quant
Fique ligado

Edição 759

Memórias e Histórias da Trofa – Centro Republicano Heliodoro Salgado II

Conforme descrito na crónica passada, haveria certamente mais para pesquisar sobre este assunto até então esquecido na história da Trofa.

Publicado

em

Publicidade

Conforme descrito na crónica passada, haveria certamente mais para pesquisar sobre este assunto até então esquecido na história da Trofa.
O trabalho de historiador é um pouco como descobridor de tesouros, pegando nas pontas soltas do tempo e encontrando novos caminhos e novos pedaços da história e identidade da sua comunidade.
Um evento que teve bastante eco na imprensa nacional que estava próxima ao Partido Republicano, porque era mais um dos passos para a propagação do republicanismo em que, segundo os autores das várias crónicas da imprensa, era algo que era previsível de acontecer atendendo ao elevado número de republicanos na Trofa.
Uma referência para que um dos elementos da comissão do próprio núcleo ser o seu irmão Augusto Salgado, ele próprio figura do 31 de Janeiro, como o seu irmão Heliodoro Salgado, que teve de se exilar no Brasil, fazendo, inclusivamente, parte do núcleo de refugiados lusos em Espanha. Analisando esta situação, é de fácil perceção que a família Salgado esteve sempre próxima dos trofenses com contactos com a comunidade local, contrariando a versão mais comum da história que alega que tinham saído deste burgo numa fase bastante prematura.
Além do discurso do Ministro do Trabalho, que foi referido anteriormente, figura que muito deu à República e que inclusivamente foi “Primeiro Ministro”, discursaram outras figuras do regime republicano, nomeadamente deputados e também professores que se destacavam pelo seu papel na imprensa escrita, defendendo a República com grande entusiasmo. Alusão para Camilo de Oliveira.
Um momento que não teve somente a presença dos trofenses, mas também de vários elementos das comunidades vizinhas, em que se elogiou a entrega dos trofenses à causa republicana. Nomeadamente no discurso de Dr. Júlio Gomes dos Santos, que era antigo administrador do concelho de Santo Tirso e que, nas horas de aperto das mudanças políticas republicanas, contou com o apoio de trofenses para o proteger das rivalidades de elementos de fações contrárias que naquele momento estavam num crescendo.
O próprio ministro Dr. José Domingues dos Santos irá referir a luta dos trofenses contra a ditadura de Sidónio Pais destacando a sua irreverência e capacidade de luta.
Por último, perante o que tem sido argumentado, é percetível que as lutas políticas, desde uma fase prematura, estiveram presentes na identidade dos trofenses, que rapidamente aderiram à causa republicana e não se deixaram levar por sentimentos por antigos regimes.
Mesmo nos momentos críticos, mantiveram-se fiéis ao regime republicano, demonstrando serem defensores dos ideais: igualdade, liberdade e fraternidade.
Assim, termina-se o escrutínio a um dos importantes eventos da história local, resgatando do tempo memórias, histórias, figuras e, por fim, momentos.

Continuar a ler...

Edição 759

Escrita com Norte: Mais rápido a pensar do que a falar

Nessa altura havia “peregrinações” a um eucalipto (sim, um eucalipto), localizado próximo da Trofa, que miraculosamente libertava fumo, e denso.

Publicado

em

Publicidade

Quando penso naquilo que eu possa ter de bom como pessoa (poucas coisas), agrada-me crer, que talvez tenha absorvido a maior (ou uma das maiores) riqueza transmitida pelos meus pais, principalmente o meu pai, o Sr Augusto Calheiros. Não foi nenhuma herança material, que também me iria saber bem e me permitiria “assassinar” o despertador, mas foi sim o despertar do pensamento, questionando as coisas e pesquisando, para melhor fundamentar as minhas posições. Na essência, ser capaz de pensar pela minha própria cabeça e não me deixar arrebanhar pela maioria (com a excepção daquele ano, no Ciclo Preparatório, em que eu e mais de meia turma andávamos atrás da mesma miúda).
O Sr Augusto Calheiros, para me mostrar que essa seria a melhor postura, mostrou-me a outra face! Assistimos a uma sessão da Assembleia da República, em que um alto responsável da Nação respondia “Não”, pela nobre e justificada razão do outro alto responsável da Nação ter antes dito “Sim”, seguindo-se um cacarejar, que rapidamente transformou um local de supostas argumentações sérias, num verdadeiro galinheiro, com a desvantagem dos deputados não porem ovos (que nem precisariam ser de ouro). No final fui levado a um café onde se discutia futebol.
Cada um dos intervenientes justificava as suas opiniões com um sólido e fundamentado “Porque sim” ou “Porque não”, não raras vezes seguido de um “Tu não percebes nada!”!
Estas discussões a que assisti, apesar de cenicamente impressionantes, se tivesse que fazer um sumo das mesmas, nada sairia… eram conversas “secas”.
Dias depois, quando o questionei sobre a “Fé”, sobre se esta era mais forte e se tinha mais sentido que a “Razão”, o Sr Augusto Calheiros apenas me disse: – Anda daí!
Nessa altura havia “peregrinações” a um eucalipto (sim, um eucalipto), localizado próximo da Trofa, que miraculosamente libertava fumo, e denso. Lá chegados, e com os olhos bem abertos, vimos o óbvio, o eucalipto em vez de libertar fumo era sobrevoado por milhares de mosquitos! Ao meu lado alguém rezava e perguntei:

– Está a rezar pelos mosquitos?

