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Edição 507

AMAVE Discutir o futuro, sem esquecer responsabilidades

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Há cerca de 30 anos foi criada a Associação de Municípios do Vale do Ave (AMAVE), assumindo como um dos seus principias desígnios a despoluição do rio Ave, devolvendo todo potencial deste curso de água aos concelhos que percorre desde a serra da Cabreira até ao oceano Atlântico.
Ao longo deste período, a AMAVE foi desenvolvendo atividade em diversas áreas da vida da região, captando fundos comunitários e provando que é possível existir associativismo entre concelhos sem pôr em causa a independência do Poder Local e sem ter que recorrer às privatizações.
Dos diversos quadros comunitários de apoio foram canalizados muitos milhões de euros. Com um papel central da AMAVE, evoluiu-se nas áreas da recolha de resíduos sólidos, no abastecimento de água, no ambiente, na educação… Com erros, mas com um saldo globalmente positivo.
Depois de tudo isto, perante um brutal ataque à autonomia do Poder Local e uma fúria privatizadora que devasta todos os setores e áreas fundamentais à vida das populações, a AMAVE poderia afirmar-se como alternativa, aprofundando a colaboração e articulação entre os concelhos para fins específicos. Uma alternativa perfeitamente compatível com a manutenção de alguns destes concelhos na Área Metropolitana do Porto, como acontece com Santo Tirso, Trofa, Vila do Conde e Póvoa de Varzim.
No entanto, a opção de vários autarcas do PS, do PSD e CDS é contrária. Está em curso uma tentativa de acabar com a AMAVE, de que os processos de saída da Associação desencadeados pelas Câmaras da Trofa (PSD/CDS) e de Vila do Conde (PS) são apenas um exemplo.
Argumentam com a falta de ação da AMAVE, custos excessivos, inutilidade para concorrer a fundos comunitários e os salários principescos dos funcionários. Diga-se que, se isto existe, é por única e exclusiva responsabilidade dos autarcas destes partidos que têm gerido a Associação e a deixaram praticamente moribunda.
Com esta atitude, fogem às suas responsabilidades e iludem a questão de fundo. A grande bandeira e argumento para a criação da AMAVE, a despoluição do Rio Ave, continua por cumprir ao fim de quase 30 anos de vida da Associação e após muitos milhões de euros investidos, pelo que deve ser imperativa a conclusão desse projeto.
Qualquer que seja a realidade (económica, financeira, associativa ou política) da AMAVE, há responsáveis e responsabilidades que precisam ser apurados. “Usar e deitar fora” ou “saltar do barco quando ele está a afundar” não é atitude típica de autarcas. Apurar as responsabilidades e discutir o futuro é fundamental, com envolvimento das forças vivas desta região e não apenas à luz de táticas, conjunturas ou jogos de interesses.

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