bom prato de bacalhau”. As palavras são de Joana Carvalho, 23 anos, trofense emigrada há cerca de um ano na República Checa, mais concretamente Brno. Assim como milhares de pessoas da mesma faixa etária, a jovem decidiu emigrar em busca de “oportunidades de emprego”. Natural de S. Martinho de Bougado e licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho, saiu de Portugal com o namorado, com garantia de emprego na bagagem.

“Eu encontrei a minha oportunidade na empresa Webnode, que está em constante crescimento e trabalha diretamente com Portugal também. É um orgulho representar o nosso país numa nação tão diferente”, afirmou, em entrevista ao NT.

A escolha da República Checa não surgiu por acaso. O aumento de portugueses a trabalhar naquele país acaba por ampliar o efeito do “passa a palavra”. “Sabíamos que aqui existiam imensas oportunidades de emprego e de podermos crescer profissionalmente”, contou.

Na empresa que a recebeu, Joana Carvalho conseguiu “finalmente” pôr em prática “todos os anos de estudo e dedicação para algo que queria fazer”. “Em sete meses, já aprendi imenso e continuo a aprender todos os dias. Se juntarmos isto com o facto de aqui sentirmos que dão valor ao nosso trabalho oferecendo-nos formação e apostando no nosso crescimento profissional posso dizer que neste momento tenho mais do que esperava”, enfatizou.

Encontrar trabalho foi fácil, mas o mesmo não se pode dizer da integração. Além de obstáculos para encontrar casa, Joana Carvalho também se debateu com “a adaptação a um idioma e culturas totalmente diferentes”, que se tornou, ao mesmo tempo, “muito interessante”.

Durante a semana, Joana não tem muito tempo livre, já que concilia o trabalho com “as tarefas domésticas, entre outras coisas”, ou seja, “aquela nova vida que passamos a ter quando já não temos os pais por perto”. Mas para compensar, os fins de semana “são aproveitados ao máximo” ao conhecer “muitos sítios diferentes”.

Apagar o estatuto de recém-licenciado

Também em Brno, Diogo Mendes, 24 anos, trabalha na IBM, uma empresa que considera “forte” e capaz de lhe dar “uma margem de progressão enorme”. Cansado de meses a procurar trabalho “em vão” em Portugal, o jovem natural de S. Martinho de Bougado integrou-se facilmente, uma vez que já tinha vivido fora do país, quando fez Erasmus, em Pisa (Itália), durante o curso de Relações Internacionais que tirou na Universidade do Minho. O facto de ter conhecidos na República Checa ajudou-o a dar o salto, mas à semelhança de Joana, também a instalação foi difícil, acabando por conseguir “arranjar um apartamento” partilhado com um colega de trabalho. “O mais estranho é a diferença cultural e linguística, que no início é um bocado mais difícil de habituar, mas com o tempo torna-se uma experiência bastante interessante”, revelou.

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Apesar de só estar em Brno há quatro meses, o jovem já sentiu “uma grande evolução” a nível profissional. “Não diria que tenho o emprego dos meus sonhos, mas neste momento é o que me está a fazer crescer e que mais tarde, se tudo correr bem, me irá abrir novas portas para algo dentro da minha área de estudo”, sublinhou.

Trabalha por turnos, mas tem tempo livre “suficiente” para fazer o que quer. É ao fim de semana que aproveita para “viver experiências diferentes, aproveitando a multiculturalidade que este país tem para oferecer”.

“A Trofa é uma cidade com um potencial enorme”

“Neste momento não me vejo a voltar a Portugal”. Diogo Mendes tem a Trofa guardada “num lugar especial”, pois ainda é poiso dos pais e um dos irmãos, mas para já não vê em Portugal as oportunidades que pretende para crescer. No entanto, abre a porta à possibilidade numa altura em que o vejam “de uma outra maneira que não como o jovem recém-licenciado sem experiência de trabalho”.

“O que falta na Trofa é a mesma coisa que falta no resto do país, pois hoje em dia uma licenciatura já não conta como contava antes o que dificulta a inserção das pessoas no mercado de trabalho”, argumentou. Joana Carvalho está em sintonia: “Espero que daqui a uns anos Portugal tenha uma mentalidade diferente e consiga perceber o que estes jovens que estão no estrangeiro poderiam estar a dar ao nosso país”.

Joana tem a família “espalhada pela Europa” e lamenta a impossibilidade de esta viver reunida “e partilhar as coisas banais do dia a dia”. “Tenho muitas saudades e dou mais valor nesta altura”, asseverou.

Para a Trofa, Diogo deseja que a prosperidade não lhe passe ao lado. “A Trofa é uma cidade com um potencial enorme que por vezes não é aproveitado da melhor maneira, nos últimos anos cresceu muito e sempre teve empresas fortes sediadas no nosso concelho, a única coisa que não podemos fazer é esquecer esse potencial e ficarmos parados no tempo”, concluiu.

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