– Quais mosquitos, menino? – respondeu-me a senhora com uma pergunta, enquanto mascava umas ervas.
Regressei a casa intrigado com a possibilidade da fé poder cegar!
Na prateleira do móvel da sala, algures entre os “Miseráveis” e um livro de receitas que tinha um bolo de iogurte muito bom, estava a descansar a “Bíblia”. Acordei-a e passei as semanas seguintes a lê-la. Fiquei a saber que os milagres terminaram com a morte dos apóstolos e preocupei-me com a senhora que rezava aos mosquitos! Seriam alucinogénias as ervas que a senhora mascava?
De onde viria aquela fé? O meu pai levou-me a uma igreja para assistir a uma missa.
Algumas das coisas que ouvi durante a cerimónia e alguns dos rituais encenados durante a mesma, que toda a gente absorvia como verdade, contradiziam o que tinha lido no livro que estava pousado no altar. Concluí que a manipulação da fé das pessoas, por uns, podia facilmente levar à construção de santuários onde mosquitos voam à volta de eucaliptos!
Mais tarde, perguntei ao meu pai sobre o “Politicamente correcto”.

– Isso vais descobrir por ti! – respondeu-me.

Com o passar dos anos e com a percepção que fui adquirindo da vida e dos outros, apercebi-me de que uma minoria (descubram qual) ditou a forma de pensar, mascarando lobos com pele de cordeiros e o contrário, condenando quem se atreve a discordar e a sair desta forma balizada de pensamento. Para muitas pessoas essa limitação foi um alívio que lhes deu mais tempo para novelas e “Big Brothers”. Afinal a forma correcta de pensar já está decretada, basta ler o “Manual do Politicamente Correcto”.

Todos os dias desperto e tento ser digno do título desta crónica e todas as noites deito-me com níveis razoáveis de insucesso.

*Texto dedicado ao meu pai, que completou 76 anos no dia 12/02.

Publicidade
Continuar a ler...

Edição 759

Só 12% das viagens na Trofa são feitas em transporte público

O mesmo estudo dá conta de que, no concelho, o veículo próprio predomina, sendo utilizado em 69% dos casos.

Publicado

em

Publicidade

Na Trofa, das 23 mil viagens pendulares – deslocações de uma pessoa entre dois locais (residência e trabalho ou escola) apenas 12% são feitas em transporte público. Este dado consta de um estudo de caracterização do sistema de transporte na Área Metropolitana do Porto (AMP) divulgado pela Lusa.

No mesmo documento é referido que, do número total de viagens pendulares realizadas a partir do território trofense, a maior parte, 64%, é feita dentro do concelho, enquanto 25% são feitas com destino a concelhos da AMP e 11% são interregionais.
O mesmo estudo dá conta de que, no concelho, o veículo próprio predomina, sendo utilizado em 69% dos casos.
Considerando apenas as viagens em transporte público, na Trofa cerca de metade das viagens (51%) são feitas no próprio concelho.
Na Trofa, o principal destino é precisamente a Maia (26%), e as entradas “são maioritariamente provenientes da Maia e Santo Tirso (16%)”, sendo ainda digno de registo que “39% das entradas e 30% das saídas no município são de e para concelhos fora da AMP”.
Os dados constam de uma versão provisória da “Caracterização do Sistema de Transportes em Cada Município” da AMP, feita no âmbito do concurso público para o transporte público rodoviário na região, lançado em janeiro de 2020, e que por esse motivo incluem dados dos Censos de 2011.
Matosinhos, Maia e Trofa estão integrados no lote Norte Centro do concurso público de transporte rodoviário para a AMP, que foi atribuído à empresa Barranquense.
A rodoviária alentejana propôs um preço de 1,42 euros por quilómetro e uma frota de oito veículos elétricos, 116 veículos com classe de emissões Euro VI e 26 veículos Euro V, segundo os documentos consultados pela Lusa.
Depois de um impasse nos tribunais, o concurso reuniu condições para ser adjudicado, sendo que para a Trofa estão previstas 16 linhas de autocarro, para Matosinhos 29 e para a Maia 19.

Continuar a ler...

Edição Papel

Edição impressa do jornal O Noticias da Trofa de 09 de março de 2023

Edição impressa do jornal O Noticias da Trofa de 09 de março de 2023

Vê-nos no Tik Tok

Comer sem sair de casa?

Facebook

Farmácia de serviço

arquivo

Neste dia foi notícia...

Ver mais...

Pode ler também...