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Edição 590

Ainda (e sempre) o Metro para a Trofa

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Há muito tempo – há tempo demais – que se vão sucedendo notícias sobre o Metro para a Trofa. São notícias que prometem a construção da linha até à Trofa. Depois são notícias a dizer que já não se constrói. Às vezes aparecem outras a dizer que é melhor estudar o assunto.
Mas ao longo de todos estes anos foram sendo tomadas opções que não serviram os interesses da população da Trofa. Primeiro porque permitiram o fim do serviço de comboio sem uma perspectiva real de ter o Metro. Depois porque foram sendo construídas outras ligações e anunciadas novas linhas, secundarizando sempre a ligação à Trofa.
Recentemente consegui-se dar um passo importante no plano político: por iniciativa do PCP, a Assembleia da República aprovou por unanimidade uma resolução que apontava para que se iniciasse “até ao final de 2017, a construção da ligação do Instituto Universitário da Maia (ISMAI) à Trofa”.
Apesar desta aprovação unânime, não desapareceram os contestatários. E, dias depois, veio o ministro que tutela a área dizer que não construia a ligação. Na Trofa surgiram logo reações de indignação dos que sempre lutaram pelo Metro, mas também daqueles que só defendem o Metro quando lhes dá jeito.
Na passada terça-feira o ministro foi à comissão parlamentar, em audiência. Aproveitando a presença do Ministro, os deputados comunistas questionaram-no sobre o Metro para a Trofa, tendo o governante reafirmado a sua vontade de não construir a ligação.
Mas avançou com uma nova informação, que julgo ser desconhecida da maior parte da população: o Governo está a procurar soluções alternativas em colaboração com a Câmara Municipal da Trofa. Ou seja, o Presidente da Câmara que garantiu em campanha eleitoral (sob palavra de honra, ao que me disseram) que o Metro dentro de meses chegaria ao Muro, está agora a negociar com o governo a forma de matar de vez a justa aspiração da Trofa a ser servida pelo Metro.
Percebe-se melhor agora a forma como a Câmara se comportou na demolição da ponte da Peça Má.
Percebe-se também que o presidente da Câmara não tem obra para mostrar e estará a negociar com o governo umas migalhas para poder fazer uns floreados em vésperas de eleições.
Mas não se pode perceber nem aceitar que a maioria PSD/CDS que governa a Câmara seja conivente com este atentado ao desenvolvimento, à mobilidade e qualidade de vida de todos os que vivem e trabalham na Trofa.
Também não se pode perceber nem aceitar que o governo do PS não se assuma como “pessoa de bem” e falte ao compromisso que o Estado tem com esta terra.
A Trofa tem direito a ter o Metro! Mas também tem direito a exigir que o governo a compense por tantos anos (mais de 14!!!) de espera. Uma Câmara que assumisse as suas reais responsabilidades não ajoelhava perante o governo, defenderia a Trofa e os trofenses, esclarecia e mobilizava a população na defesa do desenvolvimento da nossa terra.
Há muito que está claro que nem o PS nem o PSD/CDS querem o Metro para a Trofa. A prática dos vários governos tem-no demonstrado.
No passado também houve situações semelhantes. Por exemplo, quando não queria construir o novo trajecto e a nova estação de comboio. Aí, tal como na criação do concelho, autarcas e população mobilizaram-se, lutaram e ganharam.
Agora parece que estamos perante autarcas que têm medo de esclarecer e de envolver as pessoas na defesa da sua terra. Porque será?
Eles não querem, mas nós lutaremos até conseguir!
Chegados a este ponto, não há meio termo. É hora de definições e para tal era bom que o presidente da Câmara clarificasse duas questões:
É verdade que a Câmara PSD/CDS está a negociar com o governo PS formas de não trazer o Metro até à Trofa?
Porquê que a Câmara faz isto nas costas dos Trofenses?
Mas o processo não acabou e ainda é possível lutar pelo Metro para a Trofa.
Foi com esta convicção que, logo após as declarações do ministro na Assembleia da República, o PCP apresentou um requerimento solicitando uma audiência do Ministro para discutir a expansão da rede até à Trofa, face às dúvidas lançadas pelo ministro e à justificada apreensão nas populações afetadas.
O PCP continua do lado que sempre esteve: do lado da Trofa e da sua população, na defesa do Metro e do direito à mobilidade e à qualidade de vida. Já os outros…

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Trofense em missão solidária em Cabo Verde

