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Ano 2008

Mão que lava. Mão que cobre.

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Impressiona a forma como o Estado tomou de assalto a sociedade civil. Melhor, reformulo a frase: impressiona a forma como um Partido Político tomou de assalto o Estado, não só na Administração Pública, como também nos Institutos e Empresas Públicas, e agora toma de assalto as instituições da sociedade civil.

  O caso mais flagrante, nos dias que correm, é, como sabemos, o do Banco Comercial Português. Um Conselho de Administração amavelmente "sugerido" e cedido pelo Governo. Santos Ferreira abandona o Banco do Estado (Caixa Geral de Depósitos) para, juntamente com a sua equipa (na qual se inclui Armando Vara), assumir as rédeas da governação do maior Banco privado "português", ou que, pelo menos, assim é considerado. Indo a eleições, Santos Ferreira venceu esmagadoramente a lista adversária, encabeçada pelo Prof. Miguel Cadilhe, e logrou assumir a Presidência do BCP. Os accionistas colocaram-se ao lado do Governo português e do Governo angolano, que através da filha do Presidente José Eduardo dos Santos, concentra, neste momento, conjuntamente com um accionista de referência português, o maior foco espectral de poder na instituição bancária, traduzível em voto ou não.

Mas as boas notícias para o Governo português não se ficam por aqui. O Senhor Primeiro-Ministro havia dado a sugestão, na sua mensagem de Natal, e o Senhor Ministro das Finanças confirmou-o agora. O défice público desceu para valores na ordem dos 3% em 2007. Interessa, não obstante, saber quais as suas implicações.

A diminuição do défice das contas públicas, conseguido através do aumento da receita (e portanto, através do esforço e sacrifício do cidadão português que paga impostos, bem como as contribuições para a Segurança Social) e não por intermédio da diminuição da despesa, que derrapou, apenas em 2007, em cerca de 290 milhões de euros, face ao previsto no Orçamento de Estado, já se viu, vai trazer-nos um de dois cenários possíveis.

O primeiro cenário poderá traduzir-se numa diminuição das taxas dos impostos (com o IRS à cabeça, prevejo) ou na concessão de benefícios fiscais. Podemos ser tentados a intuir ser este um quadro bem estilo politiquês deste Governo, que capitalizaria com o calendário eleitoral de 2009.

Um segundo cenário seria aumentar a despesa, não já do lado da despesa corrente do Estado, mas sim do investimento público. Com isto, o Governo poderia retribuir o "gesto simpático" a uma parte considerável dos accionistas com capitais portugueses no BCP que elegeram Santos Ferreira (antigo deputado socialista) para a Administração do Banco, sobretudo às Construtoras e Instituições de Crédito. Tudo precedido dos necessários concursos internacionais para a realização das obras que se prevêem ser, está bom de ver, as do novo aeroporto a servir Lisboa (é admirável a forma célere como todos já esquecemos o comboio de alta velocidade a ligar o Porto a Vigo, não é?…).

Mau grado a crise internacional, reflectida no caos que vivem, actualmente, as Bolsas de Valores, e na subida vertiginosa do petróleo e bens de primeira necessidade à indústria e ao próprio consumo humano, em Portugal sopram ventos de entusiasmo! Da economia à saúde, da justiça ao ensino, tudo vai bem! É a maratona luso-porreirista, pá!…  
 

P.S.: Tristemente, a história repete-se. As empresas que laboram no concelho da Trofa deslocam-se para outros municípios, colocando em risco os postos de trabalho de tantos trofenses. Esperemos que não seja o caso da Tesco… Mas algo está mal. O que é necessário? – Atrair maior investimento privado, mais empresas para a nossa terra, criar riqueza e postos de trabalho. A quem cabe, em primeira linha, a criação de condições para as empresas laborarem na Trofa?… Até quando estaremos nós arredados do desenvolvimento económico e, consequentemente, social?

Helder Reis

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