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Edição 761

Escrita com Norte: Do pleno ao nada

Nesta galáxia, com planetas de tamanhos e cores diversos e a distâncias diferentes da sua estrela, um deles, por ter vida, não lhe era suficiente o estatuto especial que tinha e declarou unilateralmente a independência da galáxia a que pertencia.

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Num tempo perdido no próprio tempo, havia cinco Universos, unidos sem distinção. Um deles, achando-se mais sombrio do que os outros por ter mais buracos negros, sentia-se especial. Imbuído de um espírito independentista, separou-se.
Nesse Universo, agora só, mas mesmo assim infinito, além dos buracos negros, tinha poeiras cósmicas, cometas, estrelas,… e galáxias. Das inúmeras galáxias existentes, e das que não se sabiam existentes, havia uma que se achava distinta, e, imbuída de um espírito independentista, desanexou-se do Universo a que pertencia.
Nesta galáxia, com planetas de tamanhos e cores diversos e a distâncias diferentes da sua estrela, um deles, por ter vida, não lhe era suficiente o estatuto especial que tinha e declarou unilateralmente a independência da galáxia a que pertencia.
Neste planeta, com um único continente, de nome Pangeia, a Natureza, caprichosa, dividiu-o em vários continentes.
Cada um deles dividiu-se em países, que por sua vez se dividiram em regiões, e as mais ricas, fartas das regiões mais pobres, amotinaram-se, e separaram-se do país a que pertenciam.
Nessas regiões, com muitos bairros, o industrial, que com as suas fábricas produziam e criavam riqueza, separou-se dos outros bairros.
Carlos, gerente da fábrica que mais facturava de um destes bairros industriais, e com um excelente ordenado, como era o que mais contribuía para o orçamento familiar, divorciou-se da esposa e não quis saber dos filhos que, tal como tragédias naturais, só lhe davam despesa.
Hoje de manhã, Carlos teve um AVC que lhe imobilizou o braço direito. O esquerdo, habituado a descansar à sombra da bananeira, já que Carlos era destro, teve que começar a trabalhar. Revoltado com o seu destino e não querendo sustentar o braço direito, o esquerdo, amputou-se do corpo de Carlos.
Agora, independente e uno, o braço esquerdo era senhor do seu destino. Mas com o tempo a mão começou a ganhar calos e desanexou-se do antebraço. Agora, atingida a divisão até à perfeição do punho livre que trabalha, os dedos reagem contra a palma, que nada agarra e em referendo os dedos declaram independência. De nariz empinado, o dedo indicador, de postura erecta, censurou os outros dedos expulsando-os da sua vizinhança. Só, o dedo indicador virou-se contra si, degradando e dividindo-se, até restar um enorme vazio.
Este enorme vazio é constituído por cinco grandes vazios, unidos e sem distinção. Um deles, achando-se mais oco do que os outros…

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Edição 761

Sara decidiu ajudar as mulheres da Guiné-Bissau a terem dignidade menstrual

O projeto vai centrar-se, inicialmente, na Guiné-Bissau, em Bigene, onde as mulheres, que “não têm acesso a pensos higiénicos nem tampões” para conter o fluxo menstrual, usam “jornal, meias, miolo de pão, panos sujos e sacos de plástico”.

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Diminuir a pobreza menstrual, o absentismo escolar e laboral associado ao período menstrual por dor, vergonha ou mitos intrínsecos. Estes são os propósitos que servem de pilares ao projeto “Sublimes gotas de amor”, lançado, recentemente, pela trofense Sara Pereira.