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O projeto Vive Cabo Verde, desenvolvido pela Associação Ser+ Dar+, incentiva o voluntariado de intercâmbio pela valorização e educação em Cabo Verde e foi esta viagem que Ana Luís Reis quis partilhar com O Notícias da Trofa.
Uma semana para ajudar a mudar vidas. Foi com esta missão que um grupo de voluntários portugueses desembarcou a 10 de setembro em Cabo Verde. Boavista e S. Vicente foram a sua casa durante sete dias. Depois de descer as escadas do avião e encarar a dura e diferente realidade que os seus olhos testemunhavam, Ana Luís Reis foi invadida por um misto de emoções, “uma tristeza por ver as construções tão degradadas e uma alegria por estar a iluminar o dia daquela gente”.
O grupo, composto por farmacêuticos, terapeutas ocupacionais e da fala e fisioterapeutas, partiu com “o objetivo de ajudar crianças, famílias, escolas e bairros carenciados”. Durante a estadia por solo africano, os voluntários trabalharam essencialmente o campo da saúde. Deram “formação a monitores, professores e adultos de hábitos de higiene, primeiros socorros, tratamento de picadas, queimaduras, uso do preservativo, reconhecimento de sintomas de AVC e melhor alimentação”, relatou Ana Luís Reis. Mas não se ficaram por aqui. Houve ainda tempo para pôr em prática “atividades didácticas com as crianças, no âmbito da higiene pessoal e da criatividade, com pinturas e desenhos, e dar consultas à população”. Também o Centro de Dia foi alvo desta intervenção voluntária, com atividades para idosos e auxílio na medicação.
Algumas crianças com paralisia cerebral estavam já referenciadas e a equipa visitou-as no sentido de “auxiliar os familiares a lidar com a criança”, com o intuito de ajustar a medicação, ajudar com estratégias não medicamentosas, melhorar a alimentação e a postura da criança. Kleidson, de 9 anos, é exemplo disso. O menino viu a sua vida melhorar com a chegada deste grupo de portugueses. Com diagnóstico de paralisia cerebral, epilepsia e outras complicações associadas às alterações neurológicas severas e progressivas, os voluntários, com o apoio da Associação Portuguesa de Celíacos, conseguiram vários tipos de bolachas, papas, cereais sem glúten, fraldas, medicação e outros alimentos que vão permitir a Kleidson ter uma vida melhor. A Associação conseguiu ainda devolver o sorriso a um menino, dando-lhe a oportunidade de ouvir os sons da vida através de um aparelho auditivo.
Do lado de lá, onde tudo parece distante e inacessível, há falta de muitas coisas, mas sobretudo de amor. “As crianças são muito carentes. Tudo o que querem é um colo, dar a mão ou um abraço, ter um pequeno brinquedo ou um lápis de cor para pintar”, descreveu a voluntária, que afirma que os meninos cabo verdianos ficaram “eufóricos com a presença da equipa”, que foi brindada com “café cabo verdiano e uma festa de despedida”. “Ainda hoje recebemos mensagens de agradecimento e saudade”, realça Ana Luís Reis.
Numa viagem com uma carga emocional desta dimensão, há coisas que não mais saem da memória muito menos do coração. Para a trofense, “a falta de água corrente nas casas de banho, as instalações de uma das escolas e o facto de imensas crianças dormirem num único colchão” foram aspetos que não mais esqueceu. Mas a tal festa surpresa antes do adeus marcou Ana Luís Reis. “Enquanto fazíamos as atividades, eles fizeram bolos e bolachas típicas de Cabo Verde. Pedimos para não fazerem, porque sabíamos as dificuldades deles, mas era um orgulho para eles retribuir dessa forma”, explicou a farmacêutica.

Voluntários angariaram produtos que encheram dois contentores
Mas esta missão começou a ser desenhada muitos meses antes de os voluntários aterrarem em Cabo Verde. Desde fevereiro que Ana Luís Reis preparava a sua partida. “Cada voluntário fez uma ação, como por exemplo um almoço solidário, uma caminhada ou um sorteio, onde as pessoas pagavam um valor simbólico, que revertia a favor da Associação”, explicou a farmacêutica. “Também foram pedidos donativos em produtos a empresas, como fraldas, escovas de dentes, livros ou material de farmácia”, acrescentou. No caso de Ana Luís Reis, em dois dias conseguiu angariar “imensos sacos com roupas, brinquedos, calçado e livros”. Uma onda de solidariedade que permitiu levar para Cabo Verde “dois contentores de 20 pés, inclusive mobília para um infantário inteiro e muitas camas”. “É imenso”, considerou a voluntária.

“Ser feliz por fazer feliz”
Ana Luís Reis começou esta aventura por incentivo de uma amiga. Candidatou-se e surgiu um segundo grupo, que permitiu à trofense fazer as malas e embarcar. Começou aqui a aventura de Ana Luís Reis, que viu no projeto “uma oportunidade de ajudar crianças e adultos, num local desfavorecido, onde os cuidados de higiene e saúde falham”. A farmacêutica viu nesta missão “um desafio” por “contactar com realidades muito distintas das nossas e por melhorar um pouquinho a vida destas pessoas”. No regresso a casa, o sentimento é misto. Se por um lado “todas as atividades foram muito bem sucedidas”, por outro lado “ficou muito por fazer, muitas pessoas para ver e acarinhar”. Na bagagem trouxe “muitos contactos e parcerias para que, dentro do possível, a ajuda continue a ser feita de cá”, explicou Ana Luís Reis.
“O contacto com esta realidade traz um crescimento pessoal que pode ser transposto para a vida”, realçou a voluntária que considera que “a adaptação ao local e às pessoas, incluindo aos voluntários, é um desafio”. Os interessados no projeto devem seguir o grupo do Facebook “Projeto VIVE Cabo Verde” e estar atentos à abertura de candidaturas para uma nova missão. Depois devem enviar o Curriculum Vitae e esperar que lhes seja dada a passagem para embarcar na próxima aventura. Para a farmacêutica esta foi uma experiência “muito gratificante e que valeu muito a pena”. Ana Luís Reis regressou a Portugal a 17 de setembro com uma mala repleta de recordações e o coração cheio por “ser feliz por fazer feliz”.

