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Ano 2005

Reposição de beneficios fiscais

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Medida acertada

 

 

O orçamento de Estado para 2006 repõe alguns benefícios fiscais que tinham sido eliminados durante os governos do Dr. Durão Barroso e do Dr. Santana Lopes.

 

Essa eliminação desses benefícios deveu-se ao combate ao défice do Estado e pretendeu-se poupar ao estado um valor que, no caso dos PPR, representaria cerca de 80 milhões de euros.

 

A reposição desse benefício (outros não foram repostos) representa uma poupança anual em termos de consumo superior a esses cerce de 80 milhões de euros porque o contribuinte beneficia duma percentagem, que varia em função da idade, dos montantes investidos.

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Investir, neste sentido, significa imobilizar dinheiro, abdicando dalgum consumo. Implica quase sempre algum sacrifício a pensar que, mais tarde, esse dinheiro possa valer um pouco mais e, principalmente, proporcionar um rendimento extraordinário na idade da reforma.

Esse sacrifício procura uma compensação no futuro. Para o cidadão, significa pagar um pouco menos no IRS no fim do ano e significa também um investimento que poderá ser utilizado quando atingir a idade da reforma melhorando, desse modo, uma fase da vida onde se ganha menos (quase sempre) e onde as despesas com saúde quase sempre sobem. O relativo desafogo que esse dinheiro, aplicado em fases mais desafogadas da vida, proporciona também representará uma velhice com mais conforto e mais qualidade de vida. Quem não precisar desse dinheiro, sempre filhos ou netos que poderá ajudar.

Para o Estado, esses 80 milhões ou 85 milhões representarão um paquero investimento que permitirá, no imediato, uma menor pressão sobre o consumo e, consequentemente, uma possibilidade de ajudar a combater o défice externo, mais grave, do meu ponto de vista do que o défice interno.

Sendo os portugueses um povo com grande propensão para adquirir produtos importados, qualquer aumento no consumo conduz-nos inevitavelmente ao aumento do défice externo. É o problema da apetência para os produtos importados e para quem consome mais do que produz ou, inversamente, de quem produz menos do que consome.

Por outro lado, representando, para o Estado um investimento dalgumas dezenas de milhões de euros por ano, representará, a prazo, uma menor pressão, ainda que indirecta sobre a Segurança Social porque, os cidadãos podendo programar a sua reforma por outras vias, terão menos propensão a pedir subsídios à Segurança Social. Pode mesmo acontecer.

Considero que a reposição doutros benefícios fiscais, incentivando a poupança, ajudará o país a atenuar as crises cíclicas de que o nosso país padece regularmente, embora não seja o remédio para todos os males da nossa economia.

Dir-se-á que os PPR são para quem tem dinheiro disponível para imobilizar, aproveitando para poupar no IRS e que os mais pobres não têm disponibilidades para imobilizar dinheiro.

Sendo verdade em muitos casos, também é verdade que, ricos ou pobres, se imobilizarem dinheiro, não consomem na proporção do dinheiro investido e continuam a ajudar a combater o défice externo.

É também verdade que muitas famílias pobres ou “remediadas” também investem as suas pequenas poupanças em PPR a pensar no futuro que pretendem menos difícil.

Não nos esqueçamos que uma boa parte da solução do gravíssimo problema da habitação em Portugal foi conseguida através dos incentivos fiscais.

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Quem sabe se uma boa parte da solução para as baixas reformas dos portugueses possa ser conseguida através de benefícios fiscais?

Penso que o nosso governo andou bem ao ser sensível a esta questão que nos beneficiará a prazo.

É necessário diminuir a quantidade de pessoas dependentes da Segurança Social para sobreviver e há que dar o primeiro passo nesse sentido.

Outros passos serão, naturalmente, necessários.

 

 

 

Afonso Paixão

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