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A jornada centenária da inspiradora Luzia que não dispensa o “copinho” de Beirão todas as noites (c/ vídeo)

Luzia Cruz, de Cidai, comemorou 100 anos de vida a 4 de janeiro. No quarto que ocupa na casa da sua filha, recebeu a equipa de reportagem do Jornal do Ave com um sorriso e uma mão cheia de histórias inspiradoras para contar.

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Luzia Cruz, de Cidai, comemorou 100 anos de vida a 4 de janeiro. No quarto que ocupa na casa da sua filha, recebeu a equipa de reportagem do Jornal do Ave com um sorriso e uma mão cheia de histórias inspiradoras para contar. O melhor de tudo: a lucidez e a boa disposição de quem, com o peso de um século, não se cansa de viver.

À medida que o tempo desliza pelas páginas do calendário, há histórias que se entrelaçam com o fio dourado da vida, testemunhando os altos e baixos de 36.525 dias passados, que é como quem diz, cem anos. São os mesmos que Luzia Rodrigues Cruz conta, desde que veio à luz, a 4 de janeiro de 1924.

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Esta mulher que nasceu e viveu toda a vida em Cidai colecionou experiências, sabedoria e um legado que se conta em sete filhos (um já falecido), 18 netos e 12 bisnetos. Enviuvou cedo e contou anos de trabalho árduo, “no campo e na bouça”, por “muita banda”. Sachou e cortou mato, mas também foi padeira e dessa experiência ainda guarda a ciência de “amassar sêmeas, cacetes e roscas”.

Mas desengane-se quem pensa que a vida de Luzia se resume a labuta. O segredo da longevidade está, em parte, no que também fez “muito”, que foi “passear”. “A minha avó dizia que quem quiser saber, tem de passear ou ler. Eu, como não sabia ler, passeei”, diz, para depois enumerar viagens que fez, da Madeira ao Algarve, de Peniche a Arouca. Aos 90 anos, num passeio-convívio, quando acabava de dançar com as amigas, um “rapaz” abeirou-se dela a pedir mais um pezinho de dança. “Queria dizer à mãe que tinha dançado com uma senhora de 90 anos. Ora, então, eu disse-lhe que ele ia contar mais uma história e pusemo-nos a dançar ‘põe a mão na cabecinha, agora na cinturinha, vai acima e vai abaixo”, recordou, entre risos.

À parte da “borga”, como lhe chamou, Luzia lá revelou o outro segredo da rotina: todas as noites, não dispensa o seu “copinho com Licor Beirão”. “Bebo há muitos anos, faz bem ao coração. Tenho sempre uma garrafinha”, contou, enquanto aponta para o copo, disposto em cima da cómoda.

Diz-se “fidalga da boca” e no prato gosta de ver “filetes” ou “um bacalhauzinho desfiado, com um bocadinho de açúcar por cima”, acompanhado por um “copo de sumo”.
Mas o melhor de tudo é testemunhar lucidez com que vive, apesar do peso de um século de vida.

Aos 100 anos, Luzia é uma fonte inesgotável de inspiração para os mais novos. Que nunca lhe falte a luz e a vontade de cantar, que foi o que fez durante a nossa conversa, num 4 de janeiro de 2024, sentados ao calor do aquecedor e com o sol a presentear a aniversariante, que se sente uma felizarda por ainda “ver bem a luz”.

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