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Ano 2006

Os Socialistas e as presidenciais

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Soares ou Alegre?

 

 

É já no próximo Domingo que os portugueses terão nova oportunidade de manifestar a sua soberania.

Depois da campanha eleitoral que alguns viveram de forma apaixonada, os eleitores vão fixando a sua opinião definitiva de tal modo que o número de indecisos não parará de baixar até ao próximo domingo.

Creio não estar a escandalizar ninguém se mantiver a minha opinião de que irá ser uma luta de titãs entre Mário Soares e Cavaco Silva.

Esta votação tem uma especial particularidade: há um candidato que nada tem a ganhar e que tem tudo a perder. Esse candidato é Mário Soares.

Depois de ter desempenhado todos os cargos que qualquer português gostava de ter desempenhado, Mário Soares coloca tudo em jogo, sobretudo o prestígio que adquiriu ao longo dos tempos e candidatou-se a novo mandato a presidente da República.

Tendo a possibilidade de viver uma vida tranquila, como muitos fariam, Mário Soares quis dar testemunho de que o seu patriotismo é muito maior do que imaginaria uma boa parte dos portugueses e posicionou-se numa luta muito difícil protagonizada à direita por um candidato que é, reconheçamo-lo, é muito forte.

Mas, neste momento, Mário Soares defronta-se com um adversário do seu próprio partido: Manuel Alegre.

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Manuel Alegre é um candidato que nada tem a perder. Tanto lhe vale ter 5% como 10% ou 15%. E, por isso, não lhe é difícil fazer o papel de corajoso. Nunca perde, tenha os votos que tiver. Estou a imaginá-lo a cantar vitória, tenha quantos votos tiver.

Se Cavaco silva representa um perigo para o governo, não é menos verdade que Manuel Alegre também o representa.

Nesta fase, o governo precisa de condições para governar. Cavaco Silva é uma ameaça para a estabilidade da governação, mas Alegre representa o mesmo risco de instabilidade. E o que nós menos necessitamos é de instabilidade governativa.

O governo tomou algumas decisões difíceis, e isso pode prejudicar o candidato apoiado pelo PS, mas nada justifica o oportunismo de Alegre, que se afastou da solidariedade devida ao governo do partido que o acolheu nas suas listas para ser deputado ao longo destes anos.

Se Cavaco já deu sinais de que pretende invadir áreas da competência do governo e que vai arranjar sarilhos, não é menos verdade que Alegre pretende arranjar os mesmos sarilhos. Basta ver a televisão para ver que assim é.

Será Alegre uma versão actual de Salgado Zenha? Ou vai criar um partido depois das presidenciais, como fez Ramalho Eanes de má memória? Vamos ter alguma surpresa e alguns vão arrepender-se por terem votado Alegre.

Compreendo que as pessoas possam estar agastadas com as medidas que o governo foi obrigado a tomar, sob pena de, se as não tomasse, comprometer o futuro do país.

Mas essa eventual insatisfação não aconselha a que se vote de cabeça quente, momentânea, num veredicto que terá consequências para vários anos.

Pelo contrário, os socialistas, e não só os socialistas, devem pesar quais as virtudes e inconvenientes que apresentam os vários candidatos.

E aí não teremos dúvidas: Mário Soares tem o perfil político apropriado para o cargo. Tem experiência, tem prestígio e tem a flexibilidade adequada para o cargo que agora está em votação.

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O seu prestígio pode ajudar Portugal na cena internacional.

E os portugueses terão tudo a ganhar com Mário soares a Presidente da República.

Eu voto em Mário Soares, na primeira e na segunda volta, porque gosto de Portugal.

 

 

 

Afonso Paixão

 

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