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Edição 592

Literária Mente: Somos todos contadores de histórias

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Esta semana cruzei-me com uma frase do nosso grande José Saramago que dizia:
«O que se passa é que nós temos a mania de romantizar tudo, e começamos logo a imaginar… umas teorias filosóficas»
Sempre achei que o nosso Prémio Nobel da Literatura inunda de significado a grande maioria das suas expressões. Esta, não é exceção.
As pessoas perguntam-me várias vezes onde vamos buscar a inspiração para escrever, como se escreve, como é que há pessoas com uma capacidade incrível para escrever e outras não.
Na verdade, e isto é um facto que passa ao lado de muita gente, somos todos contadores de histórias. Estamos constantemente a criar nas nossas cabeças todas as possibilidades e mais algumas para as nossas vidas… Ou as dos outros. E contra mim falo. Foi assim que percebi que temos um poder de previsão horrível. Principalmente aquele tipo de pessoas demasiado (haverá demasiado?) sonhadores, que imaginam e tentam criar um mundo idílico na sua cabeça o que, normalmente, as deixa frustradas e desapontadas porque as coisas raramente acontecem como imaginam.
Se estamos constantemente a fazer e a criar esse tipo de histórias, porque não escrever? Porque não criar algo nosso? Se é verdade que na vida real não temos a varinha mágica que possa fazer acontecer as coisas com um piscar de olhos, (embora eu acredite que temos a capacidade de moldar o nosso presente e futuro com a mentalidade certa), nos nossos livros, nas nossas histórias, nas nossas criações, podemos fazer o papel de Deus. Podemos corrigir algo que até nos tenha acontecido, podemos reescrever a nossa história, podemos fazer tudo. Porque a escrita, os livros, o mundo da fantasia e da ficção, não têm limites.
Preocupa-me que o acesso à educação não seja para todos. Porque me parece que podemos estar a desperdiçar mentes brilhantes, ideias geniais, que ficam por explorar devido à falta de apoio ou estímulo. A preocupação estende-se aos escritores que não arriscam, que não têm coragem ou confiança nos seus trabalhos.
Arrisquem. Sejam genuínos, honestos e escrevam para vocês. Podem o mundo, se quiserem o mundo.

Livro da Quinzena:

Sétimo Selo, José Rodrigues dos Santos.
Neste espaço, vou inaugurar uma nova forma de estar. Se, por vezes, recomendarei livros lidos por mim, nas vezes restantes irei pedir uma opinião a uma pessoa do meu círculo social. Vou abrir horizontes, falar sobre literatura e conhecer novas formas de estar nesse mundo. O meu amigo Ricardo Sá falou-me, esta semana, da sensação fantástica de ler este romance de José Rodrigues dos Santos. Atual, apesar de o ter lido muito depois de ter sido, e envolvente, pela personagem, o galã Tomás Noronha, mas pela história em si, envolvendo intriga, mistério e romance. Eu já li e posso recomendar também!
Literariamente, estamos conversados.

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