A enfermeira, que já viveu experiências de voluntariado no Porto em São Tomé e Príncipe, decidiu “replicar” um tipo de projeto já desenvolvido por várias associações espalhadas pelo Mundo, e contribuir para “dignificar a criança, a adolescente e a mulher ao longo do seu ciclo de vida” em países em vias de desenvolvimento.
O projeto vai centrar-se, inicialmente, na Guiné-Bissau, em Bigene, onde as mulheres, que “não têm acesso a pensos higiénicos nem tampões” para conter o fluxo menstrual, usam “jornal, meias, miolo de pão, panos sujos e sacos de plástico”.
“Não têm casas de banho onde trocar os protetores menstruais nem acesso a água canalizada para higiene adequada, muito menos papel higiénico, nem sistema de recolha de lixo, que é enterrado ou queimado”, explicou Sara Pereira, em declarações ao NT.
Iniciado a solo, o projeto será agora desenvolvido em parceria com uma associação da região, através da realização de “uma formação e capacitação dos profissionais de saúde sobre tratamento de feridas e outra formação sobre educação menstrual, de 1 a 15 de abril”.
Além disso, o “Sublimes gotas de amor” ganha corpo através de kits, exclusivamente feitos pela trofense, compostos por “três pensos higiénicos de tecido de algodão reutilizáveis, um par de cuecas 100% algodão, um sabão rosa para lavagem dos pensos e roupa íntima, um sabonete para higiene pessoal e um folheto informativo sobre como utilizar os pensos higiénicos reutilizáveis e quais as instruções de lavagem”.
No arranque do projeto, e “a título particular”, Sara Pereira vai distribuir “50 kits”, com o objetivo, a médio prazo, de conseguir que aquela população feminina consiga reunir “ferramentas” para continuarem o projeto.
Além disso, a enfermeira decidiu, ainda, promover uma oficina de costura para quem estiver interessado “em aprender a fazer pensos higiénicos reutilizáveis e replicar o seu fabrico, criando uma possível fonte de rendimentos ou apenas para continuarem a ter pensos para sua utilização”.
“Quero dignificar o direito à saúde obstétrica e ginecológica de cada ser do sexo feminino e o seu direito à educação menstrual. Só com conhecimento, cada mulher poderá perceber melhor o seu corpo, os seus ciclos e o seu ritmo, fazer as suas escolhas de planeamento familiar (dentro da sua religião, cultura e crenças inerentes)”, frisou.
Este trabalho é, particularmente, desafiante na Guiné-Bissau devido à religião muçulmana e crenças culturais, sendo uma aprendizagem que tem que ser dada com muito tato e sensibilidade.
“Em parceria com formações desta área, está um elemento dedicado aos direitos humanos, sendo que este tipo de trabalho é validado para garantirmos o respeito pela cultura daquele povo e a adesão ao novo conhecimento”, explicou.

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Edição 761

Memórias e Histórias da Trofa: Décadas depois, a mesma falta de visão

Estamos em 2022, no dito século XXI e não no século XX, e as práticas e posturas governamentais são as mesmas. Os anos passaram, a cegueira política não permitiu ver além e permitir que outros evoluíssem.
Serve de consolo que se continuar neste atraso, mais tarde ou mais cedo, poderá ocorrer a chegada do metro ao Muro.

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A crónica desta semana, em virtude das circunstâncias das vivências da sociedade trofense, será um pouco diferente das habituais, pois não se irá resumir somente à história, abrindo horizontes para a constatação da realidade com paralelismo no passado.
Uma causa, por mais simples que seja, quando concretiza o seu escrutínio histórico, acaba por ver facilitada a sua “legalidade”, “validade” ou o que se quiser chamar. A população do Muro iniciou uma série de iniciativas nestes últimos dias e semanas a reivindicar a vinda do metro para a sua localidade.
A 14 de março de 1932, o comboio deixava ouvir o seu primeiro silvo na estação do Muro e terminava um longo jejum de promessas. Sim, as promessas não são de agora, numa região altamente industrializada, com as fábricas a crescerem a olhos vistos no início do século XX, nas suas primeiras décadas, com a Região do Vale do Ave a ser sinónimo de progresso.
A progressão dos investimentos públicos no comboio e na ferrovia, concretamente na Linha de Guimarães, estavam congelados, enquanto se discutia o seu crescimento até Braga, para ligar outros polos do Vale do Ave, como as Taipas, por exemplo. Contudo, na prática, desde 1907 que não havia uma ampliação da rede ferroviária naquela instalação ferroviária.
Sem o surgimento de um novo quilómetro na Linha de Guimarães, podemos alegar que as dificuldades da economia pública eram imensas. A Primeira Grande Guerra, por exemplo, alterou por completo as dinâmicas de investimento. Todavia, é óbvia a falta de visão dos decisores políticos.
Ultrapassado um quarto de século, eis que a linha entre a Trofa e a Senhora da Hora era colocada em funcionamento, não ignorando que permitia finalmente a ligação ao Porto, concretamente à Boavista.
A ligação ao Porto, concretamente à Boavista, acontecia porque desde 1875 que a Póvoa de Varzim estava ligada ao Porto com a Senhora da Hora a ser o ponto de passagem. A ligação do Muro terminava nessa mesma linha, entroncando aquelas duas linhas naquela cidade.
Na prática, assistimos a um atraso superior a 30 anos da ligação da Trofa ao Porto, enquanto outras localidades e respetivas comunidades desde há muito estavam ligadas à Invicta.
A inércia política fez com que milhões e milhões de recursos se desperdiçassem, o desenvolvimento económico/social não fosse uniforme e sobretudo pleno. Castrando o crescimento que podia ser em maior escala e obviamente trazer mais retorno para a sua comunidade.
Estamos em 2022, no dito século XXI e não no século XX, e as práticas e posturas governamentais são as mesmas. Os anos passaram, a cegueira política não permitiu ver além e permitir que outros evoluíssem.
Serve de consolo que se continuar neste atraso, mais tarde ou mais cedo, poderá ocorrer a chegada do metro ao Muro.

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Edição impressa do jornal O Noticias da Trofa de 09 de março de 2023

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