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Edição 738

APAV partilha vídeo de aluna de S. Romão sobre violência doméstica

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A performance de uma aluna da Escola Básica e Secundária do Coronado e Castro na leitura de um texto literário sobre violência doméstica chamou a atenção da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV). O trabalho em vídeo resultou do projeto escolar “Leitura em movimento – um baú d’estórias para contar”.

O projeto já existia desde o ano passado, mas ganhou novo contexto mais recentemente, com o período de confinamento. O “Leitura em movimento – um baú d’estórias para contar” foi uma ideia lançada por alguns professores do departamento de Línguas do Agrupamento de Escolas do Coronado e Castro, em articulação com a Biblioteca Escolar.

E para Cristina Martins, uma das docentes envolvidas projeto ouvidas pelo NT, esta é uma prova que, mesmo à distância, na escola “consegue-se fazer coisas muito interessantes e muito válidas sobre temas que dizem respeito a toda a comunidade”.

O projeto caracteriza-se por desafiar os alunos a elaborarem um vídeo, no qual “recriassem excertos de obras, poemas de autor ou os seus próprios textos, escritos nas disciplinas de Português e Leitura Recreativa, associando-os a datas comemorativas como o Dia Mundial da Mulher, da Poesia, da Árvore, do livro Português, entre outros”.

Um dos trabalhos deu nas vistas, ao ponto de merecer reconhecimento exterior. Trata-se do vídeo elaborado pela aluna do 9.º ano da Escola Básica e Secundária do Coronado e Castro, Sara Castro, alusivo à violência doméstica. “Ela foi muito perspicaz na escolha de um trecho de uma obra, que não faz parte das leituras da escolaridade, tratando-se de uma obra escolhida por ela, o que demonstra uma sensibilidade acrescida”, referiu a docente.

A caracterização que Sara Castro escolheu, à medida que lia o texto, potenciou a emoção na receção da mensagem, o que fez a APAV, Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, partilhar o vídeo na plataforma interna.

O assessor técnico da direção da APAV, Nuno Catarino, em email, felicitou a jovem e sublinhou a importância de “sensibilizar a comunidade, sobretudo a escolar” para estes assuntos. “Este tipo de trabalhos e iniciativas é importante para passar a mensagem”, acrescentou Nuno Catarino, que anunciou ainda a publicação do vídeo no canal de Youtube da APAV.

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Além de Sara, outros alunos participaram no projeto, com trabalhos que ficarão disponíveis no blogue das bibliotecas do Agrupamento de Escolas e serão levados às mais variadas turmas e espaços da comunidade educativa. Um dos que já se pode ver no site das bibliotecas é o reconto do conto “A Galinha”, de Eça de Queirós, num vídeo em que os alunos criaram avatars, através de programa de computador, para dar vida às personagens.

Os vídeos podem também ser vistos no canal de Youtube, em www.youtube.com/user/CastroTV1/
“Há meninos que têm tanto para dar, que merecem sair do anonimato. Lançar-lhes desafios é apostar neles, naquilo que de mais genuíno têm e os diferencia do outro. E a Escola tem o direito e a obrigação de passar por aqui, de não se limitar à instrução ou à transmissão de conhecimentos”, defendeu Cristina Martins.

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Edição 738

Memórias e Histórias da Trofa: Mudanças na Feira Semanal da Trofa

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A realização de feiras é uma tradição secular no nosso país, a concretização daquele tipo de eventos numa localidade era sinal de progresso e dinamismo económico e também social num patamar mais secundário.

Não existindo os meios atuais para as trocas comerciais esta era a solução mais fácil de as realizar, como também na referida fase inicial era comum a vinda de mercadores de zonas longínquas para aquelas atividades.

As feiras no território da Trofa são intemporais, sobretudo aquelas que eram realizadas em S. Mamede do Coronado que são em idade superior às de S. Martinho de Bougado, demonstrando a vitalidade daquela localidade em tempos idos, enquanto a da Trofa deve-se sobretudo enaltecer a postura de D. João VI que percebeu que este burgo já necessitava da realização deste tipo de equipamentos.

Os anos foram passando e a feira atingiu um importante ponto de crescimento, demonstrando a importância destes eventos para com a localidade e em 1900 eis que a feira que se costumava realizar quinzenalmente e apenas aos sábados no local do terreiro da Capela da Senhora das Dores e no espaço envolvente iria passar se a realizar todas as semanas e também ao domingo, uma medida incentivada pelo poder local da Câmara Municipal de Santo Tirso.

Uma feira que segundo as crónicas tinha a visita de vários clientes e vendedores de outros pontos geográficos além da cidade da Trofa, continuando a demonstrar a importância económica que tem vindo a ser descrita nestes parágrafos.

