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Como votou a Trofa nas Legislativas desde que é concelho?

Desde que atingiram a independência administrativa, os trofenses foram seguindo a tendência nacional, dando a vitória à força política que acabou mais votada no total nacional. Só há uma exceção.

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Três vitórias do PSD, três do PS e uma da coligação PSD/CDS-PP. Resumem-se assim as eleições legislativas no concelho da Trofa desde 1999. Desde que atingiram a independência administrativa, os trofenses foram seguindo a tendência nacional, dando a vitória à força política que acabou mais votada no total nacional. Só há uma exceção: no sufrágio de 2019, deram mais votos ao PSD e não ao PS, que acabou por, a nível nacional, ter maior votação e capacidade para reeleger António Costa, contudo sustentado pela “geringonça”.

De resto, o retrato do país reflete na Trofa. Até em 1999, um ano depois de aprovada a criação do concelho na Assembleia da República, com os votos contra do Partido Socialista. Nesse ano, os socialistas obtiveram 44 por cento da preferência dos portugueses e, na Trofa, também contaram com maior percentagem, distanciados do PSD por 394 votos.

António Guterres governou sem maioria até chegar o “pântano” e a derrota nas autárquicas. O primeiro-ministro demitiu-se e a Assembleia da República foi dissolvida, precipitando a marcação de eleições para 2002.

Aí, venceu o PSD de Durão Barroso. No país, a diferença para o PS foi de menos de 3%, mas na Trofa o fosso foi grande. No concelho, os “laranjas” tiveram mais de 49% dos votos, enquanto o PS não chegou aos 35%, perdendo cerca de dois mil votos relativamente a 1999. Os sociais-democratas contaram com um crescimento assinalável: mais de 1400 votos do que dois anos antes.

CDS-PP e CDU mantiveram-se, tal como em 1999, no 3.º e 4.º lugares, respetivamente.

Em 2005, ano em que José Sócrates foi eleito primeiro-ministro e o PS conseguiu a maioria absoluta pela primeira vez, a Trofa seguiu, novamente, a tendência nacional. O maior número de votos foi para o PS, que obteve quase 45%, conseguindo uma grande recuperação, com mais cerca de 2800 votos, tendo em conta as legislativas anteriores.

Quase na mesma proporção, o PSD perdeu força, enquanto o CDS-PP segurou o 3.º lugar, também, ligeiramente, penalizado.

Mas um dos grandes vencedores deste sufrágio foi o Bloco de Esquerda que, no concelho, tornou-se a 4.ª força política mais votada, conseguindo mais do que triplicar o número de votos obtidos em 2002. A CDU, apesar de ter obtido mais votos, desceu um lugar nas intenções dos eleitores trofenses.

Destaque para a maior participação – em termos percentuais – dos votantes da Trofa. Mais de 72% dos eleitores inscritos foram às urnas, percentagem que nunca mais foi superada, aliás, desde então que tem decrescido: nas últimas eleições, em 2019, só 61,37% dos trofenses com idade para votar cumpriram o dever cívico.

José Sócrates foi reeleito em 2009, já sem maioria, e a Trofa voltou a dar o maior número de votos ao PS, que no concelho atingiu quase 42% (no país foi 36,55%). O PSD de Manuela Ferreira Leite manteve, praticamente, os votos conseguidos em 2005, por sua vez, Paulo Portas viu o CDS-PP dar um “salto” no município que visitou dias antes do sufrágio, com mais 800 votos, assim como o Bloco de Esquerda, que contou com a preferência de quase mais 500 eleitores.

Em termos de participação, o concelho conseguiu superar o país, com 69,37% de votantes, quase mais 10% do que o total nacional (59,74%).

Com o chumbo do PEC IV, José Sócrates foi, em 2011, obrigado a “bater com a porta”, precipitando mais umas eleições antecipadas, que ficaram marcadas pela penalização dos portugueses ao PS, que perdeu, e a todo o sistema político, pelo aumento da abstenção que, pela primeira vez, foi superior aos 40%.

