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No ano de 1834 eram lançadas as primeiras sementes do futuro concelho de Santo Tirso e com o passar dos anos as futuras freguesias do concelho da Trofa seriam incluídas neste novo território que iriam deixar de ser pertença do concelho maiato.
A transferência seguramente não foi pacífica, até porque eram séculos de histórias e tradições que eram interrompidas por decreto e urgia tentar inverter essa situação. Novamente o centralismo institucional do país demonstrava as suas guerras e terá sido um dos muitos exemplos desta prática que até hoje perdura no tempo.
Anos depois, em 1843, concretamente a 4 de março, na Câmara dos Pares, era discutida, por iniciativa do deputado Pimentel Freire, uma representação dos moradores das freguesias de Alvarelhos, Guidões e S. Cristóvão do Muro para apelarem relativamente a uma futura desanexação do concelho de Santo Tirso. Queriam reverter aquela situação a favor do concelho da Maia.
Os habitantes destas freguesias deslocavam-se pela primeira vez à Câmara dos Pares, no atual Palácio de S. Bento, para serem ouvidos junto da nata da elite política nacional, na expectativa que o seu pedido fosse atendido. Serve de valorização o facto de os habitantes daqueles pequenos territórios conseguirem ter expressão e serem ouvidos pelos elementos que governavam o país, conseguindo levar as suas preocupações ao principal palco político nacional.
Atendendo ao que nos diz a história, este pedido não foi atendido, ou melhor, acabou em parte por ser atendido com a mudança para a autonomia concelhia da Trofa no ano de 1998. As freguesias continuaram a ser pertença do concelho de Santo Tirso por vários anos e décadas, alimentando-se a divergência e diferentes formas de estar que se foram tornando insanáveis.