Por último, uma pequena curiosidade para si estimado leitor que esta é a crónica 100 desta rúbrica que já o acompanha desde 2015…

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Escrita com Norte: “Acontece”

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O meio era pequeno, com o tempo cresceu, e as famílias eram grandes, com o tempo “encolheram”, e todos se conheciam (agora também, sem saberem quem são). E conheciam-se tão bem, nesse tempo, que na rua todos pareciam irmãos e mesmo daqueles de quem não se gostava, gostava-se de uma forma peculiar, dando bênção à sua existência por tornar a vida mais emotiva!

Lá, como em todos os outros sítios, as brincadeiras na rua e a fome eram normais, como agora a “fome” pela exposição, e os jovens desta altura, na maioridade, recebiam uma carta de embarque em vez da de condução.

Claro que quando chegava a altura do, “Adeus até um dia, porque eu vou para África”, os Maneis, os Antónios, os Chicos, os Josés, os Gustos, os…, já tinham descoberto há muitos anos que eram diferentes das “Marias”, apesar de estas lhes parecerem iguais no tempo das brincadeiras de rua, e todas estas diferenças que excitavam os rapazes eram discutidas com entusiasmo, mas sem o mesmo ardor que o futebol, nos únicos cafés que havia, o “São Martinho”, o “Dom Pedro V” e o café “Himalaia”.

A despedida era longa, por norma dois anos, e a viagem de barco demorava semanas. Um jovem criado em “Democracia” compreende o conceito de que, “Já que a viagem é longa, convém prolongar a estadia.”, e no regresso, isto para quem regressava, vir inteiro era a maior das sortes (cicatrizes de estilhaços e de balas não contavam). Ter os dois braços, as duas pernas, apesar de manco, e os dois olhos, mesmo com a vista diminuída, era um ser perfeitinho que a mãe recebia, trazido por uma cegonha de África em vez de Paris, era o renascimento do filho, com direito a noites mal dormidas pelos pesadelos do adulto petiz!

Estes dois anos de ausência atiçavam e confundiam os sentimentos das pessoas da terra. A Inês que não suportava o Manel, com a ausência deste na Guiné, pensava que o amava; a Manuela que gostava do Mendes, apaixonou-se pelo Carlinhos, fugido para França, porque o primo deste esteve em Angola; o Vasco, que não gostava da sua madrinha de guerra, sentiu um peso desumano no coração pelo Toni, regressado sem glória de Goa; e a Tininha, que ainda não sabia que gostava do Gusto!

Gusto retomava os hábitos deixados dois anos antes, quando partiu para o Ultramar.

Depois do trabalho, numa Companhia de Seguros, frequentava o café “São Martinho”, onde encontrava os amigos e conhecidos, que lhe gabavam o jeito para o bilhar livre (cheguei a vê-lo jogar, quando começava ele a partida, o adversário era tão assistente como eu, chegando a não dar uso ao taco). No final, o percurso costumeiro, de postura altiva “desfilava” até casa, falando com quem aparecia às janelas.

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  • Olá Tininha! És tão bonita! Se não fosses tão novinha casava contigo!
  • Oh! – respondia a Tininha com uma interjeição e fugia para dentro de casa, refugiando-se na mãe. – Ó mãezinha, o Gusto da Dona Quinhas é que é um chato! (imagino o sorriso terno da mãe).
    Gusto seguia caminho e mais frases como esta iria dizer em cada janela onde estivesse poisada uma rapariga.
    Devido ao aprumo exigido pela sua actividade profissional, mandava fazer, por ano, quatro fatos à medida. Sempre impecável subia a rua do café até casa, onde Tininha o esperava para ouvir um piropo, para gostar cada vez menos dele – Oh mãezinha, o Gusto da Dona Quinhas é que é um chato! – até que um dia, Gusto sobe a rua com um fato novo, azul marinho:
  • Olá Tininha, estás muito…
    Sem deixar acabar, da janela, Tininha vira costas e vai ter com a mãe.
  • Ó mãezinha, o Gusto da Dona Quinhas é que é bonito! (imagino o sorriso terno da mãe).
    Desde então, Tininha, com a sua sobrinha ao colo, esperava que Gusto passase, pedindo à criança para deixar cair um fio, não fosse Gusto passar distraído, garantindo assim momentos de conversa.
    Certo dia, sem a sobrinha, Tininha desce ao pátio e na passagem de Gusto pergunta-lhe se viu o Pluto, o cão da família.
  • Ele está atrás de ti! – responde, deixando-a corada.
    Achando a cena engraçada, em concordância, envergando o seu fato azul marinho, diz uma piada – Um dia havemos de casar!
    Dias depois, no café, todos lhe deram os parabéns e ao passar debaixo da janela da Tininha, esta diz-lhe – Gusto, vamos casar em Março!

Com um simples fato azul marinho, Gusto comprometeu a sua vida, a 24 de Março de 1973!

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Edição impressa do jornal O Noticias da Trofa de 09 de março de 2023

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