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Trofa perde mais uma parte da sua história. E qual História? – Parte IV

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Após ter escrito em edições anteriores desta crónica sobre o processo que culminou na demolição da Ponte da Peça Má no passado dia 2 de setembro, sem que fosse promovida qualquer análise ou discussão pública dos tão evocados estudos e pareceres, conforme COMPROMISSO e PALAVRA DADA.
E, existindo documentação, já solicitada aos órgãos competentes pelos canais próprios, e que por razões que se desconhecem e que se estranha, ainda não foram divulgados para uma correta e rigorosa análise que permita tornar público e transparente as bases com que se tomou tal decisão. Na certeza, contudo, que por força de lei, com muita insistência e resiliência é certo, esses documentos terão que acabar por vir a público.
Não é fácil compreender a demora em disponibilizar documentos que supostamente já foram produzidos no passado e que serviram de base à decisão, dado que não se pretende com este pedido a produção de nova fundamentação, dado que esta já vêm no seguimento do facto consumado.
Assim e até à disponibilização da documentação que permita a todos os Trofenses, defensores da manutenção da ponte ou da sua demolição, tomar consciência fundamentada daquela que podia ser a melhor decisão, remeto novos comentários para o futuro próximo.
Mas, na minha primeira crónica sobre este tema, mencionei que iria numa crónica futura apontar alguns dos vários documentos mencionado pelos que defendem a manutenção da Ponte da Peça Má, mesmo que hoje tal já não seja possível concretizar.

Na wikipédia podemos encontrar a seguinte menção: «A linha entre a Senhora da Hora e Trofa foi construída pelo empreiteiro francês André Borie, que se celebrizou pela construção da linha internacional de Tende, de Cuneo a Nice. (…) A cerimónia oficial de inauguração deste troço e do Túnel da Trindade deu-se no dia 14 de Março, com a presença de várias individualidades do estado e dos caminhos de ferro, incluindo o presidente da república, Óscar Carmona, e vários embaixadores;(…)»
Na gazeta dos Caminhos de Ferro de 16 de Março de 1932, é possível ler o relato da “Visita do Chefe de Estado ao Norte e a inauguração do túnel da Trindade e Linha da Senhora da Hora à Trofa”, onde perante um relato minucioso e muito extenso, se vive a importância da história traçada nessa data, não resistindo a transcrever-vos breves parágrafos:
«(…) COMO FOI INAUGURADA A NOVA LINHA DA SENHORA DA HORA Á TROFA: (…) Aos catorze dias do mês de Março de 1932, pelas catorze horas, nesta estação da Senhora da Hora, foi solenemente inaugurada por S. Exª o Presidente da República, sendo ministro do Comércio e Comunicações o Exmo. Sr. Dr. João Antunes Guimarães e Diretor Geral de Caminhos de Ferro o Exmo. Sr. Eng. Alvaro de Sousa Rego, a linha férrea da Senhora da Hora á Trofa,(…) Terminada a cerimonia inaugural, procedeu ainda á cerimónia do corte da fita colocada á largura da linha e no inicio desta, tomando em seguida, de novo o comboio que se poz em marcha pela nova linha em direcção à Trofa. (…) As pessoas de maior cotação da localidade associam-se às homenagens ao Chefe de Estado, ministros e sua comitiva e ao sr. Eduardo Plácido a quem certa individualidade o nota magro e cançado do tanto que tem trabalhado em prol dos progressos ferroviários do Norte. Muro, pequeno apeadeiro conhecido por S. Cristovão do Muro, onde os sinos da igreja repicam festivamente anunciando ao seu povo o grande melhoramento para a região. O Asilo do Terço com a sua banda faz a guarda de honra. Há aclamações delirantes. Na ponte que existe entre os lugares de Poça Má e da Serra, sobre a estrada de Braga, o sr. Ministro do Comércio apeia-se para descerrar uma lápide comemorativa da inauguração desta obra de arte. Há mais aclamações, palmas, vivas e bastantes foguetes. E o comboio segue. Bougado e finalmente Trofa, extremo da linha inaugurada cuja estação se apresenta ricamente decorada com colchas de damasco. O comboio pouco demorou e o Chefe do Estado e ministros são aclamadíssimos pela multidão enorme que enche a estação. (…)»
Pois bem, muito mais podia escrever, mas cada um saberá reconhecer se esta também é a História da Trofa e se essa obra de arte era ou não importante, ao ponto de ser alvo de paragem obrigatória para descerrar uma lápide.
Pena é que a história só seja apreciada após o desaparecimento de muitos dos seus símbolos, e acreditem que na Trofa já poucos existem.

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Edição impressa do jornal O Noticias da Trofa de 23 de março de 2023

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