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Crónicas e opinião

Memórias e Histórias da Trofa: Crises de Identidade

Relativamente à falta de desenvolvimento de identidade, não é apenas no assunto dos santeiros que isso se verifica, poderíamos falar da questão do património industrial que se limita à valorização da antiga fábrica das rações em edifício municipal e também a colocação da máquina do “Sampaio” na alameda.

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Um dos elementos que nos define como comunidade é a nossa identidade que se interliga com a nossa cultura, sendo imperioso o seu desenvolvimento para a consolidação do nosso crescimento e sobretudo da nossa sociedade.
Assumo que durante dezenas de anos a nossa identidade era um elemento forte, alicerçado no bairrismo que tantas lutas venceu, desde, por exemplo, a criação do código postal da Trofa (possivelmente o primeiro grande momento que contribuiu para a nossa emancipação relativamente a Santo Tirso), a evolução a vila, cidade, e fundamentalmente, a concelho.
Somos senhores do nosso destino desde há mais de duas épocas, os elementos exteriores à nossa identidade tentam ainda vender o célebre discurso: “… a Trofa é uma rotunda”, todavia, é facilmente percetível que esse tipo de discurso é apenas e somente dores passadas ainda mal resolvidas.
O caminho percorrido para ultrapassar esse tipo de situações e inverter esse cenário tem tido alguns avanços positivos, concretamente a valorização da arte santeira, o esforço de valorizar o legado dos caminhos de ferro, como também, timidamente, e de forma praticamente despercebida o nosso histórico industrial.
Ouvir alguns dos agentes políticos locais a falarem de cultura e políticas culturais é extremamente penoso, até porque, o discurso é sempre o mesmo, a valorização é sempre a mesma, mas… e o resto? Que me interessa elogiar a minha esposa todos os dias se não faço depois mais nada além disso? É necessário sempre mais e mais e apenas afirmar que os Santeiros do Coronado fizeram a imagem de Nossa Senhora de Fátima, repetindo isto até à exaustão e nada mais fazer é apenas e só se me permitem o abuso para aborrecer.
Se existe uma valorização com este pilar da nossa cultura/identidade, porque não passar ao passo seguinte e definir um plano forte, que seja possível de executar e, sobretudo, que valorize investimentos já efetuados. Até, fundamentalmente, fundamentar esses referidos investimentos, porque senão não passará de desperdício de verbas públicas.
Relativamente à falta de desenvolvimento de identidade, não é apenas no assunto dos santeiros que isso se verifica, poderíamos falar da questão do património industrial que se limita à valorização da antiga fábrica das rações em edifício municipal e também a colocação da máquina do “Sampaio” na alameda.
Atendendo ao parágrafo anterior, até pode ser falácia da minha parte, mas, muitas pequenas coisas podem fazer a diferença. Sobretudo, se atendermos à não existência de uma agenda contínua e apenas meros atos isolados de valorização do património que surgem pontualmente e por vezes deslocadas de contexto.
Concluindo, as grandes caminhadas começam com pequenos passos, contudo, não são impossíveis de concretizar e a soma das pequenas ações seguramente que irá permitir um grande resultado, minimizando por momentos o esforço inicial.
Não nos devemos envergonhar do nosso passado como território industrial, devendo valorizar o nosso património e os elementos ligados a essa área, como também devemos tentar eliminar os mitos “urbanos” da história que em nada nos engradece e apenas faz com que vivamos numa mentira.
Recentemente comemoramos o 92.º aniversário da instituição desportiva da cidade, quando a mesma já existe desde 1928… como este, muitos outros exemplos poderiam ser dados…

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