Pedro Passos Coelho levou o PSD à vitória, com 38,65% dos votos dos portugueses. Na Trofa, o partido contou com maior percentagem: 43,55% e mais dois mil votos que nas eleições de 2009.

O PS perdeu quase três mil votos (obteve 31,13%) e o CDS-PP manteve-se, pela última vez em legislativas, 3.ª força política. O Bloco de Esquerda também perdeu o 4.º lugar para a CDU, ao cair quase 45% nas intenções de voto, relativamente a 2009.

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O PAN estreia-se nas eleições e consegue os primeiros 127 votos no concelho da Trofa.

Depois de uma legislatura marcada por um período difícil, com a aplicação de várias medidas de austeridade no âmbito do programa de resgate pedido à troika (FMI/BCE/UE), PSD/CDS-PP, que se coligaram em 2011 para formar governo, foram juntos a votos, em 2015, e até conseguiram a maioria dos votos (38,5%), mas acabaram por não conseguir formar governo, uma vez que o PS, pela primeira vez, conseguiu o apoio parlamentar do BE, do PCP e do PEV, e António Costa tomou posse como primeiro-ministro.

Na Trofa, a coligação PSD/CDS-PP conseguiu 46,43%, enquanto o PS voltou a perder expressão, com 29,41% (menos 534 votos que nas legislativas anteriores).

O Bloco de Esquerda assumiu-se, pela primeira vez, a 3.ª força política no concelho, com mais de dois mil votos obtidos, e a CDU também viu o eleitorado aumentar, ligeiramente.

O PAN teve 249 votos, quase o dobro dos obtidos em 2011. Assim, ultrapassava o PCTP/MRPP (209 votos), 6.ª força política no concelho em 2011 e 2009, caindo para 7.ª, também superado pelo PDR (241 votos).

A abstenção continuou a aumentar, no país (44%) e no município trofense (37%).

Em 2019, as eleições na Trofa não refletiram a tendência nacional. Em Portugal, o PS foi o mais votado, com uma vitória confortável de 36.34%, contra 27.76% do PSD, enquanto na Trofa estas forças políticas quase empataram, distanciando-se por três votos, a favor dos “laranjas” (7609 votos).

Apesar de o CDS-PP correr sozinho a votos, o Bloco de Esquerda (1583 votos) não desmobilizou do 3.º lugar, perdendo, ainda assim, quase 500 votos, relativamente a 2015. Os “centristas” ocuparam a 4.ª posição (705) e a CDU (684) foi penalizada, conseguindo apenas 684 votos.

O PAN (558 votos) cimentou a sua posição, com mais do dobro da votação de 2015, seguido da Iniciativa Liberal, a estrear-se nas eleições, que obteve 217 votos. O RIR (152), partido de Vitorino Silva, mais conhecido como Tino de Rans, conseguiu mais votos que o Livre (132) e PCTP/MRPP (111). O Chega, também estreante, obteve 99 votos dos trofenses.

A abstenção foi ainda maior que nas eleições de 2015: 38,6%. No País, atingiu os 51%.

No domingo, realiza-se mais um sufrágio. Qual irá ser o sentido de voto maioritário dos trofenses nestas eleições antecipadas? O concelho continuará a pintar-se mais de “laranja”? O PAN, que conseguiu, pela primeira vez, representação na Assembleia Municipal, vai continuar a crescer? E a CDU que, pelo contrário, perdeu o eleito nesse órgão, seguirá a tendência de queda? A Iniciativa Liberal, que está a criar um núcleo no concelho, vai conseguir fazer mossa ao CDS-PP e concentrar votos da direita? Ou contará com concorrência forte do Chega? E a abstenção vai, ao fim de 17 anos, inverter a tendência de subida? Tudo isto depende de si. A 30 de janeiro, a democracia chama por todos.

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